Fugas - Viagens

  • Ataco é apontada como uma das mais pitorescas cidades coloniais de El Salvador
    Ataco é apontada como uma das mais pitorescas cidades coloniais de El Salvador JOHN COLETTI
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    Ataco DR
  • A igreja domina a praça  de Juayúa
    A igreja domina a praça de Juayúa JOHN COLETTI
  • As ruínas de Tazumal
    As ruínas de Tazumal ULISES RODRIGUEZ/REUTERS

El Salvador, as flores de um segredo que é nosso

Por Sousa Ribeiro

Deixe-se embalar pelos sons, inebriar pelos festivais gastronómicos e apaixonar pelas suas gentes. Esqueça o passado do país, as suas guerras e imagem de violência, limite-se a ouvir o silêncio das ruínas maias de Tazumal e, sem se dar conta do tempo, percorra caminhos de paz e de fragrâncias, com a certeza de que nunca esquecerá esta viagem que, com receio de ser divulgada, irá esconder dos seus amigos.

Ela, com uma flor amarela no cabelo castanho e liso que lhe cai pelas costas, uns olhos coruscantes, negros como um corvo mas de uma luminosidade intensa, responde-me com um humor que, de tão inesperado, me deixa sem reacção:

- Mas qual é a tua ideia? A rota das flores? Mas se tens aqui uma para que precisas de mais?

Um homem, protegido do sol pela fachada branca da catedral, folheia um jornal onde se destaca uma rapariga com mais sorriso do que roupa e, como se escutasse aquele diálogo, de todo inverosímil, entre o viandante e a rapariga, dardeja olhares na nossa direcção de quando em quando.

- Olha, passou um há um ratito. O melhor que tens a fazer é apanhar ali, junto àquela esquina, o 218, que te deixa nas ruínas. Depois, vai perguntando, há sempre autocarros. São como vocês, os homens, perde-se um, apanha-se outro, uns são mais velhos do que outros, mais ou menos resistentes, mais ou menos bebedolas.

A sonora risada, deixando ver os dentes imaculadamente brancos, fez o homem levantar a cabeça e fitá-la gravemente.

- Voltas a passar por Santa Ana? Óptimo. É uma cidade bonita, não te parece? Cá te espero mas vê se, pelo menos em pontualidade, és capaz de ser diferente dos autocarros. Partir, partem a horas, chegar, é que nunca se sabe. Pelo menos em El Salvador.

E voltou a rir com prazer.

- Queres saber o meu nome? Ana, como a santa, mas um bocadinho menos do que ela.

Perscrutei uma vez mais a brancura da catedral e, sorrindo perante a perspectiva de fazer o sinal da cruz, pensei na minha mãe, a milhares de quilómetros de distância, e no adjectivo que utilizaria para definir esta personagem com quem acabo de travar conhecimento e de quem agora me despeço. Ela chamar-lhe-ia atrevida, eu, já há alguns dias em viagem pela América Central, mais identificado com o carácter das suas gentes, prefiro rotulá-la de divertida.

- Passe adelante. Está lotado mas num rato tem lugar.

O cobrador, que não me cobra mais de 25 cêntimos de dólar, é simpático, expansivo como as gentes de El Salvador, tão mortificadas e, ao mesmo tempo, tão determinadas a sair das trevas.

No interior, o barulho ensurdecedor da música mistura-se com os gritos de um homem que promete uma solução para todos os problemas da pele e que, perante a indiferença do povo, dividido entre a sonolência e a paisagem, desce logo de seguida, abrindo as portas a outro que invoca todos os santos do mundo.

- Gaseosa, gaseosa, les doy.

O ritmo de entradas e saídas no 218 é frenético. Um menino, com uma expressão triste e rígida, vende escovas de dentes maleáveis; uma mulher, com um rosto opaco, oferece canetas que projectam luz.   

A pitoresca Ataco

Tudo, em El Salvador, parece viver de contrastes, como o cemitério onde agora pouso o olhar, de uma multiplicidade de cores tão garridas que lhe confere mais vida do que morte. Uma mulher, de feições magras sulcadas por rugas, passeia-se por ali, por entre pedras e cruzes pintadas, depositando flores aqui e acolá no meio de um silêncio verdadeiramente sepulcral. Por instantes, como que hipnotizado, observo os seus movimentos e dou por mim a interrogar-me por que razão os mortos são presenteados com mais flores do que os vivos, um tema que, bailando no meu cérebro ainda dorido pelo ruído do 218, serve de prefácio para a entrada em Tazumal, que, na língua maia quiche, significa a “pirâmide onde as vítimas eram cremadas”. Consideradas as mais importantes e impressivas de El Salvador, a despeito da sua grandeza não poder ser comparada à de outras existentes na Guatemala, nas Honduras ou no México, as ruínas de Tazumal são apenas uma das seis conhecidas numa área arqueológica que se estende por 10km2, a maior parte ainda por escavar.

Neste lugar onde se celebra a morte, a vida foi uma realidade ao longo de três mil anos ou mais, um importante centro de comércio onde eram transaccionados produtos como cacau, cerâmica e obsidiana, uma espécie de vidro natural produzido por vulcões quando a lava esfria rapidamente. E, neste espaço onde as estruturas e os artefactos mostram influências que vão desde Olmec a Teotihuacán, passando por Pipil, foi precisamente um vulcão que, no ano 260 d.C., motivou uma evacuação massiva dos seus habitantes. A erupção do Ilopango interrompeu o ciclo de vida de Tazumal durante quase 150 anos mas, em 400 d. C., exorcizada a desilusão dos mais velhos, os descendentes da população em fuga regressaram em força, dando início a um período de intensa actividade na área da construção que perdurou ao longo de quase três séculos. Mais recentemente, em 2001, um terramoto provocou sérios danos no complexo arqueológico e, se, por um lado, motivou a acertada decisão dos responsáveis de vedar o acesso ao cimo da pirâmide, por outro, conduziu à infeliz e obtusa ideia de a cobrir parcialmente com cimento, com o argumento de lhe devolver a configuração original e, em simultâneo, proteger a cobertura em estuque — mediante a promessa, ainda por cumprir, de remover o betão em 2009.

A mulher, com um braçado de flores que parece multiplicar-se, continuava a enfeitar túmulos quando, ao fim de uma hora, me despedi deste lugar entregue ao silêncio e do pequeno mas interessante museu, sentindo-me plenamente revigorado e tendo como destino Ahuachapán, vila sem grandes atractivos mas que marca o início (ou o fim) da Rota das Flores. Se para chegar a esta localidade, bem próxima da fronteira com a Guatemala, gastara 55 cêntimos, não foram necessários mais do que 40 para cumprir o trajecto até Ataco, como é tratada pelos íntimos, Concepción de Ataco, pelos menos familiarizados. Apontada justamente como uma das mais pitorescas cidades coloniais de El Salvador, com as suas casinhas de matizes vivos e as suas ruas empedradas, Ataco, fundada por tribos pepiles, recebe-me fervilhando de vida e manifestando todos os sinais de que dera as boas-vindas à alvorada nesse clima de festa que ameaça prologar-se até muito para lá do crepúsculo.

Para quem já esteve em Copán, nas Honduras, a comparação é inevitável; mas peca por descabida se o turista levar em linha de conta o número de visitantes, uma realidade que tem duas explicações: uma, a localização, isolada das mais importantes cidades da parte ocidental de El Salvador; a outra, a pouca disponibilidade das suas gentes para receber viajantes, um sentimento que os tempos têm atenuado, como comprova a abertura de um posto de turismo e os múltiplos sorrisos que rostos bem-dispostos me oferecem, tanto no Parque Central, repleto de barraquinhas de comida típica e de altifalantes pendurados nos troncos de árvores seculares e nas colunas do humilde coreto, como ao longo da rua que corre de um extremo ao outro da vila, calcorreada por vendedores de manga e de gelados.

- Hola, buenas.

A menina, de tenra idade, com uma vassoura na mão, saúda-me.

- Una foto?

O deficiente, sentado numa cadeira de rodas, com uma garrafa entregue à sua vigilância, parece esperar a minha concordância para, uma vez satisfeito o desejo, cair num sono tão pesado como as pedras desta artéria que me leva à Cruz del Cielito Lindo. A partir daqui, deste miradouro com uma panorâmica soberba, escutando apenas a minha respiração ofegante, compreendo melhor o significado, em náhuat (falado pelos pipil), de Ataco, o lugar de elevados mananciais ou, como também a gostam de apelidar, a verdadeira sucursal dos céus. Se até há alguns anos a esta parte, a 3 de Maio, Dia das Cruzes, todos os caminhos levavam à Cruz del Chico, de onde a vista alcança a vizinha Ahuachapán, agora, devido à sua maior proximidade em relação ao centro, as celebrações religiosas têm a Cruz del Cielito Lindo como cenário, conquanto a igreja paroquial, moderna em construção mas exibindo um requintado trabalho de madeira no tecto, permanece como principal centro de culto. Uma mulher, de cabelo escuro e vestida de branco, faz uma genuflexão junto às escadas; no interior da igreja, onde cabem 500 almas, a imagem de Cristo crucificado e todo o altar reflectem-se nos ladrilhos asseados; da rua, dos altifalantes na praça, chega um som pouco adequado ao momento e ao espaço onde me encontro, a voz de Roger Waters, “so, so you think you can tell, heaven from hell”, mas também um aroma condizente com o meu apetite.

- Gallina india? Muy rica. Quieres tortillas?

A uns metros, depois de erguer a minha garrafa de cerveja na sua direcção, um homem com o carro cheio de peças de roupa, qual pronto-a-vestir sobre quatro rodas, saúda-me de uma forma genuína e dois velhos, recortando-se contra os bizarros murais de uma loja de artesanato, mais parecem matar as horas do dia que não tarda a banhar-se de escuridão.

A melancólica Apaneca

A manhã do dia seguinte, após um café (o cultivo é a principal fonte de receitas de Ataco) que acorda o mais sonolento, encontra-me já em Apaneca, também uma zona cafeeira por excelência mas, àquela hora, ainda a dormir um sono quase profundo. O seu nome significa Rio dos Ventos mas não corre uma única brisa e a atmosfera, a despeito do azul do céu ocupado por uma ou outra nuvem que se semelham a farrapos de algodão, está embebida de tons melancólicos, como se Apaneca não fosse mais do que um espectro do passado.

- Hoy es domingo, es muy temprano.

A mulher sorri, com um olhar dócil, como se pretendesse atenuar o meu desapontamento ou como se fosse a única culpada daquele lento despertar. Em tempos, a igreja de San Andres Apóstol, com os seus 400 anos, dominava a cidade que é a segunda mais alta (1450 metros) de El Salvador, depois de Los Naranjos. Mas o terramoto de 2001 reduziu-a a ruínas e, actualmente, pouco mais oferece do que um clima agradável (beneficiando da protecção da Cordilheira Apaneca-Ilamatepec) e algumas ruas empedradas, bordejadas, aqui e acolá, por casas térreas de tonalidades fortes.

Forte é também o café que a senhora me coloca na mesa antes de me despedir, a caminho da Laguna Verde, a escassos quatro quilómetros. Seguindo um trilho de terra batida, depois de abandonar o asfalto, caminho a dois passos de um homem que carrega na cintura um enorme punhal, cuja lâmina parece estilhaçar-se sob os raios do sol. A vegetação é escassa mas mostra-se mais exuberante à medida que a subida se começa a tornar mais íngreme. 

- Suerte. La laguna se queda cerca.

O punhal continua a brilhar mas com uma intensidade menor do que o olhar deste homem cheio de boas intenções.

- Uns cinco minutos más. Es preciosa.

Antes de se despedir, com um aperto de mão, pergunta-me ainda, na sua humildade, se pretendo visitar a Laguna das Ninfas e, perante a minha resposta negativa, com o argumento de que fica para a próxima, fita o céu e coloca o futuro nas mãos de Deus, enquanto eu não tardo a colocar os pés na água esverdeada e fria da lagoa que se formou numa antiga cratera. Solitário, empreendo o trajecto de regresso ao alcatrão e, mesmo sendo domingo, não tardo a entrar em mais um autocarro, este com mais cores do que um arco-íris.

- Adelante, dale, dale.

E o motorista, seguindo à letra as palavras do cobrador, arranca de uma forma tão brusca que por pouco não me espalho ao comprido no corredor. Segurando a minha mochila, aterro mesmo a tempo num dos espaçosos bancos, perante o semblante risonho dos guanacos, gentílico dos salvadorenhos. Vinte minutos e quarenta cêntimos depois, já em Juayúa, ainda com as imagens dos indígenas na berma da estrada vendendo mel em garrafas recicláveis a preencherem-me os pensamentos, tenho dificuldade em acreditar no que me é dado à contemplação, mesmo sabendo que, por aqui, os fins-de-semana são sinónimo de festival gastronómico.    

A vibrante Juayúa

A cidade voga e estrondeia, a música espalha-se pelas ruas apinhadas de gente, colunas de fumo sobem no ar e o cheiro das carnes e dos legumes nos grelhadores ao redor da praça inebriam o mais insensível aos aromas. Na parte superior de um autocarro, rapazes e raparigas na flor da juventude mexem o corpo a um ritmo frenético, agitando tudo e todos à sua volta. Na porta de uma garagem, encimada por uma placa proibindo o estacionamento, está estacionada uma família numerosa entretida com suculentos pedaços de carne e outras iguarias; mais para lá, tendo um muro de tijolo como fundo, uma inscrição bizarra: Zorro não conhece o mundo mas o mundo conhece Zorro. Juayúa, com os seus fins-de-semana festivos, merece uma adaptação: o mundo não conhece Juayúa mas Juayúa conhece o mundo.

- Vamos a bailar?

Logo me arrependo mas a simpática senhora, já na meia-idade, não merecia a desfeita. Deixo-me ir, sacolejando, num passo manquejante, desprovido de qualquer sentido estético, envergonhado.

- Qué importa? Es dia de fiesta.

Sento-me, respirando como se tivesse terminado uma qualquer maratona. Ela, o marido e os filhos bombardeiam-me com perguntas. Estão de férias, fazem parte, como tantos outros neste domingo em Juayúa, da diáspora a viver nos Estados Unidos, e não escondem a felicidade por um regresso, ainda que fugaz, a El Salvador.

- Que quieres tomar? Aqui tienes. Te gusta El Salvador? La gente es muy amable pero hay que tener siempre cuidado. Te gusta?

- A cerveja?

Confundira-me, o volume de questões, mas ainda fui a tempo de emendar.

- Sim, muito, um povo adorável.

Peço licença para me retirar, com o pretexto de que se impõe uma visita à cidade, e caminho ao longo das ruas vedadas ao trânsito, por entre tendas que, enchendo os passeios, vendem de tudo. Os tambores rufam agora no Conga Bus, os corpos ameaçam desintegrar-se, um tumulto de festa, cujo eco flutua no ar, contagia novos e velhos. A igreja, mais uma de fachada branca mas com janelas e porta debruadas a tijolo, domina a praça; no interior, três mulheres conversam através de murmúrios indecifráveis a curta distância de uma velhinha que, erguendo os olhos para a imagem de Cristo na cruz, afaga as contas do rosário nos seus dedos nodosos. Lugar de peregrinação, atrai multidões que se inclinam perante o Cristo Negro, esculpido na parte final do século XVI por Quirio Cataño, artista com raízes portuguesas que também assinou o trabalho do homónimo de Esquipulas, na Guatemala, maior centro de peregrinação católico da América Central e palco do encontro, na década de 1980, de todos os presidentes centro-americanos, visando o fim do conflito na Guatemala e em El Salvador.

Também Juayúa, meio século antes, se cobriu de sangue, na sequência da insurreição dos camponeses — contando com o apoio do Partido Comunista Salvadorenho —, motivada pela crise económica resultante da dramática descida dos preços do café nos mercados internacionais. Um protesto reprimido de forma violenta pelo exército e que provocou dezenas de milhares de mortos entre a população indígena, em Juayúa, Izalco e Salcoatitán. Agora, de volta à praça, cada vez mais impregnada de sons festivos, esses tempos parecem distantes. O casal, já sem os filhos por perto, saúda-me efusivamente e o cantor, com os seus trejeitos femininos, passeia-se por entre o público eufórico, agradecendo os aplausos e as notas de dólar com que o presenteiam.

- E, tal como prometido, uma música dedicada a…

Não consegui perceber o nome, pronunciado no momento em que um foguete estalou nos céus, mas aquelas palavras alertaram a minha consciência para a necessidade de partir, uma vez mais, de autocarro.

- Então, por aqui de novo? Quem promete, cumpre. E muito mais pontual do que um autocarro. Viste muitas flores?

No rosto, uma expressão sarcástica.

- Sabes, durante o século passado, como resultado do aumento da população e do cultivo em excesso das terras, o país foi drasticamente desflorestado, provocando o desaparecimento de muitas espécies de plantas e de animais.

Ela não parece mostrar muito interesse na minha exposição mas, ainda assim, prossigo:

- Uma grande variedade das plantas indígenas desapareceu mas ainda se pode falar em qualquer coisa como 2900 tipos, muitas delas existentes em áreas protegidas e, ainda que em menor número, ao longo da Rota das Flores.

Ela hesitou, depois, mexendo no cabelo, perguntou:

- E vise alguma tão bonita como esta?

No cabelo castanho, agora apanhado, uma flor de um vermelho vivo.

- Sais cedo, para San Salvador? É pena.

Despeço-me mas ela, estreitando a minha mão, ainda não terminou:

- Sempre vais falar de mim, no jornal? Com fotografia e tudo? Não te esqueças do nome.

Agora sim, parto. A uns metros de distância, ela grita:

- Ana. Quase tão santa como Santa Ana.


__________
Guia prático

QUANDO IR
El Salvador tem um clima tropical, com duas estações distintas: uma, que vai de Maio a Outubro, caracterizada pela chuva; a outra, de Novembro a Abril, quando raramente se regista precipitação e que corresponde à melhor altura para visitar este país da América Central. É também nesta época, especialmente durante a Semana Santa, que os preços sobem ligeiramente, reflexo do número de turistas que acorrem a El Salvador. Ainda assim, continua a ser um país acessível, podendo viver facilmente com 30 a 40 euros por dia.

COMO IR
A forma mais rápida e prática de chegar a El Salvador é com a Iberia, que oferece voos directos desde Madrid a partir de 900 euros. O país dispõe de um único aeroporto internacional (Comalpa), que fica a menos de 40 quilómetros da capital. Como alternativa, vale a pena verificar os preços de companhias aéreas como a Iberia e a KLM com destino à Guatemala e, desde a capital, Cidade da Guatemala, é fácil e barato chegar a San Salvador (uma viagem de cinco horas que, com um pouco de paciência na procura das melhores tarifas, pode custar não mais do que dez dólares — oito euros). Para viajar no interior do país, é conveniente recorrer aos autocarros: o 249 leva-o de Sansonate a Ahuachapán, sempre ao longo da Rota das Flores.

ONDE COMER
Os mercados são, pelo preço e pela qualidade, lugares imperdíveis e não deve perder alguns dos festivais gastronómicos ao fim-de-semana, especialmente o de Juyaúa. Mas, um pouco por todo o lado, não faltam restaurantes — o Pollo Rico, com vista para Vulcão Santa Ana, em Juyaúa, permanece como um dos meus favoritos. 

ONDE DORMIR

Hotel Anáhuac
1, Calle Poniente
Juyaúa

El Jardin de Celeste
Carretera Sansonate-Ahuachapán Km 94

Hotel Livingston
10 a, Avenida Sur
Santa Ana


O QUE FAZER
Além dos lugares referenciados, a Rota das Flores inclui ainda aldeias como Nahuizalco, a norte de Sansonate, onde é possível cruzar-se com mulheres vestidas com trajes tipicamente Pipil, ou Salcoaitán, também conhecido pelo seu festival gastronómico, aos domingos, e por algumas actividades ligadas à natureza. A curta distância, se tiver disponibilidade, não deixe de lançar um olhar a Casa Blanca, Joya de Cerén, a Pompeia da América, as Ruínas de San Andrés, todos eles lugares arqueológicos, ou o Parque Nacional Los Volcanes, mais acessível a partir de Santa Ana, ou o Parque Nacional El Imposible, que vai dos 300 aos 1450 metros acima do nível das águas do mar.

INFORMAÇÕES
Não é necessário visto para entrar em El Salvador. Apenas o passaporte com seis meses de validade, que será carimbado no aeroporto. Se optar por atravessar a América Central, também é fácil e pouco demorado todo o processo nas fronteiras terrestres. El Salvador faz fronteira com as Honduras e a Guatemala e está bem servido por autocarros da empresa TICA, que opera entre o Panamá e o México. El Salvador utiliza, desde 2001, o dólar americano.

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