Fugas - Viagens

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Há um outro Algarve por descobrir

Primeiro, no mercado de verduras, os tomates, os pimentos verdes e vermelhos, cebolas, piri-piri, louro e coentros, tudo na banca da dona Rosa, que ali vende os seus produtos há 50 anos. “Sou a mais velha daqui, comecei aos 16 anos com a minha avó”, conta, enquanto vai pesando cada saco e anotando as contas à mão. Ao lado, no mercado do peixe, compramos a corvina e alguns mariscos da região: mexilhão, berbigão, lingueirão e amêijoa.

É já no restaurante da associação Tertúlia Algarvia, em pleno centro histórico de Faro, que descobrimos a história da cataplana, enquanto cozinhamos sob a batuta de Frederico. Este foi um primeiro ensaio do que constituirá o programa de experiências gastronómicas a ser implementado nos próximos meses, mas a associação – que tem como objectivo divulgar o património gastronómico e cultural do Algarve – já organiza demonstrações e oficinas de cozinha.

A não perder: visite os mercados de Olhão ao sábado, quando o buliço se estende em bancas pela rua, e prove os mariscos apanhados na ria. Passe por Tavira para provar alguns dos pratos típicos de atum e conheça melhor a Dieta Mediterrânica, declarada  Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Experimente xerém e rume à serra para provar os pratos de caça, a batata doce de Aljezur ou os enchidos de Monchique.

Vinhos

Sejamos sinceros: não é do Algarve que nos lembramos quando o tema é vinho, antes pelo contrário. Mas, nos últimos anos, a situação vitivinícola da região “inverteu-se totalmente”, com mais agentes privados e menos produção concentrada nas adegas cooperativas. “Veio outro tipo de conhecimento e qualidade que tem sido reconhecida em concursos e provas”, defende Carlos Garcias, presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve.

É numa tentativa de limpar a imagem dos vinhos algarvios, utilizando ao mesmo tempo o seu potencial turístico, que este ano foi lançado oficialmente a Rota dos Vinhos. São quatro roteiros, Gil Eanes, Arade, Mourisco e Falésias, que nos levam por sete adegas, muitos vinhos e locais de interesse cultural, paisagístico e gastronómico.

É assim que chegamos à Quinta de Mata-Mouros, propriedade do empresário Vasco Pereira Coutinho, em Silves. No passeio pela vinha, as fileiras de videiras vão descendo paralelas sobre a encosta, dividindo atenções com a cidade, que se ergue em frente no seu casario branco e castelo altivo, com o delinear distante da serra de Monchique e o verdejante leito do rio Arade.

Já na adega, localizada junto a um convento construído no século XVIII, na entrada da herdade, provamos alguns dos novos vinhos aqui produzidos, desde 2012 sob gestão de Rita e João Soares (responsáveis pela Herdade da Malhadinha Nova, no Alentejo). Por baixo do corredor de plátanos que conduz à casa da família nascerá brevemente uma pequena loja, onde depois finalizará a visita guiada.

A não perder: se optar pelo Roteiro Mourisco, que termina na Quinta de Mata-Mouros, não prescinda da visita ao centro de Silves, com as suas ruas inclinadas e sinuosas e o castelo, o maior do Algarve.

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