Na sua lista de recomendações de vinhos brancos para o Verão 2014, Rui Falcão cita a Quinta do Soalheiro como um dos grandes da sub-região de Monção e Melgaço, onde é feito o melhor Alvarinho do país, e aconselha a olhar também com atenção para os vinhos Quintas de Melgaço, Reguengo de Melgaço, Quinta do Regueiro, Dona Paterna, Deu-la-Deu, Alvaianas e Rebouça.
Da casta Loureiro, destaca a Quinta do Ameal como a referência, mencionando também outros produtores de qualidade, “como Quinta de San Joanne, Adega Cooperativa de Monção, Casa do Valle, Quinta da Lixa, Casa de Oleiros, Quinta de Gomariz ou Tormes”.
Todos os produtores citados merecem os elogios, mas omitir da lista o Palácio da Brejoeira e, sobretudo, Anselmo Mendes – o produtor mis pontuado por Robert Parker e o que mais Alvarinho exporta - só pode ser explicado por lapso. Se a omissão foi consciente, então é uma falta de seriedade. Ignorar os vinhos de Anselmo é passar ao lado de alguns dos grandes brancos da região dos Vinhos Verdes e do país. Goste-se ou não da pessoa e dos seus vinhos, Anselmo Mendes é uma das bandeiras dos Vinhos Verdes e um dos enólogos mais reputados do país. Um homem que, entre o experimentalismo e a aposta em práticas com tradição local, tem tido um papel decisivo na afirmação das castas Alvarinho e Loureiro, bem como de outras variedades brancas e tintas do Minho.
Se há produtor que possui no seu portefólio vários vinhos de Verão, sobretudo da casta Alvarinho, é Anselmo Mendes. Podíamos citar os extraordinários e exclusivos Parcela Única e Curtimenta ou os consagrados Muros de Melgaço e Contacto. Mas ficamos pelo mais acessível (de preço) Muros Antigos Alvarinho 2013, um branco magnífico para acompanhar peixes, marisco, saladas e até churrascos de carne. Cheira e sabe a Alvarinho (citrinos, flor de laranjeira, ligeiro tropical), possui boa estrutura e tem um frescor mineral delicioso.