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"Medronho" é um dos projectos em destaque na programação Pedro Cunha

Festival Lavrar o Mar leva projectos artísticos inéditos a Aljezur e Monchique

Por Lusa

Projecto Lavrar o Mar tem procurado combater a sazonalidade turística no Algarve com um programa cultural regular que une artistas, população e turistas. A iniciativa termina agora com um festival em Aljezur e Monchique, regado a medronho, rock, marionetas e muito mais. De 19 a 28 de Maio.

O festival internacional de artes performativas Lavrar o Mar vai, a partir desta sexta-feira, levar às vilas de Aljezur e de Monchique um programa cultural que cruza teatro, música e passeios artísticos, ao longo de dez dias.

O evento, que se prolonga até 28 de Maio, vai apresentar-se em locais como o castelo de Aljezur, em destilarias de medronho e até numa antiga serração de Monchique, contando com várias propostas artísticas nascidas do contacto entre artistas internacionais e locais.

"É um programa de artes do espectáculo com grande ênfase sobre a criação contemporânea, mas existe uma ligação intensa e directa com a cultura local", explicou à Lusa uma das responsáveis pelo evento, Madalena Victorino.

Medronho é uma das propostas em destaque no programa. O trabalho é um espectáculo itinerante que convida à descoberta dos rituais da destilação do medronho e que resultou de uma residência artística entre destiladores e os escritores Afonso Cruz e Sandro William Junqueira. O projecto dá a conhecer e a provar o fruto e a bebida, típicos do Algarve, durante duas visitas a várias destilarias da serra de Monchique, sexta e domingo.

Nos sábados de 20 e 27 de Maio, a companhia francesa CARABOSSE apresenta uma instalação de fogo com a qual vai iluminar o castelo de Aljezur e convida o público a entrar num ambiente diferente com passeios debaixo de arcos de fogo, por nuvens leves de cinzas, faíscas e cortinas incandescentes acompanhadas por paisagens sonoras.

Ao descer o monte do castelo, no largo do Mercado Municipal, o público é convidado para o concerto de Sofiane Saidi & Mazalda que mergulha no rock raï dos anos 1980 onde não faltarão os sintetizadores, o groove psicadélico, ritmos senegaleses e o transe de gnawa.

Madalena Victorino contou que o festival nasceu da vontade de levar a Monchique e a Aljezur mais iniciativas culturais complementares à oferta cultural já existente.

"Pareceu-nos interessante fazer algo cultural e artístico que pudesse trazer um cruzamento entre o que aqui está e a criação contemporânea a partir das linguagens das artes do espetáculo e fazer isso não só com artistas que viessem de fora mas também com muitos artistas que nós conhecíamos aqui e os que estamos a descobrir", referiu aquela responsável.

Uma visão que acaba por ser reflectida em vários projectos incluídos no programa do festival como é o caso do passeio nocturno e espetáculo de teatro físico e de música ao vivo Rastilho que conta com a participação de 22 artistas locais e vai ser apresentando no Serominheiro - Corte do Sobro, em Aljezur, esta sexta e domingo.

O programa inclui ainda o teatro de marionetas com a peça Soleil Couchant apresentado pela companhia belga Tof Théâtre nos dias 26, 27 e 28 de Maio, em Aljezur e em Monchique.

No mesmo fim-de-semana, a companhia belga Claudio Stellato apresenta um espetáculo de novo circo, em Monchique.

O festival é o culminar do projecto Lavrar o Mar que, desde Novembro, procura levar à serra do Barlavento e à Costa Vicentina um conjunto de propostas culturais, durante a época baixa turística, incentivando o encontro entre artistas, as populações e os turistas.
O projecto foi financiado pelo programa 365 Algarve e pelas Câmaras Municipais de Aljezur e de Monchique, com Madalena Victorino a admitir que deixou a vontade de continuar.

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