"Centro of the universe: Portugal's mysteriously overlooked middle" (Centro do universo: o meio misteriosamente ignorado de Portugal) é o título de um artigo assinado por um jornalista que sabe do que está a falar, o que dá logo mais substância ao convite dirigido a todos os seguidores da CNN para que visitem o Centro de Portugal e em força.
O autor, Paul Arnes, com muitos anos de experiência em matérias portuguesas e europeias (foi correspondente da Associated Press durante três anos em Lisboa e 16 em Bruxelas), vive em Portugal e no seu perfil até se assinala que é "viciado" no país desde que visitou pela primeira vez nos anos de 1970. Actualmente vive em Lisboa e, aqui está o detalhe ainda mais substancial, continua a ser um visitante frequente do Centro luso porque é aí que fica a aldeia da sua mulher. É mesmo uma questão de coração.
"A Costa de Prata portuguesa e o resto da região Centro em volta da Nazaré são casa de um vasto leque de tesouros por descobrir", escreve Arnes, referindo que são "injustamente ignorados pelos visitantes", que, "tipicamente", vão em maioria a Lisboa ou seguem os "ímanes" do vinho no Porto e arredores.
O texto, que no inclui uma fotogaleria da região com Óbidos logo a abrir, aproveita a celebridade das ondas e de Garrett McNamara para lançar o isco por todo o Centro. "Deslizar por uma 'parede' do tamanho de dez andares no meio de um oceano bravio não faz o seu estilo?", pergunta. "No prob". E "no prob" mesmo, que depois o jornalista dedica-se a destacar atracções e encantos para todos os gostos.
Vamos pela Nazaré, "paraíso dos surfistas" e não só - o jornalista não deixa de assinalar as "formidáveis mulheres da Nazaré", com as suas sete saias a venderem produtos locais ou a anunciarem quartos. Depois, pela sugestão de total sossego na praia Osso da Baleia, pela Figueira da Foz (entre a animação no centro e as areias brancas), pela calma lagoa de Óbidos e por Vieira de Leiria (onde, diz, se servem "versões superlativas do clássico arroz de marisco português”), por Peniche e pelas Berlengas, pela "belíssima vila caiada" de Óbidos ou pela vida de Coimbra e os canais de Aveiro. Merecem ainda referências Viseu e Guarda, mas também os patrimónios do Mosteiro de Alcobaça, o Convento de Cristo de Tomar e o Mosteiro da Batalha. E, pelo caminho, não se esquece a força religiosa de Fátima.
Tal como não se esquece a força da gastronomia: da caldeirada ao leitão da Mealhada, ou mesmo às criações da pastelaria Alcoa de Alcobaça, não faltam conselhos, incluindo-se também os "notáveis" queijos e vinhos (com Dão e Bairrada em destaque e conselho para visitar as Caves Aliança).
O artigo inclui ainda sugestões de locais únicos para dormir, do Palácio do Bussaco ao Palace Hotel de Monte Real (Leiria), Curia Palace (Anadia) e o Grande Hotel do Luso, além das Pousadas de Portugal.
O artigo de Arnes - que funciona como uma apresentação resumida - mas bem sustentada do Centro, aconselha ainda a serra da Estrela, única estância de esqui portuguesa, que, sendo certo que nunca será "rival para os Alpes", tem o seu encanto próprio: oferece "paisagens espectaculares", quer no Verão quer no Inverno. E a viagem não fica completa, refere, sem passear pelas aldeias históricas portuguesas, como Belmonte, de herança judaica, ou Piódão e Monsanto, "dignas de postal ilustrado".
