Não é de admirar que uma cidade que recebe cerca de sete milhões de turistas por ano seja das mais fotografadas do mundo. No Sightmaps da Google, em que Lisboa surge na 23ª posição entre as mil cidades mais fotografadas, a capital da Catalunha está em 3.º lugar,
Visitar Barcelona não passa apenas por conhecer a monumental Sagrada Família ou o singular Parque Güell, nem tão pouco a Casa Batlló ou La Pedrera. Por incrível que pareça a muitos, Barcelona ainda tem lugares “onde a presença das câmaras e as vozes dos turistas ainda não chegaram”, como afiança o El País.
Mostrar esta cidade ainda por descobrir foi o objectivo de 55 instagramers que captaram imagens para a exposição “Descobreix les 10 Barcelones” (Descobrir as 10 Barcelonas) e que podem ser vistas até 12 de Setembro na Sala Ciutat da Câmara Municipal de Barcelona.
A iniciativa surge de uma parceria entre a autarquia local, o festival de fotografia D-IVE e a comunidade de Instagramers de Barcelona (IGERSBCN). Inicialmente, contou com mais de 3000 fotos partilhadas no Instagram (com as hashtags #salaciutatbcn e #bcnambencant). Destas três mil foram seleccionadas onze fotografias ilustrativas de cada distrito, captadas apenas com câmaras de telemóveis e inspiradas no desejo de “revelar e reconfigurar uma Barcelona distinta, fresca, incomum e ainda inédita”.
Este projecto abre Barcelona a novas visões, mostrando que a cidade não é (apenas) sinónimo de Gaudí. A visita fotográfica segue pelos distritos de Ciutat Vella (o centro histórico), Eixample ou Sants-Montjuïc, Gràcia, Sarrià - Sant Gervasi, Les Corts, Horta-Guinardó, Nou Barris, Sant Andreu e Sant Martí.
“Esta exposição para além de oferecer um novo olhar permite democratizar a fotografia”, diz Irina Gonzalez, gerente da comunidade IGERSBCN no Instagram, rede social e plataforma para partilha de fotos que conta com cerca de 150 milhões de utilizadores.
O projecto apresenta-se como uma lufada de ar fresco numa cidade radicalmente turística que, ainda assim, parece ainda ter espaços que escapam aos olhares distraídos… mas não aos mais atentos.
Texto editado por Luís J. Santos