Quando pensamos que o Dubai já nos deu todas as surpresas possíveis, descobrimos que não sabemos nada. O país que nos deu o edifício mais alto do mundo, o maior centro comercial do mundo, as maiores ilhas artificiais do mundo (entre outros superlativos mundiais máximos), que construiu uma pista de esqui no meio do deserto e que em Agosto abriu o maior parque temático coberto do mundo, está agora apostado em tornar-se, também, um paraíso tropical. Em Setembro, abriu portas o Green Planet, que não é um museu nem é um jardim zoológico (é qualquer coisa de intermédio) mas reconstitui uma “floresta tropical” num edifício em forma de origami; e em breve chegará uma nova floresta tropical, desta feita ao ar livre no topo de dois arranha-céus que se preparam para crescer no skyline da cidade.
Comecemos por este último anúncio, o hotel e floresta tropical com a assinatura Curio – A Collection By Hilton. O Rosemont Hotel and Residences será um empreendimento com duas torres de 53 andares cada: numa instalar-se-á o hotel, de 448 quartos, e fachada inspirada pela corrente de um rio (que terá animações luminosas); a outra albergará 280 apartamentos com serviço de hotel e terá uma fachada que irá reproduzir uma concha e uma pérola.
Mas a verdadeira “pérola” estará no topo de ambos, sete mil metros quadrados de floresta tropical ao ar livre (e à escala), que incluirá trilhos de aventura, uma praia (sem areia), cascatas, riachos, uma piscina “splash”, um café e um espaço de chuva artificial. Não faltará nesta extravagância um “pântano pré-histórico de inspiraçãoo jurássica”. A tecnologia desempenhará um papel fundamental nesta recriação que também simulará o ambiente húmido das florestas tropicais: um sistema de sensores de chuva vai criar uma experiência de 360 graus que dará a sensação de estar rodeado de chuva sem realmente se ficar molhado – os sensores controlarão onde cairá a chuva dependendo de onde se detectarem pessoas. Essa “chuva” vai ser recolhida e reciclada.
Todo o hotel será “uma experiência imersiva”, afirmou à CNN o principal arquitecto do projecto DJ Armin. Logo à entrada, no lobby, que se localizará no 25.º andar (o mesmo da piscina infinita, com chão de vidro e vistas para o mar), projecções animadas inspiradas pelo mundo natural, receberão os hóspedes. “O conceito do nosso cliente era criar um destino único na cidade do Dubai e ao mesmo tempo criar um projecto que fosse um destino por si só”, explicou o arquitecto. “Como a localização não era diante da praia, procuramos criar um novo tipo de espaço de lazer exterior na cidade que integrasse a natureza na experiência dos hóspedes.” A floresta tropical estará aberta a hóspedes e visitantes externos – a partir de 2018, data da conclusão do projecto.
Aberto em Setembro, o Green Planet também oferece a experiência de uma floresta tropical mas de um ponto de vista mais didáctico. São cinco andares inundados de luz por todo o lado que se desenvolvem em torno de uma árvore gigante: o tronco é artificial mas em cada ramo foram colocadas flora e fauna tropicais que, eventualmente, irão tomar conta da estrutura, criando um ambiente luxuriante no qual as espécies tropicais poderão florescer – e transformar a árvore no maior exemplar artificial a sustentar vida. Dentro de dez anos, mais ou menos, a árvore artificial estará completamente coberta de vida, mudando constantemente, assim como os animais que a habitarão de acordo com a altura do dia.
