Fugas - notícias

Hansueli Krapf|Wikimedia Commons

Proibido fotografar. Estamos em Bergün

Por Catarina Reis

Se é turista e planeia visitar Bergün, saiba que desde quarta-feira é proibido tirar fotografias nesta pequena aldeia suíça. A medida foi votada pela comunidade local na segunda-feira.

Mesmo aos pés de Albula e às portas do vale de Engadina, na Suíça, esconde-se uma aldeia alpina campestre chamada Bergün. Talvez já tenha admirado as suas paisagens através da panóplia de fotografias que os turistas que a visitam fazem questão de partilhar nas redes sociais. Decore-as bem, porque pode ser a última vez que as vê. A comunidade da pequena aldeia suíça decidiu, esta segunda-feira, proibir os turistas de tirarem fotografias às suas paisagens, para que quem as vê não se sinta entristecido por não visitar Bergün.

Confuso? “Está cientificamente provado que fotografias bonitas de férias nas redes sociais tornam os que vêm as fotos infelizes, porque eles não podem lá estar”, lia-se num comunicado do gabinete de turismo de Bergün.

 

 

???? Bergün, Grisons Courtesy of @berguen.filisur

Uma publicação partilhada por Switzerland ???? (@destinations.switzerland) a

 

Desde quarta-feira, qualquer pessoa vista a tirar fotografias poderá ser obrigada a pagar um valor simbólico de 5 francos suíços (4,50€) como pena. Os locais acreditam que a sua aldeia "é tão bonita" que, quando partilhada pelos turistas através das redes sociais, os que não estão lá sentir-se-ão descontentes por não poderem ter a mesma experiência, explica o presidente da aldeia, Peter Nicolay. “Não queremos deixar as pessoas fora da comunidade infelizes e, por isso, convidamo-vos a todos para visitarem por vocês mesmos”, disse.

Nas redes sociais, várias pessoas já se questionam se não estarão as autoridades a adoptar uma estratégia de publicidade turística. A directora de turismo de Bergün, Marc-Andrea Barandun, admitiu ser uma combinação entre querer preservar a beleza da zona e “alguma jogada de marketing”. “No fundo, é claro, a ideia é que todos falem sobre Bergün”, conta.

 

 

A directora acrescentou que é pouco provável que a pena simbólica que a comunidade pensa adoptar venha a ser aplicada.

Bergün chegou às bocas do mundo pelas redes sociais, dividindo estrangeiros — uns, aplaudem a medida; outros, lamentam-na. Mas parece que há mais por contar. “A história ainda não terminou”, disse Marc-Andrea Barandun. A directora acrescentou que serão reveladas notícias sobre a lei de proibição na sexta-feira. “Toda a gente saberá qual a ideia por detrás desta lei. É uma surpresa”, explica.

 

 

O gabinete de turismo da aldeia já removeu quaisquer fotografias das suas redes sociais e anunciou que pretende fazer o mesmo com aquelas que se encontram no site.

Texto editado por Sandra Silva Costa

--%>