Fugas - Viagens

Sérgio Azenha

Cuba, a ilha da utopia

Por Leonete Botelho

É um puzzle incompleto onde vários tempos se misturam com exóticas geografias e onde todos sentem a falta de peças. Seja para o motor do carro, para o frigorífico ou para a utopia. É a mais visível alegoria da cristalização do país. Leonete Botelho sentiu o tremor subterrâneo. Mas à superfície nada parece abalar as águas brancas e cálidas que banham a ilha onde Fidel, sem cargos executivos, ainda é "El".

Uma ilha em forma de Lua crescente onde se criou a sociedade ideal, sem propriedade privada, com absoluta comunidade de bens e do solo, sem trabalho assalariado, sem gastos supérfluos nem luxos excessivos, com o Estado como órgão administrador da produção que assegura as necessidades básicas de todos...

Cuba? Não! Utopia, o “lugar nenhum” ideal imaginado por Thomas More em 1516, desenganado com as sociedades europeias numa época em que o feudalismo ruía à medida que o Novo Mundo ia sendo descoberto.

“Esta é a terra mais formosa que os olhos humanos viram”. Utopia? Não! Cuba, tal como foi descrita por Cristóvão Colombo 24 anos antes de More escrever a sua obra-prima, quando aportou às costas da maior ilha das Caraíbas, onde hoje se situa o país que afirma ter os maiores níveis de justiça social do Terceiro Mundo.

Podia ser, mas custa a crer que assim seja. Alguns dias a percorrer as ruas de Havana ou as reservas sortidas de turistas (“resorts”) de Varadero, com um olho nas “bondades turísticas” e outro na escassez das lojas e na miséria das casas, são suficientes para abalar quaisquer réstias de utopia no viajante. E, no entanto, apetece ficar um pouco mais. Encontrar o fio de Ariana que liga as casas insalubres de “Habana Vieja” à conversa daquele jardineiro de hotel que cita Fernando Pessoa e conta ter largado a docência pelas gorjetas em pesos convertíveis (CUC, de valor equivalente ao dólar) largadas pelos turistas.

Não deixa de ser uma originalidade haver duas moedas em circulação, uma exclusiva para os cubanos, outra para os estrangeiros e os nacionais com posses. Sim, porque o CUC vale 24 vezes mais que o peso cubano e por isso é mendigado, retorquido, às vezes quase extorquido na rua, como faz o ardina que pede um CUC por um exemplar do “Granma” ou do “Juventud Rebelde” ( jornais oficiais, claro) que custam 20 centavos... de peso cubano!

Ilha de originalidades

Mas Cuba é uma ilha de originalidades.

Nas ruas circulam coloridos Fords, Chevys, Cadillacs, Oldsmobiles ou Buicks, todos anteriores à Revolução que completa 50 anos a 1 de Janeiro próximo. A importação (e exportação) de automóveis é desde então proibida a privados, sendo apenas permitida ao Estado ou a estrangeiros, empresas ou pessoas.

“Os cubanos são os melhores mecânicos do mundo”, garantem-nos, enquanto nos explicam que, se o improviso é quem mais ordena para o carro continuar a andar, algumas daquelas relíquias têm sido mantidas íntegras, apenas com peças de origem naturalmente americanas que chegam pela mesma via que a Coca-Cola: pelo México.

Se nos centrarmos na natureza, então Cuba podia perfeitamente ser o paraíso imaginado por Thomas More. A redoma em que o país se colocou perante o investimento estrangeiro e que só se esbateu na década de 90 fez milagres na preservação da paisagem: praias fabulosas de areia branca e águas cálidas, florestas e parques naturais intactos que funcionam como autênticos bancos genéticos de fauna e flora e um mar riquíssimo e generoso são uma constante de oriente a ocidente.

Chamamos-lhe ilha, mas Cuba é na verdade um arquipélago, formado pela grande ínsula do mesmo nome, pela Isla de La Juventud, a sul, e por 4195 recifes e ilhotas, designados “cayos”, praticamente a toda a volta. Um “el dorado” para os pescadores e mergulhadores. Grutas e crateras, túneis e colónias de esponjas, jardins de corais e peixes de mil cores, mas também vestígios de barcos naufragados, há um imenso tesouro subaquático à disposição a partir de dezenas de centros de mergulho em todo o país. Também acessível a meros curiosos que podem espreitar o fundo do mar apenas com óculos e tubo (“snorkeling” ou “boceo”).

Conhecer Cuba exige tempo, tantas as suas promessas de utopias. E espírito aberto, pronto a reconhecer e quebrar estereótipos. Este ainda é o país dos charutos, do rum, da salsa e do bolero, cantados em qualquer bar. De Buena Vista Social Club, de Compay Segundo, de Che Guevara e de Fidel Castro, omnipresentes. Do turismo sexual encapotado e das viagens culturais ou de saúde feitas à medida. Cuba ainda se assume e se orgulha da sua diferença em relação ao resto do mundo.

Mas pelas suas cidades cheias de história(s), pelas ruas da “Habana Vieja”, pelos pequenos paraísos tropicais onde os cubanos servem o resto do mundo, sopram brisas de dúvidas que ameaçam tornar-se tempestades.

No confronto com o turismo, que cresce a bom ritmo desde que o país investiu nele, na década de 90, os cubanos olham-se ao espelho e questionam-se. Também eles querem viajar, também eles querem... Em voz baixa e ao ouvido, vão sonhando com uma outra utopia.

A Fugas viajou a convite da Havanatur, agência cubana com parceria em Portugal com o grupo Pestana, utilizando a designação comercial Terra-Cuba (www.terracuba.pt)

Havana
A porta do Novo Mundo já não está fechada à chave

Quase meio século de história está espraiado no perfil de Havana, praticamente intocado pelas guerras e invasões a que assistiu. Foi espanhola, britânica, quasiamericana e mistura nas suas gentes sorridentes sangue índio, chinês, africano e europeu. A Revolução e o embargo norte-americano têm-lhe servido de redoma: nem trânsito pesado, nem comércio excessivo, nem turismo de massas. A velha capital imperial está praticamente intacta, desde a ceiba original (árvore à volta da qual foi fundada a cidade) às fortalezas erguidas ao longo dos séculos à medida dos ataques, a velha catedral, os palácios e palacetes da antiga nobreza.

Mas o coração da cidade está no miolo. Declarada património cultural da humanidade pela UNESCO em 1982, “Habana Vieja” é o espelho da duplicidade cubana: num mesmo tempo e local convivem, paredes-meias, palacetes, museus, igrejas, solares ricamente recuperados com os seus pátios exuberantes, e velhos solares em ruína onde chegam a viver 20 famílias noutras tantas divisões insalubres, sem água canalizada nem pinga de orgulho.

Pode começar-se a percorrer as artérias finas que saem, por exemplo, da Plaza de La Catedral.

Não sem antes se perder ali algum tempo, ouvindo a “música esculpida em pedra” na fachada da catedral barroca com o nome da cidade ou procurando a sombra das arcadas dos palácios que rodeiam a praça, frequentada por “dandies” ou típicas cubanas de enormes “habanos” na boca, que contam histórias ou fazem pose para as fotos em troca de um ou dois CUC. Para refrescar, é imprescindível tomar um “mojito” (espécie de caipirinha feita com rum e hortelã-pimenta) na Bodeguita del Médio, imortalizada por Hemingway.

Três quarteirões abaixo, a Plaza de Armas, sede do poder em Cuba durante quatro séculos, oferece sombra, água e livros em segunda mão, mais um punhado de museus e o Castillo da Real Fuerza, apresentado como o mais antigo forte da América, embora o original tenha sido destruído por franceses logo em 1555. Segue-se pela estreita e colorida Obispo e à vista impõe-se o mítico hotel Ambos Mundos, onde Hemingway escreveu “Por Quem os Sinos Dobram”.

Aura noctívaga

O local é inspirador, só isso explica que em frente, na Calle Mercaderes, também o nosso Eça de Queirós tenha nele feito poiso décadas antes.

Em vez da “piña colada” ou dos “daiquiris”, o então cônsul de Portugal (1872-1874) preferiu uma modesta casa de chá (Casa de Las Infusiones) para os seus tempos livres. Hoje é um lugar simpático e airoso, onde o escritor ocupa toda uma parede em azulejo com uma imagem e uma frase: “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”.

Vale a pena continuar por essa rua, descobrindo-a até à Plaza Vieja e aí virar pela Calle Brasil até ao Capitólio Nacional (evite-se a paralela Amargura, que faz jus ao nome). Obrigatório é conhecer esta réplica livre da Casa Branca meio metro mais alta, mandada construir pelo ditador pró-americano Gerardo Machado em 1929 e que durante três décadas foi sede do Congresso cubano. A megalomania tem peso e medida: uns Passos Perdidos com 120 metros de comprimento, uma estátua de Júpiter de 17 metros de altura (a terceira maior do mundo debaixo de tecto) e a cópia de um enorme diamante de 24 quilates cravada no chão.

A humidade e o calor colam-se à pele, mas ainda há tempo para visitar a Real Fábrica de Tabacos Portagás, nas traseiras do Capitólio, antes de passar pelo Gran Teatro de La Habana, sede do Ballet Nacional e da Ópera estatal em direcção ao Café du Louvre, no Hotel Inglaterra. Foi aqui, num dos mais finos hotéis da cidade, frente ao Parque Central, que José Martí fez o discurso próindependência em 1879, e mais tarde se alojaram muitos jornalistas que cobriram a guerra Espanha-EUA.

Dizem os havaneros que a cidade acorda às dez da noite. Mas vale a pena ir mais cedo, a partir das 20h00, para o parque histórico-militar Morro Cabañas, do outro lado do estreito da Baía de Havana, e assistir à antiga cerimónia do tiro de canhão, disparado pontualmente às 21h00, precedido de um ritual cénico de cerca de meia hora para simular o encerramento das portas da desaparecida muralha que rodeava a cidade.

Depois do jantar, parta-se à descoberta da música. A cidade tenta manter a aura noctívaga com que brilhava nos anos 50, quando foi ninho de “gangsters” como Lucky Luciano ou Meyer Lansky, com os seus cabarets e “nightclubs”, ainda hoje muito concorridos, ao contrário dos casinos, hoje inexistentes. A “Cartelera” (www.cartelera.com) publica semanalmente a actividade cultural da capital e como em tudo, difícil é escolher. Mas pode sempre optar-se por percorrer alguns dos oito quilómetros do Malecón, a avenida marginal onde se dança e ama, sobretudo junto ao histórico Hotel Nacional, onde a festa se faz na rua, mesmo que já não seja tempo do Carnaval de Agosto.

De Ambos Mundos a Cojimar
No rasto de Hemingway

Ernest Hemingway foi um dos raros americanos que “adoptou” Cuba antes da Revolução e conseguiu mantê-la sua e manter-se lá depois dela. “Papa Hemingway”, como é conhecido pelos cubanos, viveu mais de 20 anos em Havana, os primeiros no quarto 511 do Hotel Ambos Mundos, num local privilegiado de “Habana Vieja” que ainda hoje fervilha de turistas e transeuntes.

Nas paredes do quarto grafitou dois dos seus lugares eleitos e tornou-os locais de culto, ao escrever “mi ‘mojito’ en La Bodeguita [del Medio], mi ‘daiquirí’ en La Floridita”. Por não o ter referido tão explicitamente, o restaurante Zaragozana quase ficava fora da história, apesar de ter sido um dos melhores de Havana dos anos 40 e um dos preferidos de Hemingway.

Na década de 40, o escritor mudou-se para Finca La Vigia, um solar colonial de estilo espanhol nos arredores da cidade (em Cojimar), rodeado de buganvílias, mangueiras e jacarandás que comprou em 1940 com os “royalties” de “Por Quem os Sinos Dobram”. Ali escreveu, entre grandes pescarias, grande parte da sua obra, incluindo “O Velho e o Mar”, que lhe valeu um Pulitzer em 1952 e lhe pré-anunciou o Nobel da Literatura (1954).

Em Cojimar, tornou-se frequentador assíduo de La Terraza, outro local de culto onde colheu inspirações nas histórias de pescadores para criar a personagem Santiago. “Tudo o que nele existia era velho, com excepção dos olhos, que eram da cor do mar, alegres e indomáveis”, contou do homem que, ao fim de 84 dias sem apanhar peixe, lutou até à vitória, quase corpo a corpo, com um espadarte, para depois o ver devorado por tubarões no regresso a terra.

Depois da sua partida voluntária para os EUA, Castro nacionalizou Finca La Vigia com todo o seu recheio, para três décadas mais tarde, em 1994, a reabrir como museu, com tudo tal e qual como o escritor deixara quando partiu para morrer onde nascera.

Um mar de “resorts”
Buena Vista Varadero Social Club

Al Capone costumava passar férias aqui. Meyer Lansky sonhou construir neste local uma megacolónia de férias para americanos endinheirados em torno de casinos, bons hotéis e bordéis de luxo, tal como em Havana. Mas isso muito depois de, no alvor dos anos 30, o multimilionário norte-americano Irénée Dupont de Nemours, que fez fortuna a vender pólvora na I Guerra Mundial, ter transformado a estreita península numa estância balnear completa, com uma grande mansão a Casa Xanadú, ainda hoje um distinto hotel de charme, campos de golfe, aeródromo e uma pequena marina.

Hoje, tudo isso ainda existe.

Mas mergulhado num mar de “resorts” que preenchem os 20 quilómetros de costa de Varadero.

Bem-vindo à Meca do turismo de Cuba. Mostre-me a sua pulseira e dir-lhe-ei quem é.

Podia ser Palma de Maiorca, Jamaica ou Brasil. Dezenas de “resorts” coloridos de diferentes modelos e tamanhos (Meliá, Accor, Iberostar e afins), de enormes piscinas com bares dentro, faixas exclusivas de areia branca e águas cálidas e sistema “tudo incluído”, de acordo com a cor da pulseira com que somos enfeitados à chegada.

Mas é Cuba de bar aberto. Venham os “mojitos”, as “piña coladas”, os “granizados”, os “añejos”, os “daiquiris”.

Mas não espere a qualidade dos bares de Havana.

Aqui a oferta é outra e escreve-se como Hemingway fez: “La Mer”. O mar é mulher, doce, quente, calma, com quem apetece ficar. Mesmo quando o céu se rasga em trovoadas espectaculares. Com quem apetece partir à descoberta de outros horizontes, até uma qualquer ilha deserta ao menos por uma tarde.

Onde apetece mergulhar e encontrar tesouros vivos, corais multicolores (ou serão flores?), peixes fluorescentes e outras espécies, grutas, cavernas... E o imenso azul a perder de vista.

Em todos os hotéis é grande a oferta de actividades, passeios ou incursões marítimas até aos “cayos”. Estes são os mais procurados: “tours” de seis horas em catamarãs, iates ou veleiros, com passagem pelo delfinário onde se pode nadar com golfinhos ou apenas assistir a um espectáculo, experimentar o “snorkeling” e seguir até Cayo Blanco, onde um muito organizado restaurante serve uma refeição à base de lagosta.

Mas há também a pesca desportiva ou de profundidade, o mergulho com botija nos corais, a aventura de conduzir um Aqua Ray (pequenas lanchas), alternada com passeios a cavalo ou de jipe, ou quem sabe até um salto radical de pára-quedas, em que pode flutuar durante 10 minutos antes de aterrar na praia em frente ao seu hotel. Há ainda um vasto leque de excursões para diferentes cidades e locais de interesse do país, para já não falar de outros destinos como Cancun (México), Bahamas, Jamaica ou Guatemala.

Não, não vá ainda. Por uma noite, deixe o conforto do “todo incluido” e vá jantar a um dos bons restaurantes da zona urbana da península, experimente dançar a rumba ou a salsa sem complexos.

Mas se for quarta-feira, a primeira ou a terceira do mês, então que seja a sério, com “la sabrosura de la música cubana” dos Buena Vista Social Club. Melhor seria dizer os seus sucessores e convidados, mas ainda no ano passado por lá passaram as divas Omara Portuondo, Teté Caturla e Xiomara Valdês, a comemorar o primeiro aniversário dos concertos da mítica banda de Compay Segundo no Centro de Congressos Plaza América ( junto ao Melia Las Américas), em Varadero. “No sé dónde está el mistério, pero todo el mundo se pone a bailar”.

Cayo Largo
Porto seguro de tesouros, tartarugas e pelicanos

Em Cuba não faltam pontos de atracção para os mergulhadores e viajantes da natureza, mas um dos mais interessantes é o arquipélago de Los Canarreos, composto por 350 ilhotes entre a Isla de La Juventud e Cayo Largo, em pleno Mar das Caraíbas. A primeira terá inspirado o escocês Robert Louis Stenvenson a escrever “A Ilha do Tesouro”, depois de séculos de esquecimento em que serviu de refúgio seguro a corsários e piratas.

Um tesouro subaquático, mas também subterrâneo, já que na costa sul da ilha se encontram as Grutas de Punta del Este, monumento nacional pelo valor histórico das pictografias encontradas nas suas paredes, as mais importantes das Antilhas.

Pela Isla de la Juventud passaram também dois dos maiores heróis cubanos de sempre: em 1870, José Martí foi ali recuperar-se das sequelas dos seis anos de condenação nas pedreiras de San Lázaro. Em 1953, foram enviados para o presídio modelo da ilha os assaltantes do Quartel Moncada, encabeçados por Fidel Castro. Dois museus assinalam as suas histórias.

Mas é nos caminhos do mar que se encontram as mais antigas relíquias.

Nos recifes e ilhotas até Cayo Largo (um dos mais distintos “resorts” do país) vivem tartarugas que ainda desovam na areia, iguanas que aceitam alimentos da mão das pessoas, gaivotas, pelicanos e outras aves oceânicas que aninham junto às rochas e praias de areia negra, formadas pela erosão das águas sobre as rochas de mármore. Um espectáculo natural acessível a todos por terra ou por mar, pois a oferta é grande: a cavalo, de iate, caiaque, catamarã, “snorkeling” ou mergulho. Difícil é escolher.

Quando ir

Em qualquer altura. A temperatura média anual é de 25 graus, variáveis entre os 22 no seco Inverno e os 27,5 no húmido Verão. A época mais solarenga é entre Janeiro e Abril, que coincide com a época baixa em termos de preços. As tempestades tropicais são comuns entre Maio e Outubro.

Como ir

A 25 de Julho foi inaugurada a linha aérea regular Lisboa-Porto-Havana, com partida todas as sextas-feiras e regresso de Havana no mesmo dia da semana, com a Euroatlantic, empresa do grupo Pestana em parceria com a Havanatur. Esta primeira ponte aérea permite ao viajante desenhar a sua própria viagem sem ter que fazer longas escalas noutros países. Para partidas até 19 de Setembro, viagem e estadia têm preços a partir de 1150 euros; depois de 19 de Setembro, a tarifa desce para os 963 euros. Até 31 de Agosto, a Previlege Tours tem um programa semelhante a partir de 1124,65 euros, já com taxas.

Onde ficar

Em Havana Hotel Nacional (5*) Mais que um hotel, é uma referência da cidade, de visita obrigatória.

Por ali têm passado algumas das grandes estrelas da música e do cinema, sobretudo realizadores, de cada década do último século e foi ninho da máfia de Al Capone desde que foi construído nos anos 30. O seu Cabaret Parisién disputa com o Tropicana o podium dos melhores de Cuba. Um quarto custa entre 100 e 1000 euros, entre o single e a suite presidencial. www.hotelnacionaldecuba.com Occidental Miramar (4*) Situado no distinto bairro de Miramar, de avenidas largas e belos solares onde se situam grande parte das embaixadas, este recente complexo oferece todas as comodidades inclusive para crianças e deficientes, sendo também ponto de partida para o turismo de saúde. Um quarto oscila entre os 70 e os 100 euros.

Onde comer

Em Havana

No Complexo 1830, em pleno Malecón, há comida cubana estilizada, onde se pode provar a "roupa velha", prato típico de carne de vaca desfiada com arroz e legumes, acompanhado de bom vinho espanhol, e experimentar os excelentes gelados cubanos. No distinto bairro de Miramar, vale a pena conhecer o Don Cangrejo, um restaurante-bar com piscina frente ao mar, com óptima comida crioula e "marinera" lagosta a preços convidativos. Em "Habana Vieja", o famoso La Floridita não serve só os daiquiris preferidos de Hemingway: é especializado em mariscos.

Em nenhum faltará a música ao vivo. Atenção aos "paladares", restaurantes privados para onde o turista é muitas vezes encaminhado por motoristas de táxi que ganham a sua comissão: os preços são em geral mais altos e normalmente cobram uma taxa de 10 por cento, nem sempre assinalada no menu. Há alguns excelentes.

Casas de música

Em Havana

Há pelo menos duas que dão por esse nome, uma em Miramar e outra em Centro Havana, ambas com animação ao vivo de tarde e à noite. O Teatro Nacional, na Praça da Revolução, tem também uma oferta variada à tarde e noites temáticas. Próximo do Hotel Nacional, muito perto do Malecón, o Gato Tuerto é um restaurante e café-concerto sempre muito animado, e não muito longe o velhinho jazz club La Zorra e El Cuervo continua a proporcionar grandes noites de sábado, com um jazz latino-americano de grande qualidade.

Informações úteis

Não é aconselhável usar dólares ou cartões de débito ou crédito. Os levantamentos com cartão são penalizados em 12 por cento; o uso de dólares e de cartões de crédito têm penalizações de 20 por cento. O ideal é levar euros.

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