Pouco plano, este Alentejo
Depois da curta experiência nocturna de sexta-feira — para dar aos mais inexperientes um primeiro contacto com o terreno, as viaturas e o road book (guia indispensável para chegar a bom porto nestes dias) —, o sábado começou cedo pelos arredores de Évora, com base de operações e alojamento no Ecorkhotel. A manhã ainda se espreguiçava quando chegámos ao primeiro obstáculo, que iria pôr à prova a perícia dos condutores: no alto de um íngreme corta-fogo entre eucaliptos esperavam-nos covas largas e profundas, os veios serpenteantes de terra firme à medida dos pneus e da precisão atrás do volante.
Pouco depois, a primeira paragem turística, no cromeleque dos Almendres. Erguido há mais de sete mil anos, o maior recinto megalítico da Península Ibérica é constituído por uma centena de monólitos dispostos de forma elíptica, cinco deles decorados com motivos rupestres. Juntamente com o menir dos Almendres, que visitámos em seguida, o monumento do neolítico está classificado como Imóvel de Interesse Público pelo IGESPAR desde 1974. Mais alguns quilómetros e nova paragem, desta vez no mais pequeno cromeleque de Vale Maria, a relembrar que o distrito de Évora concentra um importante acervo megalítico, com mais de dez recintos, cem menires e quase oitocentas antas daquele período pré-histórico.
Atravessamos herdades e pequenas localidades de casas alvas, contornamos vinhas douradas, montados de sobreiros e azinheiras, prados verdes salpicados aqui e ali de vacas, cabras ou cavalos. A paisagem alentejana vai mostrando toda a sua diversidade, enquanto nós vamos descobrindo nos sulcos deixados por quem segue à frente os melhores caminhos para vencer o terreno. Subimos encostas íngremes e descemos valas profundas, galgamos riachos e pedras, fugimos a ramos e fazemos voar lama e água, como se pede nestes eventos. E quando corpo já reclama por descanso dos solavancos, surge nova pausa, ora turística ora gastronómica.
No Monte da Ravasqueira, o intervalo teve direito a três-em-um: almoço, visita à enorme colecção privada de carros de atrelagem (são dezenas de veículos dos séculos XVIII e XIX em exposição, de malas-postas a charretes, carros alentejanos e de caça) e uma “actividade de adrenalina”, para levar ainda mais longe as potencialidades do sistema xDrive. Depois da passagem pelo castelo de Arraiolos para uma das fotografias de grupo da praxe (a outra seria no dia seguinte de manhã, numa paragem encurtada pela chuva em frente ao templo romano de Évora), a tarde de sábado foi de novos percursos fora de estrada, com a surpresa do evento guardada para o jantar, já na adega Tiago Cabaço Wines.
Com o evento esgotado, foram precisos três autocarros para levar os 120 participantes a Estremoz, dando folga aos condutores e margem para experimentarem os vinhos da herdade. Depois de uma breve apresentação feita pelo produtor e ainda antes do jantar, deu-se o momento alto da noite, com a entrada triunfante do novo X6, ali apresentado pela primeira vez em Portugal. A segunda versão deste Sports Activity Coupé será “lançada ainda este ano e estará à venda no início de 2015”, anunciou Vasco Ramires, gestor de produto da BMW.