Fugas - Viagens

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Ich sou un zhurnalist europeo em voyage by train pela Europa

 


Perfis 

Beppe Severgnini: Figura ilustre do jornalismo italiano, 55 anos, prémio Jornalista Europeu do Ano 2004, professor de jornalismo, foi correspondente em vários países (Rússia e Leste Europeu, EUA ou China), escreve para o Corriere della Sera, apresentou programas televisivos e publicou duas dezenas de livros. Moderador do fórum Italians do Corriere, é uma celebridade junto dos italianos espalhados pelo mundo. Entre as suas obras (títulos traduzidos) "Um Italiano na América", "A Cabeça do Italiano", "Manual do Viajante Imperfeito", "Italianos com uma Mala" ou "A pança dos italianos. Berlusconi explicado para a posteridade" 

Mark Spörrle: alemão, 44 anos, é jornalista e vice-director do semanário Die Zeit, onde assina a coluna satírica Loucura da semana. Tem uma longa carreira jornalística, incluindo trabalhos para televisão, como um magazine satírico e é autor de livros de top, como "Senk ju for träwelling - Como viajar de comboio e realmente chegar ao destino".

Lido no blogue 

"Gosto dos intervalos para pensar dos alemães: dão aos italianos a possibilidade de tomar um café e brincar com o computador". (Moscovo, 30/04, Severgnini)

"Aquela Rússia que em seguida vamos deixar pode ser um país obstinado, mas não deixa de ser igualmente um sítio apaixonante e profundo. É como uma Itália rude, nórdica e continental." (Moscovo, 01/05, Severgnini)

"Nem sequer um dentista arranca um dente sem um dinheiro extra. Muitos procuram a sua sorte no estrangeiro, trabalhando como enfermeiros em Itália ou ajudantes de construção civil em Portugal." (Kiev, 01/05, Spörrle)

"No controlo da fronteira de Schengen com a Polónia surge tudo aquilo que pertence a um controlo oficial de fronteira (...). Logo a seguir as casas são maiores, os campos mais largos e as pessoas que lá trabalham mais reduzidas em número. É desta maneira aliciante que o país Euro se apresenta aos seus vizinhos pobres." (Kiev - Cracóvia, 03/05, Spörrle)

"No que se refere ao estado de espírito dos polacos, eles seriam aproximadamente os italianos do Leste - têm alegria de viver, são emotivos e vivem sempre as situações em cheio. Em contrapartida, os checos são mais como os prussianos: mais racionais, mais aplicados, mais pontuais e mais trabalhadores. (Praga, 05/05, Spörrle)

"Que cidade poderia ser mais adequada para ser o ponto central da nossa viagem do que Viena, com os seus muitos estereótipos e com uma mistura de tantas características - uma parte da gastronomia e da população vinda do Leste, a melancolia e a maneira de gozar a vida do Ocidente, a tranquilidade do Sul e uma medida necessária de pontualidade e precisão do Norte." (Viena, 07/05, Spörrle)

Na Europa do Sul, "transformam-se as expressões, transformam-se as cores e os sons, tal como se transforma também a concepção geral de limpeza e de ordem". (Lyon, 08/05, Severgnini)

"As crianças observam-nos, dois homens estrangeiros a serem filmados, e aparentemente acham que somos exóticos. Não deixam de ter alguma razão". "Marselha é uma cidade interessante, muito viva e temperamental." (Marselha, 10/05, Severgnini)

"Se passamos todas as noites numa cidade diferente (...) o nosso cérebro tenta automaticamente arranjar semelhanças. De repente, estamos a olhar para a Europa como turistas americanos. Um excelente exercício que todos os europeus deviam fazer de vez em quando." "Os imigrantes, no entanto, entenderam tudo. Olham para a Europa como um lugar especial e hospitaleiro e têm razão." "(...) Se todos os imigrantes interrompessem de repente o seu trabalho, a Europa ficaria parada como uma locomotiva defeituosa." (Barcelona, 11/05, Severgnini)

"No fim da nossa viagem espera-nos o Oceano Atlântico, sobre o qual ainda não colocaram caminhos-de-ferro. Até mesmo os alemães, que sabem fazer tudo, ainda não o fizeram." (Madrid, 12/05, Severgnini)

"O nosso comboio chega à estação de St.ª Apolónia, em Lisboa, com o sol matinal nas costas e a última parte do Tejo à nossa frente. A manhã brilha como os azulejos e eu constato que não estou tão emocionado como pensei que ia estar. Em contrapartida, estou muito cansado, porque não dormi o suficiente: os comboios de carga da Estremadura são barulhentos e as estações portuguesas bonitas demais para não serem observadas." "De manhã, como um presente, Lisboa. "Ele olha à sua volta e já não sabe para onde ir", é o que canta Ivano Fossati numa canção traduzida do italiano. Reconheço-me um pouco nessa situação, ao sair para a luz do Oceano Atlântico." (Lisboa, 13/05, Severgnini)

"Em todos os sítios por onde passei nesta viagem, os homens e as mulheres andavam com o seu smartphone, ouviam a música que eu oiço ou andavam com os mesmos sapatos que eu. Há muitas coisas que sugerem que eles também poderão pensar de uma maneira semelhante à minha." (Lisboa, 14/05, Spörrle)

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