Sargedas é também presidente do Finisterra Arrábida Film Art & Tourism, que sai também a ganhar com esta ida do responsável a Hollywood: o festival de documentários vai tornar-se parceiro do festival que Sesimbra dedica aos filmes de turismo. Com isto, o director acredita que surja mais interesse em filmar na região, “o que dará emprego, investimento e turismo cinematográfico”.
O realizador de Cabo Espichel é também fundador da Arrábida Film Commission que há cerca de três anos promove nacional e internacionalmente a região da Arrábida para o cinema e publicidade. E conta já com grandes produções, “fruto de um trabalho diário" que realiza com Susana Brites "na divulgação das locations [locais para filmagens] que esta região tem para oferecer ao mundo do cinema”. “Além disso, Portugal tem mais horas de sol por dia, mais dia de sol por ano. Mostro isso nas apresentações que faço lá fora e isso faz diferença em milhões nos custos das produções”, esclarece.
Aproveitando o filme, que tem cerca de 50 minutos, e o prémio, Sargedas - que também já foi candidato a presidente da câmara local - chama ainda a atenção para a situação de abandono do cabo. "Recorde-se que o problema está no incumprimento por parte do Governo num acordo de recuperação ao Cabo Espichel." E segundo diz, "o Estado ficou com metade do edificado em troca de recuperação da igreja e do restante. Não chegou a cumprir e agora quer um milhão de euros para devolver aquilo que lhe foi entregue de borla." O sesimbrense apela à passagem para a autarquia de Sesimbra ou para entidade privadas que através de acordos pudessem recuperar o espaço, que agora não podem."
Em Setembro, nos dias 16 e 17, um festival musical será realizado na zona precisamente para "chamar a atenção para o [estado de] abandono".
Cabo Espichel – Em Terras de um Mundo Perdido está disponível em DVD com livro sobre a região que pode ser encomendado online (custa 50 euros) ou adquirido na loja de Sargedas que é também sede do festival Arrábida.
Editado por Luís J. Santos