Fugas - Viagens

(arquivo)

(arquivo) Paulo Pimenta

Serra da Estrela pronta a esquiar

Por Carla B. Ribeiro

A estância de esqui da Serra da Estrela volta a abrir as portas - esta terça-feira - e, conforme as condições, assim irão ficando disponíveis os seus nove traçados, de dificuldades várias (o primeiro é a pista do Cântaro). A esquiar e a deslizar é tempo de voltar à Estrela. A neve artificial ajuda.

Não é novidade para ninguém: é raro que as condições meteorológicas perfeitas se reúnam no pico mais elevado de Portugal continental. Ora são as chuvas que arruinam os mantos brancos, ora são os mantos que tornam as estradas intransitáveis, ora são os ventos que, perante a ausência de protecção, transformam a desejável fofa neve em gelo duro. Por tudo isto, a Estrela mantém-se fora das rotas internacionais - embora os preços já atraiam um número considerável de estrangeiros, nomeadamente espanhóis.

Não fica, porém, de fora da lista dos destinos de todos os que, sem possibilidades de deslizar por pistas mais internacionais, têm na Estrela uma solução doméstica para dar uso aos esquis. Além do mais, a serra consegue surpreender de vez em quando os mais cépticos: neve perfeita, céu azul, vento inexistente - cenários mais frequentes no mês de Fevereiro.

Avisos feitos, sublinhe-se que pelas pistas tudo se mantém: nove traçados de todo o tipo de dificuldade e alimentados por canhões de neve artificial, além de cinco meios mecânicos (uma telecadeira e quatro teleskis) para facilitar a mobilidade entre elas. E, claro, muito espaço para escorregar e até dar uns quantos trambolhões. Seja de trenó ou donuts (bóias de borracha em forma da famosa guloseima) em zonas apropriadas ou simplesmente armado de um saco de plástico que deslize por qualquer ribanceira abaixo.

De sublinhar a existência de um Parque Infantil (25€/dia e 5€/15min.; sábados, domingos e durante férias escolares das 9h às 16h30) onde se pode deixar os garotos enquanto os pais se dirigem a aventuras mais exigentes. No parque, que inclui um espaço coberto, há insufláveis, jogos na neve com trenós e donuts, pinturas e plasticinas, jogos lúdicos, tiro com zarabatana, baloiços e escorregas, sempre sob a supervisão de um monitor.

Caso todas as previsões falhem e se der o caso de ou não haver neve ou de haver tanta que chegar às pistas é missão impossível, então o Skiparque Serra da Estrela, no Sameiro, próximo de Manteigas, inclui pistas de esqui alimentadas por neve sintética (duas: uma de aprendizagem e outra com uma descida de 400m, com uma inclinação de 25 por cento) e áreas para desportos radicais, além de uma panóplia de actividades: escalada, parapente, passeios TT e Moto4, provas de orientação, rappel ou slide. Desde o início do ano, o Skiparque inclui uma Escola de Ski, em colaboração com a Associação Pró-Estrela.

Mas desfrutar da neve não se limita aos traçados - que se aproveitam melhor nas primeiras horas da manhã - e nos últimos anos a serra desenvolveu uma série de esforços para reforçar a oferta. Além das experiências, que incluem desde aulas de esqui até passeios de Hummer pela serra, há uma forte aposta nos programas que se apoiam em produtos diferentes que a serra encerra.

A começar pela Rota das Antigas Judiarias, que percorre sítios como a Covilhã, Belmonte (com visita ao Museu Judaico, onde se instalou a sede da recém-criada Rede das Judiarias de Portugal), Penamacor, Fundão, Gouveia, Celorico da Beira, Trancoso, Guarda e Pinhel. Outra proposta complementar passa por um Roteiro das Aldeias Históricas que abrange Sortelha, Almeida ou Linhares da Beira.

--%>