Fugas - Viagens

  • Na Fábrica de Calçado Helsar
    Na Fábrica de Calçado Helsar
  • Na Fábrica de Calçado Helsar
    Na Fábrica de Calçado Helsar
  • Na Fábrica de Calçado Helsar
    Na Fábrica de Calçado Helsar
  • Na Fábrica de Calçado Helsar
    Na Fábrica de Calçado Helsar
  • Na Fábrica de Calçado Helsar
    Na Fábrica de Calçado Helsar
  • Na Fábrica de Calçado Helsar
    Na Fábrica de Calçado Helsar
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de chapéus Fepsa
    Na fábrica de chapéus Fepsa
  • Na fábrica de lápis Viarco
    Na fábrica de lápis Viarco
  • Na fábrica de lápis Viarco
    Na fábrica de lápis Viarco
  • Na fábrica de lápis Viarco
    Na fábrica de lápis Viarco
  • Na fábrica de lápis Viarco
    Na fábrica de lápis Viarco
  • Na fábrica de lápis Viarco
    Na fábrica de lápis Viarco
  • Na fábrica de lápis Viarco
    Na fábrica de lápis Viarco
  • Na fábrica de lápis Viarco
    Na fábrica de lápis Viarco

As fábricas abrem-se aos turistas

Por Alexandra Couto

A Câmara Municipal de São João da Madeira lançou um projecto pioneiro a nível nacional, que, envolvendo nove "Circuitos pelo Património Industrial" do concelho, pretende levar os turistas a conhecerem o que há de mais valioso na terra: as suas fábricas. Fomos os primeiros a passear entre os operários e descobrimos coisas novas sobre sapatos, chapéus e lápis.

Em São João da Madeira não se respira História em cada esquina. Nos oito quilómetros quadrados do município mais pequeno do país não há dólmens megalíticos, castros romanos, castelos medievais ou palácios renascentistas. O que há é gente, e vida, e o fazer-pela-vida, numa azáfama tal que, no equilíbrio entre um passado glorioso na chapelaria e a pujança exportadora da sua actual indústria do calçado, é esta localidade que continua a merecer o epíteto de Cidade do Trabalho.

Deixando para trás as zonas comerciais do centro, os parques verdes do concelho e a mancha densa do seu edificado habitacional e escolar, o que mais há em São João da Madeira é fábricas. Se o turismo é o sector do futuro, a receita agora é essa: promover a indústria local como o património mais valioso da terra e cativar potenciais turistas com o acesso privilegiado a essa oferta, dada a conhecer em contexto real, em horário de expediente, no meio da mão-de-obra activa, com o barulho das máquinas em movimento, entre poeiras e vapores da laboração.

O cenário não será assim tão intenso - de entre os nove locais que integram a oferta dos Circuitos pelo Património Industrial de São João da Madeira, seis são empresas de pequena e média dimensão em que é possível preparar rapidamente o cenário para a chegada de um grupo de visitantes, dois são centros de formação e tecnologia cuja actividade é sempre razoavelmente higiénica, e o último é um museu que já está mais do que habituado a estas coisas.

Mas é precisamente no primitivismo dessa envolvente fabril que reside o carisma da experiência - porque visitar fábricas era coisa dos tempos da escolinha e afinal agora os adultos também se podem deixar fascinar pelo encanto bruto do trabalho manual, a melodia ritmada de máquinas desnorteantes e soluções técnicas ao mesmo tempo tão óbvias e tão inesperadas quanto sanduíches de madeira e cola que geram tubinhos de esférica irrepreensível. Tudo isso, claro, em circuitos delineados de forma a evitarem-se os sectores mais cobiçados pela concorrência e a não se perturbar o bulir normal da produção, até porque a nação precisa de render.

O projecto que materializa toda essa estratégia só deverá ser apresentado oficialmente na próxima segunda-feira, mas a Fugas já foi espreitar três dos circuitos disponíveis e, embora alguns detalhes do produto turístico em si mesmo ainda estivessem a ser ultimados, a componente da produção industrial funcionava a todo o gás.


Fepsa
No princípio era o pêlo

Se São João da Madeira, no início, era o chapéu, a nossa primeira opção também foi pela Fepsa, onde pudemos apreciar como o pêlo em rama se transforma em feltro de tão elevada qualidade que faz da empresa líder mundial no seu segmento. Ainda sem o sistema de áudio que será disponibilizado aos visitantes, nem sempre foi fácil ouvir a guia que nos conduziu através do ambiente húmido da fábrica, mas a informação essencial passou: as fibras de pêlo começam por ser sujeitas a vapores que as concentram no exterior dos chamados "arcos"; daí sai uma primeira película de pêlo que, segura apenas por água, vai ser sucessivamente comprimida em máquinas como as semussadeiras e as multi-rollers; e passa-se depois à zona dos fulões e dos fornos de secagem, em que o feltro se revela já condensado no formato cónico que permite identificar nele qualquer coisa remotamente parecida com um chapéu.

A presença assídua que a Fepsa mantém na imprensa pode então revelar-se um problema. Saber que a empresa está associada aos chapéus da polícia britânica feminina, da banda Black Eyed Peas ou dos gangsters que com Johnny Depp desfilaram pela tela em Inimigos Públicos poderá provocar decepções a quem esquece que a firma quase sempre se limita a fornecer a outras marcas o feltro desengraçado que esses clientes, por sua vez, modelam como bem entendem.

Da visita à Fepsa sai-se, contudo, com maior apreço pela cor, pelo toque e pela resiliente universalidade do chapéu, qualquer que seja o seu formato. Porque os últimos momentos do circuito ficam reservados para a secção de acabamento, em que lixas rotativas conferem ao feltro a textura surpreendente da camurça ou do veludo, e depois há ainda o armazém em que, vibrantes de cor, os feltros de São João da Madeira se descobrem profundos viajantes, tantos são os destinos do mundo a que se dirigem.


Helsar 
Calçado feito para ser visto

O mercado dos sapatos da Helsar ainda não é tão vasto, mas a qualidade da marca vem contribuindo para a reputação internacional daquele que nas últimas décadas se afirmou como o produto nobre de São João da Madeira e um dos principais representantes da indústria nacional. O potencial das colecções da empresa adivinha-se, aliás, nos primeiros momentos da visita: na sala-museu há exemplares dos modelos mais representativos de cada ano de produção, desde os sapatos de criança com que iniciou a produção, em 1979, até aos stilettos de noiva com que vem conquistando as britânicas; e no seu armazém de peles há centenas de propostas, das mais convencionais às mais exóticas, com sintéticos lisos e estampados, couros texturados ou gravados a laser, escamas de cobra e até de peixe.

Escolhidos os materiais e o design do sapato, o circuito dos visitantes acompanha o da produção: os moldes cortam-se à mão ou a laser, no caso de desenhos mais exigentes; as peças que cobrem o pé são costuradas; essa gáspea é depois aquecida ou arrefecida para adquirir a devida curvatura; segue-se a aplicação dos contrafortes no calcanhar, o avivar das palmilhas, a montagem das solas e a aplicação dos saltos; e o sapato segue depois para os acabamentos finais, sempre num trabalho manual que inclui a remoção de excessos de cola, a passagem a ferro das peles e eventuais retoques de pintura.

Com etiqueta da Helsar ou de qualquer outra marca das que requisitam os seus serviços, todos os modelos da casa revelam uma estética cuidada que se pensaria dependente mais da tecnologia do que do rigor humano. Mas terminada a visita no showroom que leva muitas senhoras à histeria, a sensação que fica é a de que cada sapato ou bolsa da marca é sobretudo uma peça de artesanato, cujo trabalho justifica o preço da compra. "Até é pecado andar com sapatos destes pelo chão, a estragar", diz-se em voz alta, perante acabamentos sem mácula. A gerente da casa, Patrícia Correia, com ar de quem está farta de ouvir desabafos desses, corrige logo: "Eles foram feitos para serem vistos. E duram muito tempo. Mas convém que os gaste depressa para querer comprar outros, que é preciso dar trabalho a esta gente toda."


Viarco
A escrever desde 1931

Gente-gente, assim mesmo muita, é o que não há na Viarco, essa marca intemporal que acompanhou gerações de aprendizes de escrita e que, atrás de uma fachada insuspeita, nos recebe agora com telas de grande formato que reproduzem anúncios antigos e servem de antecâmara a edifícios subocupados - onde trabalham pouco mais do que uma dezena de funcionários.

Continuando a ser a única fábrica de lápis do país e, de acordo com a filosofia "carlsberguiana" do seu director, José Vieira Araújo, "provavelmente a mais pequena do mundo também", a Viarco o que tem mais é história e essa revela-se nas paredes. Com origens em Vila do Conde, a empresa foi adquirida em 1931 pelo industrial da chapelaria Manoel Vieira Araújo, que, apostado em diversificar o negócio, a transferiu depois para São João da Madeira, já sob a sua designação actual.

Seguiu-se o progresso tecnológico, a afirmação da marca e hoje combatem-se os efeitos da globalização com parcerias artísticas que, antecipando as exigências do consumidor, garantem à empresa maior inovação de produto. É toda essa bagagem, portanto, que decora as paredes da Viarco, que só pelo seu corpo físico já seria memorável - porque o cheirinho bom da grafite impregna todo o edifício com ares de infância, porque o pé-direito alto da fábrica faz lembrar o aconchego das antigas casas de família e porque na secção onde se cozem as minas as paredes se cobrem, lindas, nesse cinzento único que é escuro, mas limpo, carregado, mas sano.

Essa pintura atenua-se à medida que se avança para os departamentos de arredondagem, verniz e acabamento, através dos quais se descobre, por exemplo, que a grafite não é introduzida no lápis por um furinho na madeira. O trabalho mais impressionante da Viarco faz-se, contudo, fora da linha de montagem e só se desvenda por completo no único espaço da fábrica em que as paredes são efectivamente brancas: a sala nova que, funcionando como museu, loja e showroom, revela os projectos culturais mais significativos da marca e os produtos de que ela mais se orgulha - sejam bastões de grafite aguarelável para aplicação em grandes superfícies, maços de lápis perfumados, um estúdio portátil com cavalete encastrado ou lápis de ponta magnética que se colam ao frigorífico.

Em São João da Madeira, realmente, não se respira História em cada recanto. Mas em apenas três das suas fábricas descobrem-se casos exemplares da indústria nacional e mundial, e aspectos ignorados da nossa vivência quotidiana. Se se abrirem outras portas das mais de 3500 empresas da cidade, alguém lamentará que não seja do passado o ar que se respira?


Ciclo do Calçado


Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado

Foi no pólo de São João da Madeira do CFPIC que alguns dos principais criadores nacionais de calçado, como Luís Onofre e Paulo Brandão, desenvolveram a sua técnica e o seu talento. A escola abre agora as suas portas em pleno funcionamento, o que permitirá aos visitantes um contacto próximo com a azáfama indissociável das centenas de alunos que a frequentam no período diurno.

É nessa agitação que o CFPIC proporciona ao público dois roteiros distintos. Para um conhecimento essencialmente teórico, disponibiliza uma viagem pela evolução do calçado ao longo dos tempos, abordando materiais, estilos e hábitos associados aos sapatos de cada período da História. Para uma abordagem mais centrada na componente prática da indústria, dá depois a conhecer os seus diversos espaços de formação, entre os quais laboratórios e secções produtivas que reproduzem uma verdadeira fábrica do sector - do que resulta, aliás, a sua condição única na Europa, enquanto escola onde os respectivos alunos dispõem de todos os recursos para aprenderem a fabricar um sapato de princípio a fim.

É essa sintonia entre perícia e criatividade que justifica a lista de prémios que os alunos do CFPIC vêm arrecadando em sucessivas competições internacionais, graças a propostas que se destacam pelo seu apurado sentido de moda e pelo arrojo da sua inovação tecnológica.

Dias de visita: segunda a sexta-feira, com interrupção em Agosto.
Horário: 10h às 13h; 14h às 16h.
Número de visitantes: mínimo 10, máximo 15 a 20.
Pré-reserva: uma semana.
Duração da visita: 30 a 45 minutos, no circuito Como se faz um sapato; 30 minutos na opção História do Calçado.


Centro Tecnológico do Calçado de Portugal

A afirmação de São João da Madeira enquanto capital nacional do calçado deu-se com o contributo incontornável do pólo local do CTCP. Esse espaço sempre esteve disponível para grupos especializados, mas, embora a sua oferta se alargue agora ao turista anónimo, os responsáveis da casa reconhecem que é sobretudo para técnicos que a visita se revela de maior interesse.

Nos diversos gabinetes do CTCP desenvolvem-se vários serviços - desde formação profissional para quadros médios e chefias até à concepção de campanhas promocionais para o sector ou à criação de logótipos para marcas individuais -, mas é nos seus laboratórios que melhor se concretiza a missão de apoiar a fileira do calçado. Aí se procede, por exemplo, à certificação e ao controlo de qualidade de novos produtos, equipamentos e processos; aí se verifica a conformidade desses com as directrizes europeias; aí se testa a resistência de materiais, o poder de calce de cada sapato e o conforto do produto acabado.

Visualmente, não é no CTCP que se tiram as fotografias mais apelativas para um álbum de férias, mas também é aí que se pode aprender um pouco mais sobre tarefas tão "cinematográficas" quanto a criação de software industrial, a vigilância tecnológica e o registo de patentes.

Dias de visita: quarta-feira, com interrupção em Agosto.
Horário: 10h às 18h.
Número de visitantes: mínimo um, máximo 30.
Pré-reserva: mínimo de cinco dias.
Duração da visita: 30 a 60 minutos.


Evereste

Se a Helsar é a empresa que delicia as senhoras, a Evereste é a que mais cativa os gentlemen - porque, embora sem negligenciar o público feminino, é o sapato de homem que privilegia com a quase totalidade da sua produção.

Num edifício pacato iluminado por luz natural, os visitantes podem acompanhar todas as fases de um processo que, tendo por base a mesma rigorosa escolha de materiais, a insistência no conforto e uma atenção artesanal ao pormenor, acaba por resultar em modelos muito distintos entre si. A linha da própria marca Evereste, por exemplo, é a do calçado mais clássico, de desenho intemporal, enquanto a etiqueta Cohibas está reservada para os modelos mais arrojados da empresa - repartindo-se por uma colecção também formal, mas reinventada com detalhes originais; por outra gama casual, que, em botins, mocassins e ténis, explora um espírito mais cosmopolita; e por uma última oferta mais desportiva e ecléctica, audaz e colorida, para quem é muito seguro de si mesmo.

Na Evereste pode também apreciar-se o fabrico do calçado Miguel Vieira e de outras marcas que depositaram a sua confiança na empresa, pelo que a visita tem o efeito de ir gradualmente aguçando o apetite pelo produto final que se descobre num showroom com vários modelos, que os mais entusiasmados podem personalizar ao seu gosto, para uma experiência completa e exclusiva.

Dias de visita: segunda a sexta-feira, com interrupção em Agosto.
Horário: 9h às 12h; 14h às 17h30.
Número de visitantes: mínimo quatro, máximo 10, mas com alguma flexibilidade.
Pré-reserva: mínimo de três dias.
Duração da visita: 30 a 45 minutos.


Helsar

Dias de visita: terça a sexta-feira, com interrupção em Abril, Agosto e Outubro.
Horário: 15h às 17h.
Número de visitantes: mínimo cinco, máximo 20.
Pré-reserva: seis dias.
Duração da visita: 60 minutos.


Ciclo do Chapéu

Cortadoria Nacional de Pêlo

Aviso prévio: a Cortadoria não é a unidade com o odor mais agradável entre os diferentes circuitos pelo Património Industrial de São João da Madeira, nem aquela onde melhor se respira. Dito isto, convém reconhecer que esta é, ainda assim, uma unidade com um encanto especial, pela estética própria do seu ambiente decorado por pequenos flocos de pêlo a flutuarem no ar.

Tudo o resto é uma actividade delicada que não é passível de visita pública em todas as suas fases, mas que revela o essencial do processo mediante o qual o pêlo de animais como coelhos, lebres e castores - todo ele proveniente de espécies não ameaçadas e subproduto da indústria alimentar - é sucessivamente aparado, limpo, tratado e seco até adquirir a textura fina, leve e fofa de que se faz o feltro.

Vendida em rama, essa matéria-prima é depois encaminhada para sectores como o do vestuário, mas a maior parte da produção é absorvida pela indústria da chapelaria e, em particular, pela empresa Fepsa, que construiu a reputação de líder mundial no fabrico de feltros de qualidade precisamente com base no pêlo da Cortadoria - que é hoje uma das maiores empresas do mundo no seu sector.

Dias de visita: segunda a sexta-feira, com interrupção em Agosto.
Horário: 10h às 12h; 14h às 17h.
Número de visitantes: mínimo um, máximo 15.
Pré-reserva: mínimo de cinco dias.
Duração da visita: 30 minutos


Museu da Chapelaria

Tal como do pêlo se passa ao feltro e desse ao chapéu, também da visita à Cortadoria e à Fepsa se deveria seguir para um fabricante chapeleiro. Não restam hoje, contudo, quaisquer unidades representativas daquela que foi a maior indústria de São João da Madeira na primeira metade do século XX, quando o tratamento do feltro fez morrer muitos dos operários conhecidos como "unhas negras" por envenenamento por mercúrio, mas também impulsionou de forma ímpar o progresso do município. A representação da última etapa deste ciclo produtivo cabe, por isso, ao Museu da Chapelaria, que, aliás, não se limita a ser um repositório do património industrial dessa época áurea, porque aí ainda se criam hoje alguns chapéus, feitos por medida, sob encomenda.

Sendo o único espaço do género na Península Ibérica, o Museu ocupa aquele que foi o edifício-sede da maior empresa local de chapelaria e proporciona os seus visitantes não apenas uma viagem por entre as máquinas e as ferramentas que protagonizaram a evolução do sector, mas também o contacto com a experiência de vida dos seus antigos operários - a partir de uma vasta recolha testemunhal que garantiu à casa um grande acervo de memórias sobre a actividade laboral das antigas gerações de papeleiros, os seus hábitos sociais e culturais, e até as suas dores físicas. E chapéus para ver, no museu, claro que também há muitos!

Dias de visita: terça a domingo.
Horário: 9h às 12h30 e 14h às 18h de terça a sexta; 10h às 13h e das 14h às 18h aos sábados; 10h30 às 12h30 e 14h30 às 18h aos domingos e feriados.
Número de visitantes: Mínimo cinco, máximo 25.
Pré-reserva: dois dias, para grupos superiores a cinco pessoas.
Duração da Visita: 30 a 90 minutos.


Fepsa

Dias de visita: segunda a quinta-feira, com interrupção nos feriados, na Páscoa, em Agosto e na última quinzena de Dezembro.
Horário: 9h às 12h30 e 14h às 16h30.
Número de visitantes: mínimo um, máximo 15 adultos ou 12 crianças/adolescentes.
Pré-reserva: um dia.
Duração da Visita: 40 minutos.


Outros produtos

Heliotêxtil

Etiquetas de vestuário com instruções de lavagem, cinturas elásticas de boxers, bandas ajustáveis em botins e sapatilhas, cintos de segurança automóvel, alças de tiracolo em sacos de desporto, fitas para garrafas de conhaque - estas são apenas algumas das inúmeras aplicações em que a Heliotêxtil deixa a sua marca. O processo de fabrico da maior parte dessas fitas, etiquetas e passamanarias passa despercebido à generalidade das pessoas, mas o facto é que os produtos da empresa estão presentes em vários aspectos do nosso quotidiano, mesmo que sempre sob o nome das outras marcas que contratam os seus serviços - muitas delas de renome mundial, como se desvendará no passeio pela fábrica.

Num circuito povoado de teares, os visitantes têm agora oportunidade de conhecer os departamentos de tecelagem e impressão da Heliotêxtil, aprendendo como uma teia de milhares de fios pode dar lugar a padrões complexos, repetidos a grande velocidade até que a encomenda se dá por completa em tempo recorde - um dos méritos, aliás, que vem assegurando o crescente sucesso da empresa.

Ultimados os detalhes na secção de acabamento, os visitantes descobrem depois todo o potencial da marca num showroom em que há desde cachecóis com emblemas de futebol a fitas para telemóveis com as contas do rosário impressas a dourado. A visita termina na loja da fábrica, que oferece às objectivas o cenário mais colorido da visita, com milhares de bobinas de fitas lisas, entretecidas ou estampadas, todas elas reveladoras do know-how da Heliotêxtil e absolutamente tentadoras para almas prendadas que gostam de bricolage, lavores e tudo o mais que envolva coisas bonitas e delicadas.

Dias de visita: terça, quarta e quinta-feira, com interrupção em Agosto e Dezembro.
Horário: 9h às 12h e 14h às 17h.
Número de visitantes: mínimo um, máximo 20.
Pré-reserva: Oito dias.
Duração da visita: 60 minutos.


Viarco

Dias de visita: terça a quinta-feira, mas flexível, embora com interrupção em Agosto e no período de Natal.
Horário: 9h às 12h30 e 14h às 16h30.
Número de Visitantes: mínimo um, máximo 20.
Pré-reserva: uma semana.
Duração da Visita: 40 a 60 minutos.


Reservas e Boas-vindas


No arranque do projecto, todos os contactos com vista à reserva de visitas devem ser feitos através da Câmara Municipal de São João da Madeira, que para o efeito tem disponível o telefone 256 200 204, o email turismoindustrial@cm-sjm.pt e o site www.turismoindustrial.cm-sjm.pt. É também o edifício da Câmara que irá acolher os grupos organizados, aos quais serão aí disponibilizados receptores áudio para acompanhamento da visita no contexto sonoro da sua laboração real, máscaras de protecção para ambientes de respiração mais difícil e batas brancas que irão facilitar a distinção entre os operários fabris e os turistas de visita.

Até ao final do Verão, o Welcome Center dos Circuitos pelo Património Industrial de São João da Madeira passará a funcionar, contudo, no edifício da emblemática Torre da Oliva, que está já a ser recuperado para o efeito. Totalmente vocacionado para a actividade turística, esse espaço da antiga metalúrgica - também ele património arquitectónico industrial, na sua traça de 1950 - proporcionará ao público informação adicional sobre as unidades a visitar, fará a gestão de reservas e workshops, estará equipado com uma gift shop e, mais tarde, incluirá ainda um núcleo museológico sobre a história do calçado.

--%>