A Rota Vicentina quer avançar para uma “nova fase de expansão” nos “próximos dois anos”, com a ampliação da rede de percursos, projectos de turismo acessível e cultural, monitorização e promoção turística, divulgou a associação que gere o projecto.
Os trilhos pedestres – que percorrem a faixa costeira do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, desde Santiago do Cacém a Vila do Bispo – vão passar dos actuais 450 quilómetros de extensão para 750 quilómetros. Parte da ampliação da rede deve-se à criação de 12 novos pequenos percursos circulares, que estão a ser preparados pela associação e deverão abrir ao público na próxima Primavera.
“Já começámos a implementá-los em Odemira e estamos a ter resultados bastante positivos. Achamos que alargar isto aos outros concelhos nos vai dar outra escala”, indica a presidente da Associação para a Promoção do Turismo de Natureza da Costa Alentejana e Vicentina (Rota Vicentina) à agência Lusa.
A criação destes trilhos, “mais curtos” e “mais fáceis de percorrer”, tem como objectivo “conquistar um mercado novo”, adianta Marta Cabral. A expectativa da associação é atingir um público que não é necessariamente "caminhante", mas que também "gosta de caminhar", embora possa viajar para a região "com outros interesses".
Está ainda em preparação a expansão do Trilho dos Pescadores para sul de Odeceixe, que segue sempre junto ao mar pelos “caminhos usados pelos locais para acesso às praias e pesqueiros”, descrevem no site do projecto. O percurso inicia-se em Porto Covo e deverá chegar a Lagos brevemente.
Além da expansão dos caminhos pedestres, a Rota Vicentina prepara-se para lançar uma rede de percursos para bicicletas todo-o-terreno (BTT), com 1200 quilómetros de extensão. A via ciclável deverá abrir ao público no Outono do próximo ano, para já abrangendo apenas o concelho de Odemira, mas o projecto está “pensado para estender" no futuro os trilhos a outras zonas da região, assegurou a responsável.
No total, a Rota Vicentina candidatou quatro projectos a diferentes programas de fundos comunitários, cujo financiamento oscila entre os 70 e os 90%, e que foram aprovados, permitindo o investimento de “cerca de 1,5 milhões de euros” num horizonte de “dois a três anos”.
Em “complemento” aos trilhos pedestres e às actividades “mais desportivas e de contacto com a natureza”, a Rota Vicentina pretende ainda associar ao projecto outros “produtos turísticos de índole cultural e também artística”, que valorizem “aspectos identitários do Sudoeste de Portugal”, como o medronho, a cortiça ou a pesca.
Entre os projectos, está ainda o desenvolvimento de “uma estratégia de promoção da utilização dos trilhos por turistas com necessidades especiais”, com vista a abranger o turismo acessível. De acordo com a responsável, estas duas componentes turísticas vão começar a ser desenvolvidas “no início de 2018”.
Depois, há ainda “uma série de outras partes [dos projectos] que não são tão evidentes enquanto resultados, mas que são muito importantes para garantir a sustentabilidade da própria Rota Vicentina", referiu Marta Cabral em declarações à Lusa. A monitorização, que permite analisar o retorno do investimento, contabilizando caminhantes e gastos de turistas na região, é um exemplo disso, bem como o trabalho de sensibilização, a organização de voluntariado e a promoção da Rota Vicentina a nível internacional.