Chama-se "Do Chiado até ao Cais" mas, na verdade, o percurso da primeira canção do novo álbum - “Dia Novo”, o 4.º a solo de Viviane (ex-Entre Aspas) - é até mais abrangente.
Em tom de fado pop, ritmado também pelo dedilhar da guitarra portuguesa e uma letra que homenageia o imaginário lisboeta, Viviane passeia pelo Bairro Alto e Chiado, admira as estátuas de Pessoa e Camões, bebe uma ginginha - por sinal da Ginjinha Sem Rival, um clássico que, recentemente, esteve em risco de fechar - e, detalhe, paga com 100 escudos (a nota do Bocage) -, compra "Os Maias", vai ao Mercado da Ribeira e pisca o olho ao Tejo, apanha o 28, salta do Rossio à Estrela, corre Belém, a Baixa, o Terreiro do Paço... E muita mais Lisboa.
Pela canção, vai-se cantando "Do Chiado até ao Cais, são mil anos entre nós", evocam-se poetas e escritores, dançam-se geografias, lança-se o refrão: "Na Estrela esperarei por ti / numa tarde de Agosto. / Quem me dera ser Pazeres, / não me dês nenhum desgosto"
"Do Chiado até ao Cais" foi composto por Viviane e Tó Viegas, com letra de Hugo Costa. Segundo os autores, nela se "cruzam notas de Fado e de Chanson". O teledisco foi realizado por Pedro Matos e o objectivo foi ilustrar um "passeio ritmado da cantora pelos locais mais emblemáticos da capital", numa "homenagem à cidade" e a figuras como "Fernando Pessoa, Bocage e Eça de Queirós, com quem se vai cruzando no caminho".
O vídeo, sublinham, "reflete a luminosidade única de Lisboa e o encantamento de quem vive e sente a cidade, em toda a sua essência". "Um retrato de Lisboa", concluem, para "re-descobrir com um novo olhar".
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