“África tem algo de especial”
Hugo viaja para “contactar directamente com aquilo que é o país e não com o que querem que os turistas vejam do país”. Tal como as viagens, também as fotografias “saem do roteiro turístico”. “Espero que as minhas fotografias captem realmente a essência do país, quer a nível de pessoas, como das paisagens ou sentimentos”.
A Oceânia é o único continente que ainda não conhece. África é o que mais gosta de fotografar. E é lá, no continente africano, que se localiza a cratera de Ngorongoro, na Tanzânia, o local que mais gostou de captar. E porquê África? “Primeiro porque os contrastes são mais vincados. Mas acho que África tem algo de tão especial… o calor com que nos recebem nos locais é fantástico. O sorriso é tão gratuito. O que mais me fascina em África é a despreocupação das pessoas, sem qualquer tipo de interesse associado ao turismo, ao querer vender algo. E depois em termos de expressividade para as fotografias, a interacção com o fotógrafo é muito mais descomprometida”, explica.
Fotografar para “imortalizar os momentos”
Com a fotografia, Hugo pretende “imortalizar os momentos”, a forma como os viu ao longo da vida. “Uma fotografia que tenha tirado há dez anos está associada a um estado de espirito totalmente diferente e a uma experiência de vida totalmente diferente daquela que tenho agora. Portanto, acedendo a todo o meu arquivo posso fazer uma viagem cronológica da minha vida através da fotografia”, observa, acrescentando que, para os outros, é uma forma de mostrar e partilhar a sua visão do mundo.
“Se me via a estar 100% dedicado à fotografia? Via, porque já passei por isso”, admite. Durante dois anos, Hugo foi fotógrafo a tempo inteiro, tinha um trabalho regular e os dias quase todos ocupados. No entanto, há cinco anos atrás surgiu outra oportunidade – o emprego actual. Num contexto de crise, o jovem teve de optar entre “uma decisão apaixonada e uma decisão ponderada”. Prevaleceu a última opção, “uma opção com outra estabilidade e que permitisse na mesma fotografar”, garante.
Assim foi. Hugo tem conseguido conjugar a actividade profissional com a fotografia. “Tabasamu” é a prova disso e é a segunda exposição no seu currículo (a primeira tinha sido de retratos). A inauguração está marcada para dia 6 de Dezembro, pelas 19h00, no Destination Hostels, na Estação de Comboios do Rossio, em Lisboa.