Terminou este domingo a viagem de Barack Obama ao Peru, a última além-fronteiras enquanto presidente dos Estados Unidos. Foram oito anos repletos de voos internacionais – “mais de um milhão de milhas para cada canto do mundo”, contabiliza Obama numa crónica publicada pela Lonely Planet. Foi o primeiro representante máximo da Casa Branca a visitar, durante a presidência, países como o Camboja, a Etiópia, o Quénia, a Birmânia ou o Laos.
Ao longo dos dois mandatos, Obama visitou 58 países nos diferentes continentes para participar em “encontros e conferências internacionais e visitas bilaterais” com governantes de outras nações. Mas também para contactar com os jovens desses países. E é o “optimismo” que viu em “jovens de diferentes etnias, religiões e nacionalidades à volta do mundo, incluindo nos Estados Unidos”, que lhe dá “esperança” num futuro melhor.
“Num momento em que enfrentamos tanta divisão nas políticas globais, os jovens são muitas vezes mais tolerantes, têm mais compaixão [pelo outro] e estão mais empenhados em começar de baixo e trabalhar para provocar as mudanças que acreditam beneficiar as suas comunidades”, diz no artigo que assina na Lonely Planet.
“Enquanto os líderes mundiais discutem as questões prementes do dia-a-dia, são os jovens que vão determinar se as suas vozes se direccionam para a mudança que está a correr o mundo em direcção a mais justiça, oportunidades, tolerância e respeito mútuo.” E Obama acredita que elas clamam nesse caminho.
Recordando vários casos – muitos ao abrigo do programa Young Leaders Iniciatives que lançou em países de África, Sudeste Asiático e América Latina – o 44.º presidente dos Estados Unidos defende ainda ser importante que os jovens das diferentes culturas tenham oportunidade de viajar e de se relacionar entre si. Conta um guineense, citado por Obama: “Quando viajei para os Estados Unidos e conheci estes jovens extraordinários de África, percebi quão abençoado sou por ver e aprender como posso ter um impacto [positivo] na vida das pessoas. Aprendi também sobre tolerância e multiculturalismo."
São estes “futuros presidentes e primeiros-ministros, activistas e empreendedores” que foi conhecendo ao longo das muitas viagens que fez pelo globo que agora lhe dão "esperança” num futuro melhor, diz Obama. “Estou ansioso por testemunhar a mudança extraordinária que eles podem criar ao reivindicarem o septo da liderança.”