Ouvem-se pregões antigos de Lisboa e do Porto, passeiam-se histórias pelo Parque 1.º de Maio, ouvem-se contos tradicionais ou partilha-se o património vivo do cante alentejano, passeia-se de burro ou tira-se mesmo um retrato no "fotógrafo ‘à la minuta" para mais tarde recordar.
É a 2.ª edição da Cidade das Tradições, evento organizado pela Fundação Inatel que faz a festa com folclore, artesanato, jogos tradicionais, teatro e concertos, exposições e muitas mais artes e ofícios.
Com entrada livre, inclui representações das mais diversas culturas vindas de todo o país mas com o Alentejo e o cante alentejano em destaque, aproveitando a promoção da candidatura do cante a Património da Humanidade e a estreia, esta semana, do documentário "Alentejo, Alentejo" dedicado a esta arte e realizado por Sérgio Tréfaut.
No evento, que em 2013 recebeu mais de 12 mil pessoas, segundo a Inatel, participam mais de 250 artistas "entre músicos, bailadores e bailadoras, artífices e artesãos, profissionais e amadores". Mas o cartaz inclui também "grandes espéculos de palco: Ronda dos Quatro Caminhos, Gaiteiros de Lisboa, Grupos Corais e de Cante".
O conceito passa por juntar as "associações culturais e as comunidades, os agentes culturais e os artistas envolvidos diariamente na missão de preservação e divulgação das artes, práticas e manifestações culturais tradicionais".
Pretendendo reflectir a "heterogeneidade que caracteriza o território português", a Cidade das Tradições vai mesmo para além da tradição e também inclui "novas linguagens", novas formas de expressões artísticas e culturais de identidade, entre cinema/vídeo documental, espaços expositivos do projecto “Arqueólogos do Imaterial” ou a apresentação de posters científicos, dos vencedores do Concurso de Vídeo Inatel ou dos registos audiovisuais do Projecto Memória Media.
Mas, além da diversão, este é também um espaço de promoção cultural e aprendizagem. Há tendas de artes e ofícios (incluindo mostra e venda de produtos e artigos de produção gastronómica regional, de queijos a doces, olaria, latoaria ou tecelagem) e há workshops à disposição. Aqui, podemos aprender, entre muito mais, como se faz e toca a viola beiroa, apurar a garganta para o cante alentejano e conhecer a viola campaniça, a concertina, o cavaquinho, arriscar nas danças tradicionais ou na construção de marionetas e brinquedos Tradicionais, na olaria de Nisa e de S. Pedro do Corval ou nos tapetes de Arraiolos. Até poderá apostar numa arte muito necessitada: na calçada portuguesa.
A Cidade das Tradições vive-se no Parque de Jogos 1.º de Maio, em Alvalade (Lisboa), de 19 a 21 de Setembro: na sexta das 18h às 24h, no sábado das 11h às 24h e no domingo das 11h às 21h.
