Fugas - Viagens

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    Em Braga Paulo Pimenta
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    Em Braga Paulo Pimenta
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    Pelo Douro Nelson Garrido
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    As cerejeiras em flor DR
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    Ovos por todo o lado DR
  • O chocolate é um must e este vem do Alentejo
    O chocolate é um must e este vem do Alentejo DR
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    Depois da ausência, a fartura: carnes para todos os gostos Nelson Garrido
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    Há muitas actividades para aproveitar as férias dos mais novos, como no Fluviário de Mora Miguel Manso
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    O bom tempo vai levar muitos a uma Páscoa nas praias Bruno Simões Castanheira

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Descobrir Portugal na Páscoa

Se não quiser fazer o próprio vinho, imensas quintas abrem as portas a visitas, onde tudo o que tem de fazer é ver e ouvir o seu processo de criação e cheirar e provar o resultado dessa azáfama. E se quiser pode aliar os prazeres vínicos ao desfrute da paisagem circundante, como propõe da Quinta do Vallado, no Peso da Régua: além da visita à adega e provas de vinhos, põe bicicletas e material de pesca à disposição dos hóspedes.

No segundo vértice duriense, o rio abre-se a explorações mais ou menos prolongadas. De cruzeiros de vários dias à típica subida de um dia, com volta em comboio e visita a quintas incluídas, as melhores vistas das paisagens do Douro conseguem-se da água. E se quiser trocar o motor por vela, saiba que há veleiros a cruzarem o rio (Douro à Vela, por exemplo) em passeios de várias durações e com a possibilidade de participar nas tarefas de navegação.


Chocolate no Alentejo

Pelo Alentejo, a Mestre Cacau, em Beja, prepara para esta Páscoa ovos, coelhos e outras especialidades em chocolate típicas da época. Entre as novidades, vai haver amêndoas recheadas com erva-doce, com gengibre ou com alfarroba. E, para as crianças, sabores mais frescos como o limão, a laranja, o maracujá (com chocolate branco). Há também, conta à Fugas Célia Dias, uma dos proprietários da Mestre Cacau, coelhos pequeninos, ovos grandes de chocolate de leite e ovos com recheio de avelã.

O projecto desta fábrica artesanal de chocolate no Alentejo nasceu em 2005, quando Célia, o marido João Dias e um amigo, inspirados pelas lojas de mestres chocolateiros que tinham conhecido em viagens à Bélgica e à Suíça, decidiram que o Sul de Portugal era um sítio tão bom como qualquer outro para fazer bombons, trufas e outras delícias. Cruzaram o chocolate belga com produtos alentejanos, como o medronho de Ourique, o mel de Mértola caramelizado, o azeite virgem dos barros de Beja, a manteiga de ovelha da serra de Serpa, o alecrim do Alqueva ou a aguardente da Vidigueira e fizeram sucesso com bombons de vinho tinto e outras misturas (foram até citados na revista Wallpaper pelos bombons de chocolate biológico negro com mel biológico).

A loja, onde também se pode beber chocolate quente e comer croissants e crepes com chocolate ou doce, fica no centro de Beja. Por isso, quem viver na região ou quem optar por passar a Páscoa no Alentejo não tem que se privar de ovos e coelhos de chocolate e pode passar as festas a descobrir o que acontece quando se cruza cacau belga com os mais inesperados sabores alentejanos.

Os chocolates da Mestre Cacau vendem-se também em lojas especializadas em Lisboa, Porto e noutros pontos do país. [Alexandra Prado Coelho]

Mestre Cacau.  Rua Capitão João F. Sousa nº 33, Beja. Telf: 925984643. Horário: segunda a sábado das 10h às 19h


Cerejeiras no Fundão

Não estamos no Japão, mas isso não nos impede de ver cerejeiras em flor na Páscoa. No Fundão, terra de cerejas, como se sabe, as cerejeiras estão em flor por esta altura e há até passeios organizados para as ir ver. Aliás, o Município do Fundão organiza vários programas diferentes para este período. Um deles chama-se “Passeio em Tons de Branco”, dura um dia e pode realizar-se entre 15 de Março e 15 de Abril. Parte-se pelas dez da manhã para um percurso pedestre no vale de Alcongosta, terra de cerejais, na serra da Gardunha. Depois do almoço, segue-se em direcção ao Alcaide, onde também se podem admirar os cerejais em flor (o programa tem o custo de 4,50 euros por pessoa para grupos até dez; e 2,50 para grupos acima de dez pessoas; as crianças até aos dez anos não pagam).

Outro programa chama-se “Páscoa em Família” e dura três dias: começa na Quinta-Feira Santa à noite com um percurso pelas nove capelas do Fundão onde estão representados quadros vivos da Paixão de Cristo. À meia-noite parte-se para Lavacolhos na procissão dos Penitentes. A Sexta-Feira Santa é dedicada a conhecer melhor o Fundão, onde nessa noite se realiza a procissão do Enterro do Senhor, à luz das tochas e ao som das matracas, das marchas fúnebres e do cântico das Verónicas.

No Sábado de Aleluia há um passeio pelas aldeias da Gardunha e à tarde a proposta é uma ida ao Parque Aventura da Quinta do Convento para praticar actividades como arborismo, rapel, escalada ou para simplesmente passear (16 euros por pessoa para grupos até dez; 12,50 euros por pessoa para grupos maiores, valor que não inclui transportes, refeições ou alojamento, mas sim o acompanhamento de um guia e entradas nos locais previstos no programa).

Entre 11 e 27 de Abril realiza-se também a quinta edição do Festival Gastronómico “Fundão, Aqui Come-se Bem – Sabores da Páscoa”, com a participação de 15 restaurantes e quatro pastelarias, onde poderá provar doçaria tradicional como bolo de azeite ou de sementinhas, bolo doce, bolos de leite ou esquecidos e ainda pratos tradicionais da Páscoa, como o cabrito assado em forno de lenha ou o ensopado de borrego. [Alexandra Prado Coelho]


Às carnes, senhores

A caminho de se esgotar o chamado período de Quaresma que antecede a Páscoa, segundo os preceitos católicos é tempo de terminarem as “penitências” à mesa e seguir a pegada gastronómica que as carnes assumem no mapa das diversas regiões do país. A alocução religiosa é inevitável, pois a esmagadora maioria das tradições culinárias têm cariz litúrgico. Em algumas localidades da região Centro e noutras dispersas mais a Norte há até um simbólico “enterro do bacalhau” — nos estômagos dos “acusadores”, já se está a ver — que acontece na Sexta-Feira Santa para marcar a entrada em cenas das carnes um pouco por toda a parte.

Começando pelo Sul, o Algarve tem nesta época lugar reservado para o galo (o melhor que houver na capoeira) guisado com batata cozida ou em jardineira. Subindo para o Alentejo, os cordeiros e os borregos, assados ou em ensopados, assumem o chorume da mesa. Nas Beiras, a chanfana, seja ela de cabra, de carneiro e até de borrego, consoante a localidade, tem lugar à mesa de diversas localidades, ficando a cargo do leitão assado a tarefa de abrilhantar outras mesas de festa. Trás-os-Montes põe muito de si no popular “folar gordo”, ou seja, um opulento recheio de presunto, salpicão, chouriço e riquezas afins.

Na região do Porto, o lombo de “boi da Páscoa” é considerado por muitos mas também o galo ou galinha lá fazem (ou deixam) a sua perninha. No Minho é tempo do popular e vigoroso arroz de frango, com sangue (claro!), ou numa designação mais comercial de procurar um “arroz de galinha pica no chão” — e rezar para que seja mesmo galinha e que tenha “picado no chão” que as pobres de aviário nem lhe pousam as patas.

Nas ilhas, os Açores convocam a alcatra na Terceira e o “picado” de galo estufado nalgumas zonas do arquipélago. A Madeira também não dispensa um guisado, mas neste caso de cabrito (em certas localidades perfumado com canela), que também pode surgir assado em todo o seu esplendor. [Fortunato da Câmara]


Tradições judaico-cristã

Numa localidade ainda hoje marcada pela herança judaica, visível em cada casa — sobretudo na zona mais antiga — e em muitos detalhes, quer de arquitectura quer do quotidiano, a Páscoa é vivida num misto entre o calendário judaico, que os católicos adoptaram para determinar esta celebração móvel, e os ritos católicos. E é precisamente essa mescla que atrai todos os anos milhares de visitantes à vila alentejana de Castelo de Vide.

Tudo começa à sexta, dia em que se pode visitar a Igreja do Calvário, habitualmente encerrada, e onde é exposta a imagem de Nossa Senhora das Dores. Mas é ao sábado que a Páscoa se revela a personagem principal. Logo pela manhã, são levados os rebanhos para a Praça D. Pedro V para serem benzidos e integrarem o mercado dos borregos, entre os quais também se podem encontrar cabritos e que serão a refeição do dia seguinte — há ainda famílias que comemoram a chegada da Primavera oferecendo o sacrifício do animal, embora seja cada vez mais raro.

À noite, enquanto na Igreja Matriz tem início a Vigília Pascal, centenas de pessoas vão-se juntando no Lageado munidas de chocalhos de várias formas e sonoridades. Será o ruído destes, que serve como uma espécie de oração durante o Cortejo da Aleluia, que marcará a noite, enquanto quem os chocalha vai percorrendo as estreitas e íngremes ruas de Castelo de Vide.

Por fim, chega o domingo e com ele as festas da ressurreição de Jesus, para os católicos, e da libertação do cativeiro egípcio, para os judeus. A Procissão da Ressurreição, também designada em Castelo de Vide por Festa das Flores, arranca ao fim da manhã e reúne em cortejo, e a convite da Câmara Municipal (até o padre é convidado da autarquia), todos os mestres de ofícios e demais entidades.

Enquanto por outros pontos do país a Páscoa finda ao domingo, em Castelo de Vide o melhor é prolongar a estada. É que há mais um dia para os festejos. Na segunda-feira, em que se assinala o Dia do Município, celebra-se a Festa da Senhora da Luz, com missa e procissão. O remate é dado pelo tradicional lanche no campo, com castelovidenses a reunirem-se junto à Barragem de Póvoa e Meadas. Entre a merenda não costuma faltar o folar da Páscoa, muitas vezes em forma de lagarto. [Carla B. Ribeiro]


À algarvia

Férias de Páscoa no Algarve, sobretudo quando o tempo aquece, são sinónimo de praia e, muitas vezes, dos primeiros banhos do ano. Mas há mais Algarve para lá do areal. E a Semana Santa também é vivida com o condão da religiosidade. Exemplos disso são São Brás de Alportel e Loulé.

Em São Brás de Alportel a proposta é para descobrir a Festa das Tochas Floridas, que enfeita as varandas com colchas de múltiplas cores e a alva vila com flores de dezenas de tonalidades diferentes. Com as ruas cobertas de flores, dá-se início, no domingo, à Procissão da Ressurreição, marcada pelo erguer da tocha ardente que serve para assinalar o regresso do Cristo após a crucificação.

Já a tarde para os são-brasenses e para todos os que os visitam neste período é menos religiosa e mais gulosa: para o Adro da Igreja Matriz está previsto o encontro entre sons e sabores. A uma feira de doces e petiscos regionais, em que não faltam as amêndoas tão próprias da época, junta-se um espectáculo de música popular. A gastronomia é ainda rainha em sete restaurantes do concelho numa altura em que decorre a 6.ª edição da Quinzena Gastronómica Sabores do Caldeirão. O convite é para, até dia 21, embarcar numa “viagem pelos sabores e saberes da serra do Caldeirão”, em cujo cardápio não faltarão bochechas de porco preto, javali no forno ou cabidela de galinha.

Do lado do Barlavento algarvio, Loulé vive no mesmo dia a Festa Pequena da Mãe Soberana, em honra de Nossa Senhora da Piedade, que, ano após ano, atrai milhares de fiéis e curiosos. Mas, ao contrário de outras localidades, o domingo pascal não marca o fim mas o início dos festejos que se prolongam por 15 dias.

É no Domingo de Aleluia que se dá a descida da imagem da Nossa Senhora da Piedade da sua ermida para a Igreja de São Francisco. Nas duas semanas que se seguem multiplicam-se as manifestações religiosas, entre novenas e homilias, até chegar o momento de a imagem regressar à ermida, conhecido como Festa Grande.

Para quem quiser escapar à azáfama religiosa, em Olhão a proposta é para descobrir um sabor diferente para a Páscoa com o folar de Olhão (também conhecido por folar de folhas ou folar do Algarve), um bolo tradicional das festas pascais pela região e que se distingue pela sua composição em camadas, cobertas por açúcar, manteiga e canela. [Carla B. Ribeiro]


Em família

Para muitos, a Páscoa pode significar apenas uns dias em que se pode gozar umas miniférias com os miúdos. E, de Norte a Sul, há propostas capazes de contentar filhos e pais.

Em Penafiel, a Magikland estende o horário excepcionalmente até dia 20 para das 10h às 18h, propondo vários divertimentos divididos por seis áreas que se propõem a dar a conhecer diferentes tempos e espaços: África, Aldeia Medieval, Far-West americano, Refúgio dos Piratas, Souk e Mundo da Confusão. As entradas variam entre 10€ (5-12 anos) e 15€ (13-65 anos).

Por Leça da Palmeira, Matosinhos, a proposta é para adoçar a Páscoa no MAR Shopping com ateliers para crianças e sessões de show cooking para toda a família. Dias 12 e 19 de Abril há show cooking de como confeccionar, rechear e decorar bombons (dia 12) e ovos (dia 19). As actividades decorrem, até dia 20, no Atrium (piso 0), das 11h às 13h e das 15h às 20h.

Em Coimbra, destaque para duas formas distintas de conhecer a cidade, organizadas pela empresa OdaBarca: pelo rio, com passeio de barco pelo Mondego (4,50€, crianças; 6,50€, adultos); ou unindo essa travessia aquática a uma volta de tuk-tuk (9€, crianças; 15€, adultos).

Na Aldeia Típica de José Franco (1920-2009), no Sobreiro, Mafra, é possível viajar até ao passado e reviver as aldeias saloias da região no início do século XX. Tudo em miniatura e com vários engenhos mecânicos, são retratadas cenas da vida quotidiana e profissões da época: há uma azenha movida a água, uma carpintaria, uma adega ou um açougue, entre muitos outros exemplos. Há ainda uma taberna e uma padaria sempre com pão quente, mas é de considerar levar merenda. A entrada é grátis.

No Adventure Park, no Jamor, concelho de Oeiras, toda a família é convidada a entrar no espírito e aproveitar a natureza da melhor forma. Seja no circuito de arborismo Pequena Floresta (para maiores de 1,10m) ou no Mega Circuito (para maiores de 1,40m) que inclui 44 actividades de arborismo, divididas em quatro módulos que acabam sempre com um slide de 200m. Os preços, por participante, variam entre 12,50€ e 20€.

Também para aproveitar em família, o Tróia Design Hotel elaborou um pacote que inclui, além de valor especial no alojamento e almoço de domingo de Páscoa, uma Caça aos Ovos para os mais novos orientada pelos animadores do Koala Kids Club. Duas noites numa Family Suite para dois adultos e duas crianças reservam-se desde 634€.

Em Lavre, concelho de Montemor-o-Novo, a Páscoa é vivida no Monte Selvagem com “actividades especiais e criativas” que, dias 16 e 18, incluem histórias de Ferozes Animais Selvagens por Margarida Junça como A Tartaruga que Queria Dormir ou A Girafa que Comia Estrelas. A entrada no parque custa entre 10,50€ (3-12 anos) e 13€ (adultos). O bilhete família (dois adultos e duas crianças) tem um custo de 38€.

Por Mora, o destaque vai para o Fluviário, onde são organizadas actividades gratuitas. Casos das visitas designadas Do Ovo e Semente à Flor e Gente ou Assim Nasceram os Peixes. Outra proposta é partir à descoberta dos Ovos Arcos-íris espalhados pelo Fluviário: basta para isso pedir um mapa na recepção, preenchê-lo com os locais onde os encontraram e descobrir o enigma. No fim, há a possibilidade de ganhar um brinde. A entrada no Fluviário tem um custo entre 4,90€ (3-12 anos) e 7,20€ (13-64).

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