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O salão nobre do Palácio da Pena está como novo

Por Fugas, Lusa

O restauro do salão foi inaugurado em Sintra. A intervenção incidiu nos pavimentos, paredes, lustres, vitrais e mobiliário.

O restauro do salão nobre do Palácio da Pena, em Sintra, projecto que representou um investimento de 262.500 euros, foi inaugurado esta quinta-feira pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. Os técnicos de restauro trabalharam, ao longo dos últimos três anos, à vista dos visitantes do monumento gerido pela sociedade Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML).

No salão nobre foram reabilitadas infra-estruturas, revisto o pavimento e restaurados revestimentos em madeira e em estuque. Lustres, vitrais, mobiliário e porcelanas também beneficiaram de atenção especializada.

O objectivo de voltar a apresentar o espaço no seu estado original contou com a participação de consultores em diversas áreas, incluindo análises de materiais do Laboratório José de Figueiredo. "O nosso maior desafio foi a coordenação de todas as actividades de restauro", explicou à Lusa o director técnico para o património construído da PSML, Daniel Silva.

A necessidade de uma intervenção integral no salão nobre levou a empresa a olhar para o projecto não só como a reabilitação de um espaço, mas inserido numa "visão global de recuperação do palácio", acrescentou o técnico. O restauro custou 262.500 euros, investidos através de capitais próprios da PSML.

Os trabalhos obrigaram a análises cromáticas em laboratório para se encontrar a cor original das paredes, onde os estuques se apresentavam muito deteriorados, e no exterior das janelas foram colocadas tiras de tecnologia LED, para que os vitrais possam ser observados durante a noite. A opção por iluminação com lâmpadas LED permite reduzir consumos e os riscos de incêndio.

Um sistema inovador de detecção de incêndios, com aspiração contínua do ar (e análise constante dos parâmetros de dióxido de carbono) dispensa o recurso a caixas no tecto. Os revestimentos de paredes e tectos (com estuques lisos e com relevo) foram tratados respeitando as técnicas e materiais originais.

O pavimento sofreu uma intervenção profunda a nível estrutural, superficial e de enquadramento das novas infraestruturas. Para debaixo do soalho foram transferidos todos os cabos que antes estavam nas paredes e os estofos, datados do século XIX, foram recuperados em pele de cabra tingida com corante vermelho natural, a partir de análises a amostras originais no Centro Tecnológico das Indústrias do Couro. As porcelanas asiáticas, do tempo de D. Fernando, também foram também alvo de conservação e restauro.

Segundo a PSML, um dos principais focos do projecto residiu na recuperação das luminárias (lustre e quatro tocheiros empunhados por "Turcos"), que foram completamente desmontados, limpos e apetrechados com lâmpadas especiais. O restauro dos vitrais das janelas incluiu também a recuperação das caixilharias a consolidação das calhas de chumbo, tratamento das fracturas e lacunas cromáticas.

O Palácio da Pena foi construído a partir de 1839 por iniciativa de D. Fernando II, em torno das ruínas de um antigo mosteiro Jerónimo do século XVI.

A PSML é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, criada em 2000, para gerir os monumentos e parques históricos na Paisagem Cultural de Sintra, classificada como Património Mundial pela UNESCO.

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