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O'Leary no Porto, na inauguração da base da Ryanair em 2009

O'Leary no Porto, na inauguração da base da Ryanair em 2009 Nelson Garrido

Ryanair promete voos para os EUA a 10 euros

Por Luís J. Santos

O chefe da companhia, Michael O’Leary, garantiu numa conferência que a Ryanair pode vir a realizar voos transatlânticos com bilhetes a 10 euros. Será possível?

O’Leary, reconhecido especialista mundial em lançar soundbites virais, voltou a repetir a proeza: durante uma conferência da Federação Irlandesa de Hotelaria, realizada esta semana, garantiu que a sua Ryanair poderá vir a voar para Nova Iorque ou Boston e com bilhetes ao preço da chuva.

O director-executivo, segundo o jornal britânico The Telegraph, falou mesmo em 10 euros, como preço mínimo de um bilhete (sendo que uma ida-e-volta para Nova Iorque raramente se consegue por menos de 500 euros) . Até comentou que esse seria o preço de uma ida, já que o regresso à Europa, poupando nas taxas, poderia ficar por 7,30 euros.  

Ao incrível preço, porém, adiantou O'Leary, seriam acrescentados, “naturalmente”, todos os valores "facultativos", da bagagem ao cartão de embarque, além de, claro, entre outros, as bebidas e comidas. "Mas nem todas as passagens serão a 10 euros, claro", diz o chefe da Ryanair: "Haverá também a necessidade de ter um grande número de lugares de executiva ou premium", referiu.

A audaciosa iniciativa estará dependente, adianta o jornal, citando O'Leary, da planeada aquisição de aparelhos de longo-curso. Os voos poderiam partir de 14 grandes cidades europeias e os destinos nos EUA poderiam chegar também aos 14.

Diversos media britânicos apressaram-se a procurar certificar as afirmações de O'Leary, o homem que já falou em cobrar pela utilização do wc nos aviões ou que chegou a chamar "idiotas" aos clientes que se esquecem de imprimir o cartão de embarque. Ao jornal The Independent, a companhia confirmou que, de facto, está a estudar voos para NYC e Boston por valores como os referidos.

Mas há quem não acredite que o preço-bomba da Ryanair para voos transatlânticos chegue a levantar voo. Caso de um dos principais "inimigos" da Ryanair, o patrão da IAG, dona da British Airways e Iberia: para Willie Walsh, tais preços são impossíveis, logo para começar por causa das taxas que recaem sobre os voos de longo-curso.

Como adianta o The Telegraph, Walsh, parecendo levar em conta a capacidade propagandística de O'Leary, diz esperar que as pessoas "saibam ler nas entrelinhas" desta proposta do chefe da Ryanair.

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