Seis anos depois de ter sido anunciado pela Answers in Genesis, a organização religiosa criacionista por trás da sua construção, o polémico parque temático é inaugurado esta quinta-feira em Williamstown, uma pequena vila do norte do Kentucky, a meio caminho entre Lexington e Cincinnatti.
A atracção principal é uma réplica da Arca de Noé, construída com base nas proporções especificadas na Bíblia, e que se agiganta entre os prados do Estado norte-americano, com mais de 155 metros de comprimento, 26 metros de largura e 15,5 metros de altura. De acordo com o site do Ark Encounter, é “a maior estrutura de madeira do mundo”.
No interior, os visitantes encontram uma exposição sobre a história bíblica ao longo de quatro andares, incluindo a representação da família de Noé e dos vários animais que terão seguido a bordo da embarcação durante o Grande Dilúvio.
Segundo aquela organização religiosa, Deus terá criado o mundo há cerca de seis mil anos e nele conviveram homens e dinossauros no início dos tempos. Entre os animais representados há, por isso, diferentes espécies de dinossauros, assim como modelos daquilo que acreditam terem sido os primeiros felinos e canídeos (que, mais tarde, teriam dado origem a gatos, leões e tigres, entre outros, no primeiro caso; e cães, lobos ou raposas, no segundo). Segundo a NPR, estação pública de rádio norte-americana (que visitou o parque temático na pré-inauguração), existe ainda “um casal de unicórnios” entre os animais exibidos.
Além da réplica da Arca de Noé, o parque temático inclui um pequeno jardim zoológico com animais de diferentes continentes (entre iaques, emas, cangurus e vários répteis), uma área com 22 tirolesas (de diferentes tamanhos e alturas) e um restaurante. Nos planos para o futuro está ainda a construção de uma cidade muralhada e uma réplica da Torre de Babel. As entradas no Ark Encounter custam aproximadamente 36 euros por adulto (40 dólares).
Desde que foi anunciado, o Ark Encounter tem estado envolto em polémica. Vários cientistas acusam a organização religiosa de utilizar o parque para propagar teorias erradas sobre a criação e evolução do mundo, depostas pela Ciência, e para evangelizar os visitantes sobre a sua doutrina.
Para além disso, o Estado do Kentucky tinha concedido uma redução de impostos na ordem dos 16 milhões de euros, que depois rescindiu quando surgiram notícias de que a organização iria empregar apenas cristãos (confirmado por Ken Ham aos jornalistas durante a pré-inauguração, segundo o jornal The Guardian). No entanto, a Answers in Genesis processou o governo e ganhou o caso em tribunal.
A construção do parque temático terá custado cerca de 90 milhões de euros. De acordo com a organização responsável, é esperado que mais de um milhão de pessoas o visitem no primeiro ano de abertura. A Answers in Genesis é ainda responsável pelo Museu da Criação, inaugurado sob semelhante nuvem de polémica há nove anos, embora seja um sucesso de bilheteira desde então.
