A FPCUB, Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta, órgão responsável por coordenar o projecto Eurovelo em Portugal irá apresentar uma proposta à ECF (European Cyclist's Federation) para a aprovação de uma extensão da rota Eurovelo 1, acrescendo 920 quilómetros de vias cicláveis em Portugal à rota já existente.
A rede Eurovelo é uma rede de rotas europeias destinadas à prática do cicloturismo com diferentes tipos de percursos (locais, regionais, nacionais ou transfronteiriços) que fazem a ligação entre 43 países da Europa.
A FPCUB pretende aumentar a chamada rota da Costa Atlântica que liga a cidade de Sagres no Algarve ao resto da Europa, fazendo com que esta se estenda dentro do território Português ligando Sagres a Caminha, passando Portugal a deter uma extensão de 1150 quilómetros de vias cicláveis contínuas.
Filipe Beja, membro do conselho para a mobilidade sustentável da FPCUB, explicou ao P3 que “a rota será dividida em 18 secções permitindo assim que qualquer utilizador de bicicleta, desde o mais inexperiente ao mais preparado, possa planear a sua deslocação calmamente, usufruindo do enquadramento cultural que a rota oferece. Pretende-se que o cicloturista possa disfrutar da paisagem, fauna, flora, da gastronomia típica, do património cultural e do bem-estar que as pedaladas podem proporcionar”.
Se o projecto for aprovado a nova extensão da rota Eurovelo1 (rota da Costa Atlântica) atravessará o litoral de Portugal passando pelo Algarve, Alentejo, Área Metropolitana de Lisboa, Região do Oeste, Leiria, Aveiro, Coimbra, Cávado, Área Metropolitana do Porto e Alto Minho para depois se fundir com a rota inicial que liga Sagres e Vila Real de Santo António ao resto da Europa. [ver imagem nº 2 ao lado esquerdo]
Para a realização deste projecto Filipe referiu que será necessário o envolvimento alargado e colaborativo de diversos parceiros como é o caso da Infraestruturas de Portugal eTurismo de Portugal a quem caberá desejavelmente, o desenvolvimento estratégico do projecto à escala nacional, acrescentando que "a FPCUB está a lançar o desafio de envolvimento à escala regional das Comunidades Intermunicipais, Áreas Metropolitanas, Entidades Regionais de Turismo e das diversas autarquias locais” pois acredita que “o potencial do projecto é enorme e existem diversas oportunidades de desenvolvimento local que todos podem e devem promover conjuntamente."
José Manuel Caetano presidente da direcção da FPCUB salientou que "o modelo de promoção de uma rota com estas características deve mobilizar as entidades públicas e a sociedade civil em torno da valorização do nosso território. Cada autarquia deve criar condições e oferecer o que tem de melhor de forma a atrair os utilizadores”. O membro do conselho para a mobilidade sustentável da FPCUB reforçou essa ideia acrescentando que “os esforços reunidos entre as várias áreas de actividade são essenciais para a progressão do projecto em Portugal".
Ao P3 a FPCUB adiantou que neste momento está em desenvolvimento o website do projecto que pretende proporcionar de forma simples, o acesso à rota e às suas secções. Explicaram que “os interessados poderão fazer o “download” da rota para os seus “GPS’s” e “Smartphones” e saber informação sobre gastronomia, pontos de interesse, restaurantes e eventos da agenda cultural local.