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Capa da edição 20 anos, publicada em Novembro

Capa da edição 20 anos, publicada em Novembro DR

Há 20 anos a dar a 'Volta ao Mundo'

Por Mara Gonçalves

Revista de viagens acaba de celebrar duas décadas com edição especial de aniversário. A "Volta ao Mundo" vive momentos de “renovação e inovação”, focada em “trazer mais jornalismo para dentro das viagens" e apostada na lusofonia.

Em Novembro de 1994 chegava às bancas a primeira Volta ao Mundo, com reportagens da Jamaica às Seychelles ou Lake District, no Reino Unido.

Em Novembro de 2014, a edição comemorativa do 20.º aniversário regressou às origens, não da revista mas das viagens em redor do globo, num jogo com o nome da publicação: uma série de artigos vindos das principais escalas por onde parou a primeira viagem de circum-navegação, feita entre 1519 e 1522 pela nau espanhola Victoria a comando do português Fernão de Magalhães. A edição especial também teve direito a preço especial, equivalente ao de 1994: 3,25 euros (na altura, uns 650 escudos) - actualmente custa 4,90 euros.

Para a directora da revista, uma publicação de culto para muitos viajantes, “os 20 anos falam por si”. “Uma publicação atingir esta idade, nos dias que correm e com a crise que vive a imprensa, é obra”, defende Catarina Carvalho numa entrevista por email.

A jornalista – que assumiu no início do ano a direcção da revista, substituindo José Jaime Costa – acredita que continua a existir espaço para uma revista impressa sobre viagens, até porque, defende, “em papel brilhante e bem paginada faz sonhar”. “É mais que um produto editorial, é um objecto de culto”, sublinha.

A revista mantém “o espírito do luxo e da aventura, dos viajantes por oposição aos turistas”, mas os tempos são de “renovação e inovação”. Um dos objectivos, avança, é “trazer mais jornalismo para dentro das viagens ao mesmo tempo que a marca se torna mais importante e sustentável”, tornando-se uma “referência” no sector.

Além disso, a publicação mensal “quer estar mais próxima dos leitores”, dando “o outro lado das viagens que os portugueses mais fazem”, e apostar nos “novos públicos lusófonos”. “Passámos a ter uma distribuição no Brasil e outra em Angola”, indica. A publicação tem também desenvolvido a sua actividade online, com site oficial e presença em redes como o Facebook ou Twitter.

Entre as 240 edições lançadas ao longo das duas últimas décadas, Catarina Carvalho destaca “as capas tridimensionais ou térmicas” e os especiais feitos por escritores, “como os de José Luís Peixoto à volta do mundo e em Macau, de José Rodrigues do Santos na Antártida ou a do Governo Sombra em Berlim”.

De acordo com a Associação Portuguesa de Controlo de Tiragem e Circulação, a média de circulação paga da revista entre Janeiro e Agosto deste ano foi de 8.598 exemplares (dados bimensais), o que representa uma quebra de 19% face a igual período de 2013.

Mas, sublinhe-se, a "Volta ao Mundo" tem sido uma das sobreviventes num nicho de mercado que, nos últimos anos, viu desaparecer outras revistas de viagens portuguesas casos da "Rotas & Destinos", "Rotas do Mundo", "Visão Vida & Viagens" ou "Blue Travel".

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