Três meses e 35 mil euros depois, a cozinha do Palácio Nacional de Sintra já está recuperada. A intervenção minimizou as “anomalias específicas do revestimento de azulejo do século XIX”, descreve a Parques de Sintra, a empresa responsável pela gestão do espaço, em comunicado. Os azulejos, que cobrem “paredes, vãos, fogões e fornos, rebocos e outros elementos” estavam em risco de conservação.
A construção da cozinha data do reinado de D. João I, entre 1385 e 1433, resultado dos alargamentos que foram feitos no palácio nessa altura. As suas duplas chaminés, de 33 metros e que constituem o ponto mais alto do Palácio, são a marca do edifício. Pensada para grandes banquetes de caça, tem no seu interior “diversas fornalhas e dois grandes fornos, para além de uma estufa e um trem de cozinha em cobre estanhado, constituído por marmitas, peixeiras, panelas, tachos, caçarolas e frigideiras”, acrescenta o comunicado.
Os azulejos vieram mais tarde, em 1889, através de D. Maria Pia, a última monarca a habitar no Palácio, e revestem de branco praticamente toda a cozinha.
Durante o período de intervenção, os visitantes do Palácio Nacional de Sintra puderam acompanhar os trabalhos de salvaguarda e valorização, dividida em duas fases, de forma a “reduzir ao máximo o impacto no percurso dos visitantes”, dado que recorrem mais obras de restauro.
Além dos azulejos, a intervenção na cozinha medieval incluiu também o tratamento de outros materiais em contacto directo com os azulejos e que podiam por isso colocar em causa a sua conservação. É o caso dos materiais cerâmicos não vidrados, pedra e elementos metálicos e rebocos caiados.