Fugas - Viagens

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Da Régua ao Tua numa tonelada de carvão

De carruagem em carruagem circulam, também, as músicas populares e tradicionais. O grupo "Paco Maduro" vem propositadamente a este passeio com notas musicais e trajes tradicionais, que se destacam pelo lenço vermelho ao pescoço, completar o regresso ao que foram as primeiras viagens de comboio.

Entre "O meu amor é padeiro, faz a casa em farinha e os seus beijos sabem a pão" ou "Ó minha Rosinha, ó meu coração, vais para Lisboa e não me levas paixão", os turistas não resistem e lá vão batendo o pé. E, mesmo depois de o grupo mudar de carruagem, quase todos continuam a papaguear algum pedaço de letra que ficou na memória.

De propósito de Dusseldorf
Mas, como a música não enche barriga, ainda na viagem de ida é servida uma bola tradicional, daquelas que cheiram a azeite verdadeiro. Para ajudar a diluir esta especialidade, não podia faltar também vinho do Porto servido ao som de "Se queres que cante dá-me uma pinga de vinho para molhar a garganta", com o único senão de vir em copos de plástico. Uma opção considerada demasiado "moderna" e "pouco ecológica" por António Manuel e Catarina Fonseca, dois agentes de turismo que se juntaram ao grupo e que asseguram que esta solução é especialmente mal vista pelos estrangeiros.

Este não parece ser o caso do casal alemão Gerda e Werner Gipper, que veio de propositadamente de Dusseldorf para fazer a viagem inaugural dos comboios históricos deste ano, objecto de uma reportagem na televisão local. Tudo no comboio é também "perfeito" para o alemão Wendhausen, de 71 anos, para quem "o cheiro característico do carvão misturado com o ferro vale tudo".

Quando menos esperamos, e apesar de o programa nos alertar para tal, paramos na estação no Pinhão, onde o pretexto são os 24 painéis de azulejos anteriores a 1940, de valor documental, que retratam paisagens e construções já desaparecidas, bem como formas de fazer a vindima ou de transportar o vinho. Mas quem pensa que a paragem se destina única e bancos, no corredor ou nas zonas de passagem entre carruagens, todos comentam como os transportes do século passado eram mais cansativos, mas também mais bonitos. João Paulo, de 14 anos, veio com os pais. Apesar de estar "fascinado com a paisagem" pensava que os "bancos eram almofadados".

A falta de conforto leva-o a dizer que "para férias isto era demasiado complicado".

A locomotiva ainda não apita mas as pingas de água que começam a cair quase sem intervalo aconselham-nos a voltar para os nossos lugares, apesar de Carlos Madeira, da CP, garantir que "chuva civil não molha ferroviários". E é com uma paisagem enevoada e mais triste, mas também com o cheiro e o verde da terra mais vivo, que chegamos à foz do Tua.

É aqui, rodeados de pão, bolos e licores tradicionais, que Acúrsio dos Santos, da organização do passeio, informa que só em 2007 esta viagem teve mais de quatro mil pessoas, pelo que nesta edição houve uma aposta mais forte em "promover a região e oferecer produtos locais" aos turistas, "porque o passeio tem o dever de promover a imagem histórica".

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