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Turistas tiram selfies com golfinho que acaba por morrer

Por Carlos Pires

O incidente ocorreu na Argentina, pelo menos duas vezes. Dezenas de turistas retiraram da água golfinhos de uma espécie considerada vulnerável, o que levou à sua morte.

Em Santa Teresita, uma praia na província de Buenos Aires, na Argentina, um grande número de turistas, apercebendo-se de que um golfinho de muito pequenas dimensões havia dado à costa, decidiu retirá-lo da água e fazê-lo passar de mão em mão para que todos pudessem tirar uma selfie com o pequeno animal. Depois deste imenso stress e de tanto tempo fora de água, o golfinho acabou por morrer, como se pode comprovar por um vídeo publicado no YouTube.

A denúncia do caso foi feita no Facebook por um turista, Heran Coria, que publicou nesta rede social fotografias que mostram uma pequena multidão rodeando um golfinho e estendendo os braços para o agarrar, de telemóvel em punho, para poder tirar uma fotografia.  

Estes golfinhos pertencem a uma das espécies mais pequenas do mundo: os golfinhos franciscanos - um nome explicado pela sua pigmentação de tons castanhos que recorda o hábito dos monges da Ordem de S. Francisco. Estes golfinhos medem apenas entre 1.30 e 1.70 metros. A espécie apenas existe na costa de três países: Argentina, Uruguai e Brasil e é considerada vulnerável em termos de extinção.

O potencial de recuperação desta espécie é muito baixo porque cada fêmea tem apenas uma cria, que tem a seu cuidado durante um ou dois anos. Além disso, esta espécie de golfinhos tem uma pele particularmente grossa e gordurosa, pelo que não podem estar muito tempo fora de água, o que foi precisamente o que aconteceu neste caso. Ou seja, o animal com que os turistas brincavam morreu por desidratação.

A fundação argentina Vida Silvestre – que é membro da World Wildlife Fund (WWF) - emitiu um comunicado no qual apela à sensibilidade de todos os habitantes locais e também dos turistas para que, assim que encontrem estes animais fora de água, os devolvam o quanto antes ao seu habitat, pois, devido à raridade da espécie, como dizem, “cada franciscano conta”.

Texto editado por Ana Fernandes

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