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Carla Carvalho Tomás

ONG portuguesa lança guia turístico da Guiné-Bissau

Por Fugas, Lusa

Guia da organização Afectos com Letras é lançado em Novembro e tem como objectivo potenciar o turismo sustentável no país.

“O guia mostra uma janela de oportunidades para o desenvolvimento sustentável que a Guiné-Bissau, com uma beleza natural completamente fora do comum, pode permitir através do turismo, mas também a grande diversidade do país com um mosaico de etnias, mais de 20, numa população de 1,5 milhões de pessoas”, revelou à agência Lusa Joana Benzinho, presidente da Afectos com Letras.

De acordo com a responsável, o objectivo da Organização Não-Governamental (ONG) sediada em Pombal era criar um guia útil tanto para os estrangeiros que visitam a Guiné-Bissau, como para os seus habitantes que “têm, por questões financeiras e constrangimentos geográficos, um desconhecimento enorme do seu país”.

O guia, que será lançado no próximo mês, revisita a história daquele país africano, os seus locais mais importantes, culturais e ambientais, as tradições e a diversidade étnica, destacando o turismo solidário e o ecoturismo.

Entre os locais destacados na publicação está, por exemplo, o Parque Natural das Lagoas de Cufada, “a maior reserva de água doce da Guiné-Bissau”, com “89 mil hectares compostos de floresta primária e três lagoas de água doce”, com uma grande diversidade de fauna e flora e uma “beleza imperdível”.

A responsável apontou, ainda, o arquipélago dos Bijagós, que obteve o estatuto de reserva ecológica da biosfera da Unesco em 1996. “A ilha de Orango tem a particularidade de ser a casa de uma comunidade de cerca de 140 hipopótamos marinhos que vivem entre a lagoa no interior da ilha e as águas salgadas do oceano que banha Orango”, enquanto a ilha de Poilão é “o terceiro sitio a nível mundial escolhido pelas tartarugas marinhas para desova” e é, “igualmente uma ilha sagrada e protegida pelos espíritos segundo uma lenda Bijagó”, assinalou Joana Benzinho.

A primeira edição do guia, em português, contará com dois mil exemplares, perspectivando-se uma edição em inglês.

A primeira vez que Joana Benzinho esteve na Guiné-Bissau foi em 2008, como turista, tendo-se deparado com a ausência deste tipo de apoio. “Posteriormente, quando começaram as missões humanitárias, constatámos o enorme potencial turístico do país e a ideia foi amadurecendo”, revela.

No início deste ano, a ONG manifestou junto da Delegação da União Europeia na Guiné-Bissau o desejo de desenvolver o trabalho, tendo recebido o financiamento desta entidade, a que se somou o apoio técnico da Secretaria de Estado do Turismo do país.

Este é o primeiro projecto direccionado para o turismo da Afectos com Letras, Organização Não-Governamental que começou a trabalhar há seis anos na Guiné-Bissau, onde já realizou 15 missões solidárias que levaram ao país mais de 80 voluntários.

Tem, entre outros, um programa de apadrinhamento de turmas que apoia centenas de crianças e co-financiou a construção de duas creches que, actualmente, contam com cerca de 200 crianças, além de ter erguido uma escola que acolhe 310 alunos.

A Afectos com Letras paga ainda o salário de 12 professores, fornece material didáctico, manuais escolares, alimentação e cuidados de saúde básicos nas escolas que apoia, tendo desenvolvido uma biblioteca pública com 12.000 livros na capital e arcas-biblioteca em três ilhas do arquipélago Bijagós.

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