O projecto, orçado em dois milhões de euros, visa "proporcionar uma maior divulgação do património geológico dos Açores e de toda a sua geodiversidade, presente em vulcões, grutas e outras paisagens vulcânicas", definiu o secretário regional da Agricultura e do Ambiente durante a apresentação do projecto, na terça-feira.
Segundo Neto Viveiros, "a Casa dos Vulcões constituirá o ponto de partida para a exploração e conhecimento desse património geológico, dotando a ilha do Pico de um centro de interpretação que lhe dê o devido destaque, em complemento do apoio à visitação proporcionado pela Casa da Montanha".
A exposição permanente foi, por isso, "idealizada tendo por base um conjunto de módulos que contam a história dos vulcões dos Açores e do mundo". Haverá uma "cápsula sensorial constituída por um domo geodésico representando um veículo destinado a realizar viagens imaginárias ao centro da Terra e onde serão efectuadas projecções audiovisuais sobre o poder dos vulcões".
Já o simulador de sismo permitirá imitar, "com grande realismo, sismos já ocorridos", realçou o governante. Cada "experiência sísmica dura 90 segundos e é acompanhada de imagens e sons". "O simulador sísmico pode também ser utilizado como dispositivo pedagógico, no sentido de familiarizar as pessoas, particularmente as mais novas, com os fenómenos sísmicos e com as medidas de precaução e respostas básicas perante a ocorrência deste tipo de eventos", acrescentou o responsável.
O projeto contempla ainda uma área educativa, denominada "Cantinhos dos Vulcões", o que vai tornar o espaço "não apenas um centro de interpretação orientado para os turistas e público em geral, mas também um espaço de conhecimento e aprendizagem dirigido aos mais novos, onde serão desenvolvidas práticas cognitivas específicas, incluindo uma oficina de desenho, modelação e impressão 3D".
O novo espaço museológico da ilha vai erguer-se sobre as ruínas de dois armazéns tradicionais no Lajido de Santa Luzia, propriedade do governo regional, promovendo a "recuperação do património edificado" daquela zona da ilha. Ali próximo fica o centro de interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha, onde o projecto foi apresentado ao público.
A Casa dos Vulcões ficará assim localizada "em pleno núcleo da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da ilha do Pico, classificada pela Unesco como Património Mundial" e "enquadrada pela montanha do Pico, simultaneamente o mais jovem e o maior vulcão poligenético dos Açores (resultou de várias erupções ao longo do tempo), o ponto mais alto de Portugal e o terceiro maior vulcão do oceano Atlântico".
O concurso público para a construção da Casa dos Vulcões, que integrará a rede regional de centros ambientais, vai ser lançado nos próximos dias. Tem um prazo de execução de 450 dias.