A TAP espera que no Verão de 2018 já exista alguma estrutura temporária no Montijo, onde está a ser estudada a criação de um aeroporto de apoio à Portela. David Neeleman, accionista da companhia aérea, diz estar a fazer “muita pressão” para que o assunto se resolva “e que o Governo chegue a um entendimento com a Força Aérea”.
Em declarações aos jornalistas, à margem do congresso da Associação da Hotelaria de Portugal, David Neeleman exortou o executivo a resolver de uma vez o assunto. “Têm de se sentar à mesa e resolver isso logo, montar algo temporário para que possamos abrir, não neste Verão, mas no Verão que vem. Tem de ser algo aberto lá”, disse.
Neeleman voltou a criticar os custos no aeroporto de Lisboa. “A ANA já aumentou o nosso custo 20 vezes desde que o aeroporto foi privatizado. E é inacreditável ver que quanto mais o aeroporto cresce, mais aumenta o custo por passageiro. Cerca de 80% das pessoas que visitam Portugal vêm de avião e, por isso, precisamos de um aeroporto aberto, barato para trazer mais gente”, disse.
O gestor adiantou ainda que muitas das aeronaves estacionadas em Lisboa devem ser deslocadas para o Montijo para não ocupar os lugares dos aviões “que trazem pessoas a Portugal todos os dias”.
Recentemente o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, recusou comentar a hipótese de usar a base aérea do Montijo como aeroporto de apoio. No Parlamento, questionado pelo CDS, disse apenas que há um estudo intercalar, mas nenhuma decisão.
Novo sistema de tráfego aéreo custa 15 milhões
Outro tema que tem levado os accionistas da TAP a reunir-se com o Governo é o novo sistema da NAV, de controlo de tráfego aéreo. David Neeleman afirmou que a actualização custa 15 milhões de euros e o executivo de António Costa “está a trabalhar” no assunto. A TAP, disse, “já gastou muito mais [do que 15 milhões] com os atrasos por não terem o sistema mais moderno”. “Dizem que até ao fim do ano vão aprovar [este investimento] e espero que sim, porque demora dois anos a implementar”, afirmou.
Estados Unidos com 70 voos por semana
Questionado sobre as ligações aéreas aos Estado Unidos, mercado onde a TAP está a apostar, Neeleman adiantou que a intenção é aumentar até 70 voos por semana nos próximos três anos. “No ano passado tínhamos oito voos por semana, agora temos 23 por semana e quero aumentar até 70 por semana nos próximos três anos. E nisso queremos incluir os Açores”, disse. Para o gestor, o problema de Portugal “é a falta de acesso”. “O que salvou a empresa nos últimos anos foi o Brasil. Agora temos os Estados Unidos e podemos ter os dois para ajudar a dar conhecimento de Portugal. É difícil para as pessoas chegarem aqui”, concluiu.