Com 12 voos assegurados pelos serviços mínimos e os restantes pela frota da PGA, Portugália, e os restantes com passageiros encaminhados para outras datas, a TAP diz ter assegurado um “dia tranquilo” face à greve dos tripulantes de cabine da empresa.
Em resposta ao pré-aviso de greve do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), entregue o mês passado, a TAP deixou de vender bilhetes para os dias marcados - 30 de Outubro e 1 de Novembro, 30 de Novembro (este domingo), e 2 de Dezembro (terça-feira), disse André Serpa Soares, da direcção de comunicação da TAP ao PÚBLICO. Os passageiros que já tinham bilhete para estes dias foram contactados e encontraram-se soluções alternativas.
Entre os 280 voos programados para este domingo, mantêm-se assim um terço, entre serviços mínimos de voos com a frota da PGA. “Há obviamente voos cancelados”, diz Serpa Soares (e podem-se ver alguns cancelamentos no site da ANA), mas não há, garante, um caos no aeroporto de Lisboa com passageiros à espera de voos que não se realizam. “O que predomina hoje no aeroporto da Portela é uma grande tranquilidade”, comenta. Quanto a prejuízos, a receita potencial de perda se a paralisação fosse total seria de 5 milhões de euros, diz.
Do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), a vice-presidente, Luciana Passo, reconhece que a TAP fez um esforço para que a greve não afecte os passageiros ("o que nos deixa satisfeitos, porque o nosso objectivo não é prejudicar os passageiros", comenta), mas nota que entre voos cancelados pela própria TAP e voos PGA com a sigla TP é difícil fazer uma contabilização da adesão.
Ainda assim, nota que até às 09h30 "saiu de Lisboa um único voo, com destino a Paris, com quatro tripulantes". Uma adesão que deixa o sindicato "contente", comenta, embora lamente "com grande tristeza que só assim se tenha esperança de que algo aconteça".
O SNPVAC reivindica o cumprimento do acordo de empresa, em vigor desde 2006. A decisão de fazer greve foi tomada em assembleia de tripulantes e a votação foi “unânime”, tendo contado com o voto favorável de “mais de 200 trabalhadores”, incluindo votos por procuração, disse então Rui Luís, presidente do sindicato, ao PÚBLICO. O dirigente criticou o “desrespeito total da companhia” pelos trabalhadores, dando como exemplo “o tratamento das lactantes”, explicando que houve um acordo “para que voassem no máximo 10h30, mas não está a ser cumprido”.
Luciana Passo acrescenta as inúmeras falhas na gestão da distribuição dos tripulantes que leva a alterações sem justificação. "Este Verão tivemos casos caricatos, como duas tripulações nomeadas para o mesmo voo", exemplifica. Esta má gestão "sistemática" está a deixar os tripulantes "em colapso".