Saltar no trampolim gigante
Os mais pequenos podem fazer passeios há três percursos à escolha mas o que os delicia mais ainda é o trampolim gigante, a última aquisição do parque. Mesmo junto à partida dos tractores para uma visita a um espaço de 12 hectares, onde os animais estão em liberdade, pais e filhos saltam no enorme trampolim às riscas verdes e amarelas.
Com capacidade para acolher pessoas com menos de 85 quilos e sem sapatos calçados, sobe-se com todo o cuidado até à parte mais plana do trampolim e depois é sentir o friozinho na barriga de cada vez que se sobe no ar, com a certeza que se vai cair e voltar a voar, de braços abertos, risos e gritos incontroláveis. Mais uma vez convém lembrar que se estiverem centenas de pessoas no parque é impossível usufruir do trampolim pelo menos até ficarmos tão cansados que, mesmo parados, continuamos a sentir as pernas a fazer o movimento dos saltos.
Dez minutos antes de cada visita ao Parque Grande do Mundo, ou seja, ao espaço que só pode ser visitado de tractor, ouve-se um aviso pelos altifalantes do parque. Esta visita tem a duração média de meia hora e cabem 50 pessoas nos dois atrelados que o tractor puxa. Se quiser, antes de chegar ao parque pode marcar a hora a que quer fazer a visita, de maneira a evitar as filas e a ter prioridade no passeio. Quando entrar no atrelado, evite os lugares da frente para não apanhar com toda a poeira que a máquina vai fazendo ao longo do caminho.
Antes de a viagem começar, há tempo para conhecer alguns dos animais que ali moram através dos seus ovos. O motorista e cicerone dá a conhecer alguns dos ovos das espécies que podem ser avistadas. A avestruz põe um ovo gigante onde cabem 12 ovos de galinha, informa António, mostrando o enorme ovo a todos os que estão sentados nos dois atrelados. Segue-se o ovo do nando, da família das avestruzes, e por fim o da ema, verde-escuro.
O balanço do tractor é interrompido de cada vez que António desliga o motor, frente aos animais, para contar as suas histórias. Uma das razões por que sabe que aquelas espécies, apesar de não estarem no seu habitat natural, estão bem é porque se reproduzem, afirma e depois enumera a quantidade de animais que já nasceram no Monte Selvagem.
Diogo Gouveia, proprietário do parque, lembra que todos os animais nasceram em cativeiro e que nunca conheceram outras temperaturas que não sejam as do Alentejo e dá o exemplo dos iaques, das montanhas do Tibete, onde as temperaturas podem chegar aos 40 º negativos, e que vivem ali com 40 º positivos. E lá estão eles, deitados, ao lado das vacas vatusi e dos elandes, duas espécies de origem africana.
As zebras e as suas riscas atraem os mais pequenos, bem como as enormes aves que põem aqueles ovos que viram antes da viagem. É nesse momento que ficam também a saber que são os pais que chocam e as mães que defendem os ovos.
A viagem chega ao fim e ainda há muito parque para ver e para explorar. Como se pode passar lá um dia inteiro, o Monte Selvagem tem um bar que oferece refeições rápidas (incluem sopa e um prato, com doses para adultos e para crianças) e uma esplanada toda de madeira, debaixo de um telheiro fresco, de onde se podem ver os animais soltos no Parque Grande do Mundo, mas também os passarinhos que vêm roubar umas migalhas às mesas.