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Vhils dá vida a Amália na calçada de Alfama

Por Goçalo Frota

Inaugurada a efígie de Amália feita por Vhils em calçada portuguesa em Alfama. Depois será capa de disco.

Convidado pela Universal France a dirigir um disco de homenagem a Amália Rodrigues, o realizador Ruben Alves (de A Gaiola Dourada) juntou algumas das maiores vozes do fado contemporâneo (Ana Moura, Carminho, António Zambujo, Camané, Gisela João e Ricardo Ribeiro) para cantar o reportório amaliano.

Para a capa de Amália, as Vozes do Fado, com lançamento a 17 de Julho, ao pensar no fado como música urbana, pertencente às ruas, emanada do povo, lembrou-se de pedir ao street artist Vhils (Alexandre Farto) que, em colaboração com os calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa, criasse uma efígie de Amália feita em calçada portuguesa.

Para Vhils, é-lhe cara a remissão para o graffiti emblemático do Maio de 68 “sous les páves, la plage” (sob a calçada, a praia), um dos momentos fundadores da street art.

A imagem de Amália, que passará a habitar a partir da tarde desta quinta-feira a  Rua de São Tomé do bairro de Alfama, depois de inaugurada pela vereadora da Cultura Catarina Vaz Pinto, parte do chão e segue parece acima.

“A parede é importante porque transpira todas as nossas memórias e guarda a emoção do fado cantado na rua”, justificou Ruben Alves ao PÚBLICO. Mas importante também, acrescenta o realizador, porque a partir de hoje, “quando chover, as pedras da calçada vão chorar” como se escutassem um fado de Amália.

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