O edifício, construído para a Grande Exposição Internacional do Rio de Janeiro, em 1922, e reconstruído anos depois já no Parque Eduardo VII, em Lisboa, foi totalmente recuperado e reabre este sábado com duas exposições.
A primeira, de carácter permanente, é dedicada ao antigo maratonista e campeão olímpico português Carlos Lopes. A segunda, patente até dia 18 de Março, é uma instalação multimédia sobre os 20 anos da Associação Turismo de Lisboa, entidade que detém a gestão do edifício desde 2015.
A cerimónia de reabertura do edifício – encerrado em 2003 por falta de condições de segurança – contará com a presença do primeiro-ministro, António Costa.
O projecto de recuperação do edifício, iniciado há cerca de um ano e orçado no valor de oito milhões de euros, procurou "restauratar e revitalizar" aquele que é um "espaço icónico" da cidade, indica Vítor Costa, director-geral da Associação Turismo de Lisboa, em declarações à agência Lusa.
“O projecto implicou uma melhoria da relação do próprio edifício com o espaço envolvente, quer com o Parque Eduardo VII, quer com a zona urbana: melhoraram-se acessibilidades, criaram-se escadas, inclusivamente uma escada rolante [para a Avenida Sidónio Pais] e retirou-se o estacionamento que havia aqui à volta”, precisou Vítor Costa. Segundo o responsável, “o parque hoje tem outro destaque dentro deste espaço urbano”.
No interior do pavilhão, foram restaurados os elementos decorativos e de interesse patrimonial existentes nos foyers, nos torreões e nos átrios e a antiga sala multiusos, com cerca de 2000 metros quadrados, foi "modernizada", embora "mantendo a fachada".
Além de terem sido criadas condições de segurança e de acesso a pessoas com mobilidade reduzida, foi instalado ar condicionado na sala e criadas "condições técnicas para suspensões", tornando o edifício apto a "receber qualquer tipo de evento adequado à dimensão do espaço", referiu o responsável. Outras salas de menor dimensão, a rondar os 200 metros quadrados, podem vir a ser utilizadas para lançamento de livros.
Apesar de se prever a “exploração comercial” do pavilhão – com valores que estão “dentro daquilo que é usual no mercado” – a requalificação teve como principal objectivo preservar a memória histórica do espaço, que começou por ser o Pavilhão de Portugal na Exposição do Rio Janeiro, em 1922, adiantou Vítor Costa.
Em 1930, o pavilhão foi reconstruído no Parque Eduardo VII e, depois do 25 de Abril de 1974, “teve muitos acontecimentos desportivos, culturais e políticos, muitos espectáculos”, recordou.