O bairro de Alvalade é um bairro moderno. Foi nas décadas de 50 e 60 do século XX que Lisboa começou a alargar-se para aquela zona e surgiram as Avenidas Novas, na altura habitadas por uma população jovem que procurava também novas forma de viver a cidade. É este bairro que, muitas décadas depois, a Lisbon Week quer apresentar a quem vive e a quem visita a cidade.
A programação estende-se de 10 a 19 de Abril e inclui uma grande exposição sobre o arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, autor de muitas das obras emblemáticas que existem em Alvalade, e também uma série de visitas culturais, para as quais estão já à venda os bilhetes.
Há duas visitas em autocarro que percorrem diversos locais. A primeira intitula-se "Lisboa Moderna", tem curadoria de Ana Tostões, e percorre a Biblioteca Nacional de Portugal, a Av. da Igreja, a Igreja de São João de Brito, a Av. Dom Rodrigo da Cunha, a Av. do Aeroporto, o Areeiro, a Av. João XXI, a Praça de Londres, a Pastelaria Mexicana, a Av. Frei Miguel Contreiras, o Bairro das Estacas, a Av. de Roma, a Rua Frei Amador Arrais, a Escola do Bairro de São Miguel, o café Vavá, a Av. dos EUA, a Av. do Rio de Janeiro, a Av. do Brasil, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, o conjunto de edifícios do arquitecto Jorge Segurado e a Reitoria da Universidade de Lisboa.
A segunda visita em autocarro é centrada na obra de Pardal Monteiro, tem curadoria de João Pardal Monteiro, e passa também por alguns dos locais da anterior, como a Biblioteca Nacional, a Reitoria ou o LNEC, mas afasta-se já de Alvalade para visitar outros edifícios importantes para compreender o trabalho de Pardal Monteiro e a sua importância para a cidade, como o Instituto Nacional de Estatística, a Estação do Cais do Sodré, o Hotel Ritz ou a Igreja de Nossa Senhora de Fátima.
Existe também a opção de visitar alguns destes edifícios separadamente. As propostas da Lisbon Week são:
- Jardim do Campo Grande, que data do início do século XIX e foi projectado por D. Rodrigo Sousa Coutinho, Conde de Linhares por ordem de D. João VI, tendo ao longo dos tempos sofrido várias alterações.
- O Palácio Pimenta, mandado construir no século XVIII pelo rei D. João V para a sua amante Madre Paula, freira do Mosteiro de São Dinis, em Odivelas, e que é desde 1979 o Museu de Lisboa, reunindo documentos e objectos relativos à história da cidade.
- O Museu Bordalo Pinheiro, que tem mais de 1200 peças de cerâmica e 3000 originais de desenho e pintura da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro.
- A Biblioteca Nacional de Portugal, que inaugurou em 1969 e foi o último grande projecto de Pardal Monteiro, concluído pelo seu sobrinho, António Pardal Monteiro. O edifício, que foi recentemente ampliado e remodelado para poder receber mais livros, tem um design de interiores de Daciano da Costa e faz parte de um conjunto de grandes equipamentos previstos no plano de expansão da cidade, pensado pelo então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco.
- A Reitoria da Universidade de Lisboa, situada ao fundo da Alameda da Universidade, que foi inaugurada em 1961 completando o projecto criado em 1956 por Pardal Monteiro. Teve a colaboração de vários artistas entre os quais Almada Negreiros.
- A Torre do Tombo, que inaugurou em 1990. Um projecto do arquitecto Arsénio Cordeiro e tem capacidade para albergar mais de 140 quilómetros lineares de documentação.
- O Hospital Júlio de Matos, um grande centro hospitalar que se destacou como hospital psiquiátrico. Começou a ser pensado no início do século XX mas só inaugurou em 1942 e na altura foi considerado um dos melhores da Europa.
- O Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que foi criado em 1946 e é um instituto público de ciência e tecnologia que desenvolve investigação nesta área.
- O Complexo dos Coruchéus, que abriu em 1971 com 50 ateliers para artistas, uma iniciativa do Município de Lisboa.
As visitas de autocarro têm uma duração de 90 minutos e custam 10 euros. As outras custam 7 euros. Horários, reservas e informações em www.lisbonweek.com.