Fugas - notícias

Adriano Miranda/Arquivo

Continuação: página 2 de 2

Um novo Barca Velha vai aparecer lá para o Outono

Desde essa data, foram feitos 18 edições de Barca Velha. Depois de Fernando Nicolau de Almeida, coube a José Maria Soares Franco (autor dos consagrados Duorum) manter o percurso do fundador. Hoje, a enologia da Ferreirinha está nas mãos de Luís Sottomayor, que explica assim o que distingue um grande vinho de um Barca Velha: “Os grandes vinhos revelam-se logo à nascença, mas os vinhos superiores, aqueles que ficam para escrever e contar histórias, esses precisam de provar que merecem um lugar na garrafeira e passar o teste do tempo”. Por vezes, esse exercício de avaliação é difícil e contestável. A segunda marca da casa, o Reserva Especial é em certos anos tão excelente como o Barca Velha – e, sendo caro, é apesar de tudo mais barato. O Reserva Especial de 1997 é ainda hoje um vinho fora de série. O 2007 também.

Ainda assim, para não serem Barca Velha é porque lhes falta um detalhe, por ínfimo que seja, no seu conjunto. Um aroma que se transforma, uma ligeira hesitação na boca, uma estrutura de taninos que ora se conserva mais dura ou mais plana, uma dúvida que seja, chegam para que a escolha não se faça. Manter um estatuto que alimenta uma imagem e legitima um preço não autoriza condescendências. Nessa escolha, quem manda é Luís Sottomayor, por muito que o departamento comercial da Sogrape gostasse de mais edições e de menos tempo de espera – nenhum vinho português passa oito anos de estágio antes de ser vendido. 

--%>