Fotogaleria: Os mais belos sítios de mergulho do mundo
Atol de Bikini | Ilhas Marshall
Em 1954, este paraíso do Pacífico Sul viveu o apocalipse, durante um teste atómico promovido pelo exército dos EUA. Foi atingido por uma bomba de hidrogénio mil vez mais potente que os engenhos lançados sobre Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial. Entre 1946 e 1958, este arquipélago das Ilhas Marshall, situado a meio caminho entre o Havai e a Austrália, foi cenário de 66 testes nucleares. Finalmente foi encerrado e vedado ao mundo durante meio século. Os elevadíssimos índices de radioactividade implicaram a transferência de toda a população para ilhas vizinhas. Foi esquecido pelo mundo até Julho de 1997, depois de seis relatórios diferentes terem declarado o atol livre de radiações em níveis perigosos para os seres humanos, mas, por segurança, não autorizaram o seu repovoamento. Os primeiros visitantes constataram com incredulidade a espantosa regeneração da natureza, que levou as Ilhas Bikini a serem declaradas Património da Humanidade pela UNESCO, em 2010. Mergulhadores de todo o mundo sonham em visitar estas suas águas inexploradas, até agora ainda limitadas a alguns, ainda poucos, afortunados. Para além do número extremamente elevado de peixes de todas as espécies, com florescentes ecossistemas marinhos, é também o paraíso terrestre para os amantes do mergulho em naufrágios. No fundo da sua lagoa, está depositado um gigantesco cemitério de navios de guerra completos, nomeadamente porta-aviões, que foram usados nos testes das forças armadas norte-americanas. Uma das grandes estrelas da galeria é o Nagato, o navio-almirante japonês, de onde foi dada a ordem de ataque a Pearl Harbour, que levou à entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial.
Atol de Rangiroa | Polinésia
Muito poucos locais no planeta terão o poder de atracção das ilhas polinésias, no Oceano Pacífico. Tanto em terra firme como no mar, a beleza natural é estonteante. Para um mergulho memorável, seleccionámos o arquipélago de Tuamotu e o atol de Rangiroa ("Grande Céu", no dialecto local), o segundo maior do mundo. Tem uma impressionante superfície de 1640 quilómetros quadrados, uma lagoa de 78 quilómetros de largura, com profundidades entre os 20 e os 35 metros (com visibilidade de 30 a 50 metros). A calma e pacatez numa superfície pincelada por convidativas praias de areia branca e fina e águas límpidas, quase paradas, contrasta em absoluto com o frenesim subaquático. Corais coloridos abrigam uma intensa vida marinha, que eleva a pressão arterial a qualquer mergulhador. E se a adrenalina não subir com a diversidade dos mais inofensivos habitantes destas paragens, onde se incluem golfinhos, tartarugas e raias, não irá certamente resistir aos "pesos pesados" da região, no caso os tubarões-martelo. Há ainda possibilidade de mergulho com baleias jubarte entre os meses de Agosto a Outubro.
Blue Hole | Belize
É mundialmente conhecida esta cratera em forma circular, com 300 metros de diâmetro e 130 de profundidade, rodeada por recifes de coral. Situado no Atol Lighthouse Reef, a aproximadamente 110 quilómetros do continente, ficou famosa pela forma como foi retratada pelo famoso oceanógrafo francês Jacques Cousteau no seu programa televisivo, em 1984. É um dos destinos obrigatórios para mergulhadores de todo o mundo, possibilitando descidas a mais de 40 metros de profundidade com águas cristalinas. Este antigo sistema de grutas e cavernas calcárias, que desabou na última era glacial, acabou por ser preenchido pela água do mar, que permanece quase imóvel dentro das suas paredes de pedra. Com uma temperatura constante de 25 graus, a visibilidade excede muitas vezes os 45 metros, possibilita um mergulho impressionante e diferente. No interior da barreira de coral que envolve o Blue Hole, a vida animal é riquíssima.
Bunaken | Indonésia
Uma pequena ilha, de oito quilómetros quadrados, cercada de águas intensamente azuis e dos mais belos e impressionantes corais. Mais do que fauna graúda, este é o paraíso de criaturas marinhas mais pequenas, de surpreendentes cores e formas, como os extravagantes peixes mandarim, polvos de aspectos curiosos, peixes sapos, linguados que abrem as asas, nudibrânquios (subordem de moluscos gastrópodes marinhos) de cores inimagináveis, ouriços fluorescentes ou cavalos-marinhos pigmeus. Situada ao norte da ilha indonésia de Sulawesi, integra o Parque Marinho Nacional de Bunaken, abrigando uma variedade impressionante de diferentes peixes que podem ser vistos ao longo de todo o ano, mas também enormes esponjas, fabulosos corais rígidos e inúmeras outras criaturas fascinantes fazem as delícias dos mergulhadores que chegam a estas paragens. É particularmente procurada pelos denominados critter hunters (caçadores de criaturas), que já viram quase tudo nos mares do mundo e que esperam ainda ser impressionados com algo de novo. É ainda um ponto de referência mundial para a macrofotografia aquática.
Caimão | Índias Ocidentais Britânicas
Conhecido paraíso fiscal, este território britânico do Mar das Caraíbas, situado entre a Jamaica, Cuba e Belize, também deslumbra os mergulhadores de todo o mundo. No total, este arquipélago, descoberto por Cristóvão Colombo em 1503 e incorporadas pelos ingleses em 1655, compreende três ilhas, conhecidas como Grande Caimão, Caimão Brac e Pequena Caimão. Localizam-se no alto de uma íngreme e extensa montanha submarina, que é equivalente em tamanho às Montanhas Rochosas norte-americanas. Água quente, grande visibilidade aquática e uma vida marinha abundante e diversa são os argumentos que as tornam um dos mais importantes destinos turísticos das Caraíbas. Corais pretos, gigantes esponjas tambor e orelhas de elefante (esponjas alaranjadas) formam belíssimas gargantas e passagens, atraindo grande variedade animal, como coloridos cardumes de peixes, raias, tartarugas ou barracudas, mas também, de quando em quando, um tubarão gralha negra. Indispensável é ainda uma visita a um impressionante cemitério, com dezenas de navios e cascos em redor das ilhas.
Fernando Noronha | Brasil
Para muitos é uma espécie de Éden atlântico, com as suas areias douradas, águas cristalinas, corais e uma vida marinha luxuriante. O arquipélago de Fernando Noronha é o principal e mais belo parque marinho de todo o Brasil, situado no Oceano Atlântico, a 400 quilómetros do continente e formada por 21 ilhas e ilhotas. Constitui uma referência para o mergulho mundial, pelas condições excepcionais que proporciona. Graças a uma corrente marítima oceânica proveniente de África, as suas águas são quentes (média de 27 graus) e praticamente livres de sedimentos durante o ano inteiro, possibilitando uma visibilidade até aos 50 metros em todos os pontos destinados à prática desta modalidade. Tartarugas marinhas, golfinhos e tubarões são alguns dos mais respeitosos representantes da vida marinha destas ilhas, que já foram uma colónia penal, antes de se tornar no actual paraíso ecológico e turístico. Visitas a navios naufragados e a grutas subaquáticas são outras possibilidades para o mergulhador.
Galápagos | Equador
O arquipélago das Galápagos é, por muitos, considerado o melhor local para mergulhar do planeta. Formado por 19 ilhas e dezenas de ilhotas, está localizado no Oceano Pacífico a mil quilómetros da costa continental do Equador. A diversidade e singularidade da natureza nestas paragens são uma imagem de marca, que já deixou assombrado Charles Darwin no século XIX. Se a fauna e flora na superfície acabaram por inspirar a Teoria da Evolução das Espécies do famoso naturalista inglês, a riqueza e beleza submarina constitui, actualmente, uma das suas imagens de marca. Classificadas como Património Natural da Humanidade pela UNESCO, as Galápagos possuem a segunda maior reserva de vida marinha do mundo. Os mergulhadores desfrutam aqui da emoção de estar na água com animais de grande porte e a sensação de contactar com ambientes aquáticos totalmente intactos e inexplorados. Um simples mergulho à superfície permite observar iguanas marinhas, pinguins, tartarugas e diferentes espécies de raias e os mais variados peixes tropicais. A maior profundidade, a adrenalina sobe com a visão de cardumes de tubarões martelo e gralhas-brancas (uma outra espécie de tubarão), para além de golfinhos, focas e lobos marinhos. Nas ilhas mais distantes do continente, os tubarões-baleia e os cachalotes são as estrelas.
Grande Barreira de Corais | Austrália
Tem 2,2 mil quilómetros de extensão e é o maior recife de coral do mundo (só pode ser visto completamente no espaço), abrigando mais de 1500 espécies de peixes e outros animais marinhos. Só isto bastaria para colocar esta Grande Barreira australiana no topo de qualquer selecção das prioridades do mergulho mundial. Esta vasta e rasa plataforma continental do nordeste da Austrália, situada no Mar de Coral, no Oceano Pacífico, avança até 260 quilómetros mar adentro, ocupando uma área de 350 mil metros quadrados. Uma variedade impressionante de peixes, polvos, lulas e tubarões podem ser observados pelos inúmeros mergulhadores que aqui se deslocam, transportados por barcos e catamarãs de alta velocidade e grande conforto, em viagens mais ou menos distantes e longas (normalmente um dia inteiro). Os custos elevados para cada expedição são um dos grandes entraves. Os preços sofrem consideráveis oscilações relacionadas com o local de embarque e a distância a percorrer desde a costa. O mergulho nocturno é particularmente popular nestas paragens.
Maldivas | Índico
Destino de férias desejado em todo o mundo, este arquipélago do Oceano Índico é também uma referência para o mergulho. Mantas, raias, tubarões (entre os quais o tubarão baleia, que pode alcançar os 18 metros), tartarugas e uma infinidade de peixes tropicais são algumas das propostas das suas águas extraordinariamente azuis, que possibilita visibilidades até 50 metros aos mergulhadores. O mergulho em naufrágios também é muito popular, numa zona do globo que integra uma importante rota marítima. O arquipélago, que vive com particular dramatismo o fenómeno do aquecimento global, face à ameaça do seu desaparecimento com subida das águas do mar, é formado por 1200 ilhas, espalhadas por 26 atóis de origem vulcânica, numa faixa de 820 quilómetros de extensão. São, assim, inúmeras os locais e hipóteses de mergulho.
Mar Vermelho
Este golfo do Oceano Índico, alinhado entre a África e a Ásia, é uma presença obrigatória em qualquer top do mergulho mundial. O azul profundo das suas águas contrasta radicalmente com as areias avermelhadas do deserto em seu redor, que poderão estar na origem do seu nome. Aqui encontra-se uma das maiores concentrações de vida marinha do globo, com florestas de coral a servirem de abrigo a centenas de espécies de peixes, onde se destaca o peixe palhaço (imortalizado pelo filme Nemo), mas também o peixe Napoleão, o peixe-escorpião, o peixe-crocodilo e o peixe leão. A história também está presente no fundo deste mar e ao alcance do mergulhador, que pode visitar navios naufragados de todas as eras. Um dos principais centros de mergulho destas paragens está situado em Hurghada, no Egipto.