A data que assinala o Dia Nacional dos Moinhos vai servir de mote, pelo sétimo ano consecutivo, para a iniciativa Moinhos Abertos, promovida pela Rede Portuguesa de Moinhos em colaboração com a TIMS, Sociedade Internacional de Molinologia. Assim, nos dias 5, 6 e 7 de Abril, 216 moinhos de todo o país estarão abertos a qualquer visitante.
O Dia dos Moinhos Abertos é uma iniciativa nacional, realizada há sete anos e que, de acordo com a Rede Portuguesa de Moinhos, tem como objectivo alertar para a importância destas estruturas tradicionais portuguesas e “identificar problemas e oportunidades, germinar projectos e ideias, ou mesmo levar a cabo pequenas beneficiações (limpezas, pinturas, consertos de coberturas, etc.) com a participação de activistas e visitantes que o pretendam, preservando os moinhos e criando dinâmicas de desenvolvimento em torno deles”.
Por outras palavras, nestes três dias 216 moinhos em 90 núcleos moageiros de 14 distritos em 44 municípios estarão abertos e, se possível, a funcionar, com livre acesso a toda a população. O intuito é convidar as pessoas perceber a importância dos mesmos, a sua história e sensibilizá-las para a conservação e preservação. Jorge Miranda, coordenador nacional da iniciativa explica ao PÚBLICO que o programa de cada moinho é da responsabilidade dos organizadores e reflecte “a realidade local”. Assim, o programa pode variar entre visitas guiadas, demonstrações de moagem e provas de pão, acções de limpeza e conservação e até na própria recuperação. “Há moinhos dedicados ao seu uso original e ao mercado (poucos), moinhos voltados para a educação e lazer, para a animação turística e para produções especializadas em nichos de mercado como os produtos biológicos, gourmet, etc.”, acrescenta ainda o responsável.
O terceiro dia da iniciativa, dia 7 de Abril, é quando se assinala o Dia Nacional dos Moinhos. Em 2007, data em que a iniciativa foi gerada, foram 132 os moinhos a participar e o número de estruturas e participantes tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Em 2013 participaram na actividade cerca de 10.000 pessoas e este ano o número de moinhos incluídos cresceu cerca de 20%.
Jorge Miranda esclarece que “cada vez são mais os pedidos espontâneos de adesão à iniciativa, o que mostra que já se tornou tradicional e que todos os anos, em Abril, Portugal se mobiliza genuinamente para celebrar os moinhos”. Refere também que “no interior estão cada vez mais envolvidos”.
A Rede Portuguesa de Moinhos, uma das promotoras da actividade, foi criada pela EtnoIdeia, Projecto de Desenvolvimento Rural em Abril de 2006 e consiste num espaço de encontro de pessoas e instituições que, de alguma forma, estão ligadas aos moinhos, quer seja pelo estudo, exploração, preservação ou promoção da reutilização dos mesmos. De acordo com Jorge Miranda, conta “com cerca de uma centena de assinantes de todo o país” com diferentes interesses: câmaras municipais e juntas de freguesias, associações culturais e defesa do património, museus, estudantes, moleiros ou simples curiosos.
As suas actividades são suportadas através de fundos próprios, de subscrições de membros e da angariação de patrocínios com contrapartidas de publicidade, nomeadamente junto das autarquias locais. A Câmara Municipal de Boticas é, desde o início, uma grande patrocinador da Rede.
