A cinco meses de completar 140 anos, muda de mãos o hotel mais antigo do Porto ainda em funcionamento. O grupo português Stay Hotels, proprietário de outras sete unidades no país, adquiriu o histórico Grande Hotel de Paris, localizado na Rua da Fábrica. Desde a década de 1990 que o icónico hotel era gerido pela família Ferreira.
Desde que abriu portas, a 27 de Novembro de 1877, passou pelas mãos de franceses, galegos e portugueses, sem que a troca se traduzisse em grandes alterações. O chão de madeira range com os passos dos hóspedes, o velho elevador ainda tem porta de correr e, nos quartos, de traça oitocentista, as cortinas e as colchas da cama são preenchidas com padrões pesados e antigos. Nas paredes, emolduram-se fotografias, cartas e declarações de amor escritas por grandes nomes da literatura portuguesa. Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco ou Guerra Junqueiro foram clientes habituais.
O “compromisso” assumido pela nova administração, garantem em comunicado, passa por “preservar a personalidade do espaço”. Nos planos está ainda continuar o projecto de ampliação aos edifícios contíguos, anunciado pela antiga direcção à Fugas em Abril. De acordo com o Jornal de Negócios, os imóveis adjacentes ao hotel foram incluídos na operação de compra e venda do Grande Hotel de Paris e mantém-se o aumento previsto de cerca de 20 quartos.
Em Abril, o antigo director, David Ferreira, revelava à Fugas que entre os objectivos da administração para os próximos quatro anos estavam ainda a abertura de um restaurante de comida tradicional portuguesa, um bar com acesso ao jardim e esplanada interior e uma sala com serviço de spa.
O grupo Stay Hotels é “detido a 100% por fundos de «private equity» geridos pela Inter-Risco”, indica a empresa em comunicado. Com o Grande Hotel de Paris, o grupo hoteleiro passa a deter oito unidades no país: duas no Porto e uma em Torres Vedras, Faro, Guimarães, Coimbra, Évora e Lisboa.