Fugas - Viagens

Manuel Roberto

Macau - A corrida mais louca do mundo ainda vai a meio

Por Nuno Sousa

Uma região de fato de gala e em alta rotação. Uma região em forma de slot machine. Uma região que compensa em imaginação o que lhe falta em território. Viva o luxo!

A linha da meta é aqui. Não, a linha da meta é onde entendermos que deve ser. E o horizonte parece tão perto. E o Eldorado tão real que fazemos um esforço extra. Estamos quase, seja onde for que estejamos. Respiramos: mesmo que nunca cheguemos ao fim, o preço de viver o sonho é sempre um preço justo. Macau gira à nossa volta e é impossível não girar com ela.

"No photos, please." As câmaras são persona non grata dentro desta sala de jogo tamanho XXL. Estamos provavelmente na presença de um dos segredos mais mal guardados da história de Macau, mas regras são regras. "Business is business". Entrámos num centro comercial atrelado a um casino ou num casino atrelado a um centro comercial? É difícil encontrar uma resposta conclusiva.

Sim, já estamos nesse ponto. No ponto em que o jogo já não corre sozinho na pista, no ponto em que o jogo tem de olhar por cima do ombro para ver quem vem atrás. Não é que o estatuto de vício número 1 da região esteja em risco, nada disso - e este autocolante no autocarro que cruza o Leal Senado está aí para o atestar: "Linha aberta de aconselhamento para o vício do jogo". É somente uma questão de equilíbrio de forças, de reforçar o poder de atracção. Quanto mais isco tivermos na ponta da cana...

"Jogo, compras e entretenimento", deixa cair Alan Hills, chefe de fila do Cirque du Soleil versão Ásia. Ok, Macau não será apenas isto, mas, diz quem sabe, isto é o que mexe com Macau nos dias que correm. Não há por que monopolizar o mercado do lazer. Pode não haver espaço para tudo num território com 28,6 km2, mas há sempre espaço para a voz dos consumidores. E hoje eles falam em duchang (casino), gòuwù (shopping) e biaoyanhuì (espectáculo).

Em mandarim, sim, porque a criação pelo Governo chinês do Esquema Individual de Visitas, em Julho de 2003, abriu aos habitantes do continente as portas da cidade. Stanley Ho, por exemplo, explicou-lhes que eram bem-vindos quando reforçou a aposta numa frota de barcos de alta velocidade capazes de ligar a casa-mãe a Macau em pouco mais de 50 minutos. Não faltou quem mordesse o isco.

Basta olhar para as estatísticas: nesse ano, o número de visitantes cresceu três por cento, para um total de 11,8 milhões; em 2004, a indústria do turismo registou uma subida de 40 por cento; em 2005, Hong Kong foi pela primeira vez ultrapassada pela China como fornecedor maioritário de "clientes". Nunca mais recuperou.

É por isso, porque o interesse na região continua inflacionado, que nivelar o binómio oferta-procura tem o rótulo work in progress. As camas disponíveis passaram de 9514 em 1999 para 19.557 em 2009 (and counting), os 531 guias turísticos transformaram-se em 1335 (and counting), os passageiros no aeroporto internacional dispararam de 2,6 para 3,1 milhões (and counting).

Mas isto é apenas contabilidade. Serve para dar um cheirinho acerca do Big Bang turístico, mas não para sentir o pulso à cidade. Usamos o estetoscópio? Batimentos cardíacos acelerados quando olhamos para o skyline de ponta a ponta, para a quietude cinzenta do rio das Pérolas, para os maníacos do bungee jumping a testarem a gravidade durante 233 metros de enfiada no cume da Torre de Macau.

Enquanto eles descem a uma velocidade vertiginosa, nós subimos num dos elevadores mais rápidos do mundo. Quando damos por ela, Macau está ali, aos nossos pés. São 360 graus de cidade, de paisagem, de vertigens. O último piso do edifício gira em câmara lenta e às tantas já não sabemos onde está a mesa de almoço. Desde que saibamos que a máquina fotográfica tem bateria suficiente, estamos descansados.

Êxtase. Êxtase talvez não seja a palavra certa, mas é a primeira que nos vem à cabeça.

Poupança, uma palavra proibida

Vamos assumi-lo sem rodeios: Macau não tem o encanto virgem do Oriente nem os pergaminhos do requinte europeu. Tem genes culturais cruzados e o resultado final está longe de nos fazer abrir a boca de espanto. Mas transborda de presença, de coragem para assumir o passado e enfrentar o futuro com as armas que estão mais à mão. E apregoa uma vontade irreprimível de comprar glamour.

"Bem-vindo a Macau" no cartaz à porta do terminal do ferry. "Bem-vindo a Macau" no sotaque vagamente português de um empregado do Sofitel at Ponte 16. "Bem-vindo a Macau" hoje e amanhã. No Inverno e no Verão. "Bem-vindo a Macau" porque a mesa está posta à medida do visitante. "Bem-vindo a Macau" porque sim.

Descemos do discreto mini-autocarro que nos acolheu de portas abertas desde a primeira hora e damos de caras com o exemplar Museu de Macau. Se existe uma explicação para o grande salto em frente do território, ela estará aqui. No terceiro piso, mais precisamente. Despachamos o sector das artes, espreitamos de longe o crescimento urbano e paramos na vitrina baptizada "Macau no século XXI". Which way is up? O que faz girar esta roda dentada? A resposta talvez não esteja à frente dos olhos, mas é-nos segredada ao ouvido: "O dinheiro, é o dinheiro que está a mudar tudo".

Aos poucos, vamos percebendo onde querem chegar. Não faz sentido poupar quando o objectivo é encher as medidas. Em 19 de Dezembro de 2001, era inaugurada aquela que ocupa ainda hoje o 10.º lugar no ranking das torres mais altas do planeta. Custou perto de 92,8 milhões de euros e oferece uma vista que se espraia por 55 quilómetros. Em Agosto de 2007, nasceu o Venetian Resort, com um super-centro comercial umbilicalmente ligado aos 3000 quartos do complexo, graças aos 1,7 mil milhões de euros investidos pelo multibilionário Sheldon Adelson. Nos primeiros meses de 2011, chega mais um concorrente: o Galaxy Cotai Mega Resort, os seus três hotéis e um casino dotado de 600 mesas de jogo e 1200 slot machines, tudo distribuído por uma área equivalente a 44 campos de futebol.

Mas deixemos a (suprema) excentricidade para mais tarde. Concentremo-nos, por agora, no património. Em cima deste chão, na Avenida Xian Xing Hai, já viveu o Pavilhão da Transição, essa lápide da icónica passagem de testemunho administrativo no já distante 20 de Dezembro de 1999. Quando Portugal bateu em retirada, o edifício, quem sabe se por uma questão de lealdade, seguiu-lhe as pisadas e foi desmantelado. Em Dezembro de 2004, ergueu-se em seu lugar o bem mais pomposo e difícil de memorizar Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau. Para que não nos esqueçamos da grandeza da China.

"Please". Basta isto. Isto e um sorriso de orelha a orelha, daqueles que servem de tradução automática para as palavras humildade e simplicidade sem precisarmos de dicionário. Paramos e deixamos o termómetro branco e longilíneo aproximar-se da testa. Beep! O funcionário do lobby do museu-e-nome-infindável agradece com um subtil aceno de cabeça e dá-nos via verde para seguirmos viagem. É assim que se retém a gripe A nas portagens por estas bandas.

Estamos com pressa e os 10 anos de migração do poder são revistos em pouco mais de 10 minutos. Da filigrana em ouro e prata com 1,5m de altura oferecida pelo Governo Provincial de Hebei à tapeçaria tibetana com 2,58m de comprimento, da escultura em jade cristal produzida em Qinghai ao manifesto-da-arte-em-madeira que é a Torre de Cegonha de 3m manufacturada em Shanxi, este mapa do tesouro é um X em si mesmo.

Arrepio. Arrepio talvez não seja a palavra certa, mas é a primeira que nos vem à cabeça.

Grande vício, pequenos crimes

O elevador do hotel dá sinal de paragem no piso 2. Os sulcos debaixo dos nossos olhos marcam 6h30, os dos três homens à nossa frente denunciam uma noite inteira de adrenalina. Queremos chegar rapidamente à mesa do pequeno-almoço, mas há quem tenha mais pressa em chegar a uma das dezenas de mesas de jogo que ocupam o primeiro e o segundo andares. Demasiado cedo para apostar? Não, demasiado cedo para desistir.

Aqui, o ritmo é este. Alucinante, imparável. É como se tivéssemos uma ficha vitalícia na mão e uma slot machine à espreita em cada esquina. É como se tivéssemos um cheque em branco no bolso e a única preocupação de saber a quem o endossar. É como se tivéssemos um bilhete premiado e faltasse descobrir onde o descontar. Façam as vossas apostas, senhores. O jogo já começou (nunca parou, se quisermos ser mais rigorosos) e não há como fugir dele.

"Cada vez que virem lojas de penhores relativamente próximas é sinal de que haverá um casino por perto", avisa Assunta, uma daquelas guias turísticas à moda antiga, incapaz de deixar os clientes sem porto de abrigo mesmo quando o sol está para durar. Tem razão. Quando se trata de jogar em Macau como no resto do Mundo -, o limite é o do peso do relógio, do brilho dos anéis, da roupa que se traz no corpo.

(Abrimos parêntesis apenas para uma curiosidade que vem a propósito. A penhora, praticamente uma instituição com mais de 1500 anos de vida na China, chegou a dividir-se em três. As lojas Tong, que permitiam o resgate dos objectos por um prazo até três anos, as lojas On, com um prazo de um ou dois anos e um juro ligeiramente mais elevado, e as Ngat, mais vocacionadas para operações urgentes de baixo valor e com uma baliza temporal de quatro meses a um ano).

É aqui, neste meridiano, que o crime e o jogo se tocam. Se pusermos de lado os "negócios" das tríades, sobra-nos a pequena criminalidade em Macau, aquela que é alimentada pela febre das apostas. Explicação adicional: "A maior parte dos assaltos a residências é motivada pelo vício. Os intrusos procuram normalmente pequenos objectos, pequenos electrodomésticos, que possam depois vender numa casa de penhores". Esqueçam a ocasião. Em Macau é o jogo que faz o ladrão. Perplexidade. Perplexidade talvez não seja a palavra certa, mas é a primeira que nos vem à cabeça.

É tempo de ligar os motores

Há um cheiro a carne adocicada nas ruas e uma brisa agreste junto à baía da Praia Grande - e já alguns quilómetros nas pernas. Há uma mini-concentração de graffiters nas costas do Casino de Lisboa - e um sol a correr as cortinas. Há filas intermináveis à porta dos hotéis-que-são-sobretudo-salas-de-jogo-com-alojamento-acoplado que em breve vão transformar-se em filas intermináveis junto aos cais de embarque. Os fins de tarde são assim. Muitas vezes as manhãs também.

Por hoje - e este hoje é simultaneamente um ontem afastado e um amanhã a caminho - o vento também distribui gasolina pelas esquinas e decibéis suficientes para elevar os tampões para os ouvidos à categoria de bem de primeira necessidade. Seguimos-lhe o rasto, ou não tivéssemos um livre-trânsito ao peito com a inscrição Windsor Arch 56.º Grande Prémio de Macau.

Não há como falhar. Os tapumes, a torre de controlo, a azáfama no exterior, as bancas de merchandising, o vaivém de autocarros, está tudo aqui. É a next big thing por que a região suspira de Novembro a Novembro. Entramos pela porta dos fundos, que é como quem diz entramos por onde verdadeiramente interessa.

Mesmo sabendo que um paddock é um paddock, nunca se está verdadeiramente preparado para isto. A passerelle está estendida e não há frio ou ameaça de chuva que atrase o desfile: o cabedal preto da Salon, o xadrez colado ao corpo da Resurs, as perucas multicor da Oceanus, o vermelho sangue da Yokohama. São elas, as modelos de olhos e roupa rasgada, que ditam as leis. Enquanto estiverem em pista, os carros e os pilotos serão sempre os adereços.

Este é o circuito visto do avesso - com as trocas de pneus, os coletes reflectores, as últimas afinações. Com 259 pilotos de 37 países. Do outro lado, o ambiente é outro. Pelas bancadas passarão mais de 58 mil espectadores durante os três dias de prova, com apitos a rodos (se se festejasse o São João em Macau, o Grande Prémio seria uma boa sessão de treinos), gritos de espanto e particular atracção pelos acidentes. Para quem tivesse dúvidas acerca da herança portuguesa...

Sintonia. Sintonia talvez não seja a palavra certa, mas é a primeira que nos vem à cabeça.

A reboque de um trio de luxo

De dia, crepitam os motores. À noite, a corrida continua, mas noutro palco, bem mais ao gosto dos macaenses. São 19h30 e o canídromo abre as portas para o primeiro tiro de partida. Um, dois, três, quatro, cinco, seis galgos, lado a lado. O blazer bordeaux do juiz chama a atenção, mas não tanto como o isco translúcido que atrai os velocistas. Abrem-se as cancelas e a caça ao prémio. Louvores para a pista 2.

Enquanto a segunda leva de "atletas" é inspeccionada para o segundo round, nos bastidores os clientes regulares vão-se revezando como numa estafeta 4x400m. Das 42 cabines de apostas, apenas 15 estão abertas. Por hoje, é suficiente. Olhos colados no ecrã (mesmo que a prova, ao vivo, esteja a 50 metros de distância), olhos colados no bilhete, olhos colados no portão de saída.

Bem vistas as coisas, há qualquer coisa de Wacky Races no ambiente que se vive em Macau. Lembram-se de Dick Dastardly e do seu Double Zero? Não? E de Mutley, o cão de riso contagiante mais mordaz da história das séries de animação? Pois bem, é como se a região tivesse alinhado os carros que disputam "A Corrida mais louca do Mundo" e o semáforo verde.

A diferença fundamental é que o nível competitivo é tão sofisticado que as artimanhas - tão naif e inconsequentes no contexto original - são obrigadas a acompanhá-lo. Talvez não. Na verdade, a diferença maior é que, nesta corrida, a vitória de um concorrente é quase obrigatoriamente a vitória do outro. Seja como for, lá vão eles lançados na frente: o jogo, o entretenimento e as compras.

E faz sentido, se olharmos para a entourage que os envolve. É um exército de trabalhadores a puxar (os clientes) para o mesmo lado e a reduzir a mínimos históricos a taxa de desemprego na cidade. Aqui, o George "exterminador-de-postos-de-trabalho" Clooney que enche o ecrã em Up in the air (Nas Nuvens) teria dificuldade em sobreviver. O momento é de aceleração, não de encostar às boxes.

Inveja. Inveja talvez não seja a palavra certa, mas é a primeira que nos vem à cabeça.

Quão ofuscante será o futuro?

Joyce, Chloe Chong, Simpson Lei, Annie Lao são apenas alguns dos jovens rostos que nos saíram ao caminho durante esta visita relâmpago e um exemplo do bom momento de forma que a região atravessa. Macau confia-lhes a arte de bem receber e eles respondem com competência e muitas horas de trabalho. Faltou-nos, porém, um dedo de conversa com o relações-públicas do Hotel Grand Emperor.

Viemos aqui parar para provar que não nos esquecemos da (verdadeira) excentricidade, da rainha das extravagâncias, da chanceler da ostentação. Estão preparados? Imaginem o que é entrar no lobby e perceber que olhar para o chão nunca fez tanto sentido. Imaginem o que são 78 barras de ouro de 1kg sob os nossos pés, distribuídas num anel de brilho ofuscante. Pode até ser demasiado kitsch, mas, acreditem, quando o certificado do tesouro está a um palmo do nosso nariz, quando a sola das nossas Camper está a pisar a fortuna que nunca teremos, apenas por capricho decorativo, chega a ser ridículo ficar indiferente.

Chamam-lhe Caminho Dourado e percebe-se porquê - para isso não precisávamos da assistência de nenhum relações-públicas. Precisávamos, sim, que nos dissesse se faz sentido alargar este rótulo a toda a cidade; se é possível manter os (quase estratosféricos) padrões de oferta turística por muito tempo; se a herança de um território tão reduzido não corre o risco de ser engolida pelo furacão económico.

Incógnita. Incógnita talvez não seja a palavra certa, mas é a primeira que nos vem à cabeça.

"Aura cinza prata"
As pinceladas de identidade do território

Da mesma forma que não se diz a um habitante de Pisa que a torre precisa de correcção "ortopédica", não deve falar-se de nevoeiro com ligeireza quando se entra em Macau. Mesmo que na viagem de barco de Hong Kong até ao cais da cidade os vidros nos pareçam cinzentos. Mesmo que do alto dos edifícios tenhamos de redefinir o conceito de vista panorâmica. Nevoeiro não entra aqui.

Pelo menos nesta conversa de café não deveria ter entrado. Estamos a vigiar o rio das Pérolas em plano picado e o desabafo sai naturalmente: "Este nevoeiro é já uma imagem de marca?" O aceno de cabeça mostra que errámos o alvo, mas há cortesia suficiente na resposta para nos tirar qualquer esboço de desconforto. "É mais uma aura cinza prata".

Se a especulação pode fazer vir à tona a poluição para explicar parte do fenómeno, a ciência ajuda a descodificar o resto. Especialmente na mudança de pele do Inverno para a Primavera, na costa do Sul da China o vento sopra de Leste para Sudoeste, provocando o aumento da temperatura e da humidade. Atrelados ao tempo húmido, vêm os chuviscos, o nevoeiro e os dias de pouca visibilidade. Estamos esclarecidos?

Ainda assim, não deixámos de tentar a sorte enquanto pudemos. O nosso Santo Graal era a luz perfeita para uma fotografia que fizesse jus à marginal que recorta a cidade. De mochila às costas, andámos até onde as pernas nos deixaram. Uma escada aqui, uma plataforma temporária ali, uma ponte, as traseiras de um bloco de apartamentos. Nada. A noite está a cair e coleccionámos pouco mais do que cansaço.

Agora já estamos dentro de um autocarro e já é dia outra vez. Agora já estamos a caminho da Taipa e a máquina continua pronta a disparar. Agora é tempo de pedir ao motorista para parar logo a seguir a esta curva. O topo da Torre de Macau, do outro lado da margem, continua desfocado. O céu continua nublado. Está para durar, esta aura cinza prata.

Macau de A a Z

A-Má
Um templo, um legado.
Divide-se por cinco pavilhões dedicados à veneração de diferentes divindades, cruzando o confucionismo, o taoismo, o budismo e as crenças populares.

Bungee Jumping
Para os adeptos da adrenalina pura, a Torre de Macau é uma paragem obrigatória. São 233 metros em queda livre.

Canídromo
Está farto de apostar no casino? Diversifique. Nas noites de segunda-feira, quinta-feira e sábado, há galgos para todos os gostos a 40 km/h.

Doca dos pescadores
Mini-centro comercial, miniparque de diversões, mega-vista panorâmica. É kitsch, mas não passa despercebido.

Estádio de Macau
Palco da cerimónia de abertura do Jogos da Ásia Oriental, este recinto com capacidade para 16.000 espectadores já serviu de balão de ensaio à selecção de Portugal em 2002.

Fortaleza do Monte
Foi uma das principais muralhas defensivas da cidade, construída pelos jesuítas entre 1617 e 1626.
Cobre uma área de 10.000 m2.

Grande Prémio
Um must. A região prepara-se ao longo do ano para receber com pompa e circunstância uma prova que já faz parte da história do desporto automóvel.

Hac-Sa
É sinónimo de praias, com águas cálidas e areias macias. Nas imediações, há cozinha portuguesa e chinesa à espreita.

Igreja de São Domingos
Sede da publicação do primeiro jornal português em solo chinês. Chamava-se A abelha da China e foi lançado a 12 de Setembro de 1822.

Jardim Lou Lim Ieoc
Restaurado pelo Governo, conserva o estilo dos jardins de Suzhou do século XIX. É hoje procurado para passeios, danças do leque e tai-chi.

Kun Iam
Assente num pedestal que é uma flor de lótus, esta estátua localizada na Avenida Sun Yat Sen alberga o Centro Ecuménico das religiões orientais.

Leal Senado
Construído em 1784, este edifício neoclássico acolheu a primeira câmara municipal de Macau. Ainda hoje mantém essas funções.

Mercado vermelho
É o mais conhecido e procurado dos mercados da cidade. Carne, peixe, aves, especiarias, fruta, tudo vem parar a este edifício de três pisos típico dos anos 1930.

Nave desportiva
Trata-se da maior e mais moderna infra-estrutura desportiva da região. Este complexo de três andares foi inaugurado em 2005 e possui uma arena com capacidade para mais de 7000 espectadores.

Open de Macau
O torneio de golfe abrilhantado pela vitória de Colin Montgomerie, em 2003, foi fundado cinco anos antes e faz parte do Asian Tour.

Pastéis de nata
Sim, pastéis de nata em Macau.
Em Coloane, para sermos mais precisos. Não são os de Belém, mas dão para matar saudades.

Quinhentos mil
Número aproximado de habitantes em 2007, o que indicia um acréscimo desde o Censo levado a cabo em 2001 (435.235).

Ruínas de São Paulo
São uma espécie de altar da cidade, a pièce de resistance do património local. E também o que resta do antigo edifício da Igreja da Madre de Deus e do Colégio de São Paulo, destruído num incêndio em 1835.

Sé Catedral
Era aqui que, antes da transferência de Macau para a alçada da China, eram "entronados" os novos governadores vindos de Portugal.

Torre de Macau
O restaurante, os cinemas, as lojas do interior não conseguem competir com a imponência exterior do edifício. É a rainha do skyline.

UNESCO
Colocou o Centro Histórico de Macau na galeria do Património Mundial. Trata-se do 31.º contributo do território chinês para esta lista de elite.

Venetian
É simplesmente o maior hotel da Ásia (ou a maior estrutura a acolher um hotel) e o quarto edifício com maior área do mundo. E chega.

Wentworth Miller
Um dia é o Mr. Prison Break, no outro são estrelas de Bollywood.
Para além dos hotéis, também há visitantes de luxo.

Xiàngqí
Também conhecido como xadrez chinês, faz parte do lote de jogos tradicionais de Macau e é uma das razões pelas quais os macaenses se sentam à mesa num espaço público.

Yin
Há quem lhe chame The Bubble of Yin, mas The Bubble é suficiente.
O que é? Uma das atracções mais sofisticadas da região. Parte do empreendimento City of Dreams, é uma experiência multimédia que envolve os espectadores numa extravagância sensorial de 360º enquanto desvenda uma história repleta de magia.

Zaia
O sonho de uma criança (mote para o espectáculo) transformou-se numa noite de sonho para muitos espectadores. O Venetian alberga o primeiro show permanente do Cirque du Soleil no mundo, mas a adesão dos asiáticos tem ficado abaixo das expectativas.

A Fugas viajou a convite do Gabinete de Turismo do Governo de Macau

Onde ficar

Hotel Sofitel Ponte 16

É um hotel que é um casino, um casino que é um centro de congressos, um centro de congressos que é um spa, um spa que é um jardim infantil, um jardim infantil que é um ginásio, um ginásio que é uma galeria de arte. Os quartos (408, no total) são espaçosos, confortáveis e oferecem uma vista pacificadora sobre o rio. O staff é tão disponível quanto competente. O lobby, os elevadores, o bar têm glamour e imponência q.b. E os detalhes... os detalhes são tudo. É um hotel de luxo com L maiúsculo.

Rua do Visconde Paço de Arcos
Tel.:(+853) 88610016
www.sofitel.com

Quartos entre 96 e 200 euros/noite

O que fazer

Depende apenas da vontade, porque por muito pouco tempo que tenhamos conseguimos trazer para casa o essencial. E o essencial tanto pode ser o roteiro clássico com visto da UNESCO (Ruínas de São Paulo, Fortaleza do Monte, Fortaleza da Guia, Templo de A-Má, Praça do Leal Senado, Igreja de São Domingos), como o entretenimento puro (canídromo, hipódromo, Cirque du Soleil, Grande Prémio de Macau - no final de Novembro), como a rota museológica (museus Marítimo, de Arte, do Vinho, do Grande Prémio) ou o pulmão verde que (ainda) resiste em Coloane.

Onde comer

360º Café
O buffet é de perder o norte (pela variedade e pela rotação do último piso do edifício). Índia, Portugal, Japão, China e Macau juntaram-se todos à mesa para uma troca de experiências e o resultado foi este: 360º de travessas e tabuleiros, pratos e panelas, aromas e texturas, cores e sabores. Só mesmo a vista desarmante sobre a cidade poderia convidar-nos a levantar os olhos do prato.
Torre de Macau
Tel.: (853) 8988 8622
De segunda a domingo, das 11h30 às 15h e das 18h30 às 22h.
Almoço: 18 euros; Jantar: 26,6 euros

Restaurante A Lorcha
Para os nacionalistas de barba rija. Feijoada, bacalhau, costeletas grelhadas, caldo verde, tudo junto ao Museu Marítimo, num espaço cujo nome deixa poucas dúvidas quanto à sua origem. Hoje, o restaurante já não é gerido por portugueses, mas conserva o ambiente acolhedor e uma aceitável relação qualidade-preço.
Rua do Almirante Sérgio, 289
Tel.:(853) 2831 3193
Refeições entre os 20 e os 30 euros

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