O mau tempo é responsável pelo atraso na abertura, em Viana do Castelo, do primeiro hotel, em Portugal, dedicado ao chocolate. A reconversão da antiga fábrica de chocolates da Avianense em unidade hoteleira de quatro estrelas deveria estar concluída em Março, já que a abertura foi planeada para 1 de Abril, precisamente o dia em que aquela unidade fabril completaria 100 anos.
O hotel Fábrica do Chocolate, projecto de promotores locais e que ronda os 3,4 milhões de euros - dos quais 2,2 milhões de euros comparticipados por fundos comunitários -, é um dos mais emblemáticos do programa de regeneração urbana lançado, em 2011, pela câmara local.
O projecto é "um exemplo de arqueologia industrial”, explicava Goretti Silva, da empresa Na Rota do Chocolate, responsável pelo hotel, na altura do seu lançamento. “Em Portugal é um conceito inovador e mesmo em termos internacionais não há muitos hotéis deste género a funcionarem no espaço de uma antiga fábrica também de chocolate", referia.
Com 18 quartos (cinco deles "suites duplex assotadas"), deverá oferecer também um "conjunto de serviços integrados sob a temática do chocolate", resumem na apresentação, incluindo a nível de "restauração, tratamentos de chocoterapia, loja gourmet e centro de interpretação do chocolate, um espaço que reúne as funções pedagógica, cultural e recreativa".
Os edifícios da antiga fábrica de chocolate Avianense e a oficina anexa estão classificados como de interesse municipal , sendo "belos exemplares da época modernista (art déco) realizada em Viana do Castelo", assinados pelo arquitecto José Fernandes Martins (1866-1945). Durante quase um século (a fábrica faliu em 2004), foram espaço de produção de chocolataria de culto - após a falência, a marca foi adquirida por um empresário e continua viva, embora com a produção agora instalada perto de Barcelos. Alguma da maquinaria da antiga fábrica deverá integrar a decoração do novo hotel.
O restaurante/atelier gastronómico terá capacidade para 50 pessoas, prometendo um "conceito inovador" em redor, claro, da temática do chocolate. "Está já em desenvolvimento uma carta de pratos com uma forte aposta na utilização do cacau e do chocolate, não só nos pratos doces como também nos salgados", adiantam.
O espaço museológico, com centro interpretativo do chocolate, ocupará "toda a cave do edifício, com uma área total de 500m2". Dividir-se-á em cinco espaços "interligados e organizados em circuito, de forma a proporcionar ao visitante uma viagem pelo ciclo produtivo do cacau e uma incursão interactiva no processo de transformação da pasta de cacau em produto final de chocolate, tal como o conhecemos".
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