O Parque Natural do Douro Internacional e o Alto Douro Vinhateiro, classificado como Património da Humanidade pela Unesco, vão ficar unidos por uma rede de percursos pedestres com cerca de 200 quilómetros de extensão. A ideia é criar "pontes" entre as duas zonas, ligando diferentes locais de "elevado" valor patrimonial, histórico, cultural e paisagístico na região, através de "projectos de cooperação intermunicipal", avança o autarca de Miranda do Douro.
A Grande Rota vai atravessar os cinco concelhos que compõem a Associação de Munícipios do Douro Superior (AMDS), entidade a quem cabe a gestão do projecto. São eles: Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa. De acordo com Artur Nunes, o percurso passa a "figurar como uma das maiores rotas turísticas em Portugal".
Seguindo de Norte para Sul, primeiro passeiam-se olhos e pernas por imponentes paisagens planálticas, a uma altitude média que ronda os 700m. Até subitamente se encontrar o rio Douro, encaixado em granitos sobranceiros a escarpas com mais de 150 metros de altura. Isto nos três primeiros concelhos. Porque depois as vistas tranquilizam-se nas filas de cachos de uvas do Alto Douro Vinhateiro. Aqui e ali, fauna e flora única para avistar, algumas delas em vias de extinção.
A ideia é afirmar cada vez mais a região como "um destino turístico de excelência" no âmbito do Turismo de Natureza e dessa forma potenciar a economia dos concelhos abrangidos pelo projecto. "Integrado numa estratégia de desenvolvimento turístico regional, aliado ao elevado potencial da região, este projecto tem como objectivo dotar o território com uma infra-estrutura de elevado interesse turístico, funcionando como um projecto âncora", enfatiza o autarca.
Para a entidade promotora, este poderá ser apenas o primeiro de uma série de projectos ligados ao património material e imaterial da região. "Será de todo importante criar projetos estruturantes para o território do Douro Internacional ao nível cultural, ambiental, desportivo ou gastronómico, criando, assim, uma maior união entre municípios transmontanos ribeirinhos do Douro", frisou Artur Nunes à Lusa.
A candidatura a fundos comunitários para a execução do projecto foi aprovada, estando orçada, nesta primeira fase, em 350 mil euros.