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A Rota do Românico leva-nos por rios e vales de terras medievais

Por Andreia Marques Pereira

Pelos vales do Sousa e do Tâmega, a Rota do Românico veio resgatar da dispersão igrejas, mosteiros, pontes, mitos, lendas. Partimos à descoberta deste território onde a Idade Média é projecto de futuro.

Há uma confusão bastante generalizada por estas terras onde a Rota do Românico (RR) se estende, tão generalizada que já é contada à laia de anedota. Quem chega vem com ideias distintas: as mulheres pensam que vêm a uma “rota romântica”; os homens a uma “rota romana”.

Na verdade, nem uns nem outros sairão completamente defraudados deste território que se aninha (e se eleva) junto aos rios Tâmega, Sousa e um pouco do Douro: há ruínas romanas e atmosfera romântica q.b.. Contudo, é a arte românica que se impõe como fio condutor nesta região que, a espaços, pode ser vista como um museu a céu aberto da história dos alvores da nacionalidade.

Afinal, foi daqui, de Entre-Douro-e-Minho, que houve Portugal, ainda o século XII não ia a meio — e a arte românica atingia o seu período áureo por essa Europa fora. Por isso não surpreende que a história desses tempos, em que o Condado Portucalense se emancipava e o novo país ganhava forma, se leia nas pedras românicas que o povoaram de mosteiros, igrejas, castelos e fortalezas — e de mitos e lendas.

E que mito mais duradouro terá Portugal do que o do bravo Afonso Henriques que contra tudo e todos (bem sabemos a história da mãe, D. Teresa) fundou um país? Contudo, antes de se tornar no conquistador de países, Afonso Henriques terá sido um miúdo raquítico, curado por intervenção divina e “mediação” do seu fiel aio, Egas Moniz. Essa é uma das lendas inscritas neste território e o Mosteiro de Santa Maria de Cárquere (Resende) é a sua testemunha muda.

Não visitamos Cárquere mas não perdemos a oportunidade de visitar a última morada de Egas Moniz, um dos mais significativos exemplares da tumulária românica em Portugal, “ilustrado” com episódios da sua vida, que deambulam nessa fronteira entre lenda e realidade tão apropriados ao contexto medieval, e que são episódios da novela então incipiente chamada Portugal. Estamos no Mosteiro de Paço de Sousa, anoiteceu, o mosteiro está fechado e quando pensávamos que teríamos de ficar pela porta e pelas explicações de José Augusto Costa, técnico-intérprete do património da RR, eis que começam a chegar paroquianos e percebemos que as portas se vão abrir para a missa.

Este é um dos 58 monumentos desta RR, que se impõe em 12 municípios do Tâmega e Sousa, que, entre a ruralidade ancestral e a industrialização recente, avança em desequilíbrios económico-sociais que este projecto supramunicipal também tenta mitigar. Lê-se na declaração de missão da marca: “contribuir para um desenvolvimento sustentado do território do Tâmega e do Sousa, através da valorização de um relevante património cultural e arquitectónico de estilo românico” — fá-lo com objectivos bem definidos, entre estes, a criação de um novo sector produtivo gerador de riqueza. O turismo, portanto.

Por este, e por intermédio da RR, há, por exemplo um centro de informação no Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, seu nome completo (“a devoção ao Salvador é um dos elementos característicos nesta zona”, havia dito José Augusto), na torre sineira. É aqui que vemos como este mosteiro passou por várias fases até ter estas feições — por exemplo, esta torre hoje autónoma do edifício estava a ele adossada.

A maior intervenção aconteceu no século XX, quando a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais decidiu restituir a pureza românica aos monumentos românicos que, claro, não haviam ficado imunes ao passar dos séculos e das modas arquitectónica. Na verdade, diz José Augusto, o que sobrou dessa reconstrução foi o portal principal da igreja, sempre a ocidente nos templos românicos, que foi paradigma para outros da região: saliente na fachada, aumenta a profundidade e monumentalidade.

Com as várias arquivoltas do portal e a grande rosácea a encimá-la, esta fachada é tudo o que esperamos do românico. Portas abertas, então, para entrar para as três naves que terminam em três capelas desta igreja. Quem aqui vem à missa tem orgulho da sua igreja e olho para forasteiros – há miradas indiscretas e curiosidade que redundam num “há muita gente que vem visitar-nos”. Não surpreende: este mosteiro do século X é a casa-mãe do românico do Sousa e Tâmega, exemplo do “românico nacionalizado”, que começa em Coimbra e ganha especificidades regionais.

Viver entre mosteiros e castelos

Apesar de o Mosteiro de Paço de Sousa ser um dos principais da rota, é o último monumento que visitamos no nosso percurso de dois dias. Temos sorte com o tempo no que foi o Outubro do nosso contentamento — o sol brilha intenso por estas terras de tradições arreigadas e rosto um tanto ou quanto desfigurado por uma certa ideia de modernidade reflectida nas fachadas anódinas das casas.

Estamos no que alguns chamam o “triângulo das Bermudas”, uma vez que a região se situa entre três locais declarados Património Mundial pela Unesco (Porto, Guimarães e Vale do Douro) e nem sempre é conhecida pelos melhores motivos (o acidente de Entre-os-Rios ainda lança sombra). Mas a mudança da imagem do Tâmega e Sousa está em curso e já se sente que este é um espaço de regressos, de paixões e de futuro — mais uma vez, voltamos aos objectivos da RR onde se encontram a qualificação dos recursos humanos da região e a empregabilidade qualificada.

No Mosteiro de São Pedro de Ferreira encontramos um grupo de jovens estagiários, de escolas da região, a acompanhar José Augusto na visita que nos faz. Sabem a “monografia de cor” e que “este monumento está no top 3 da rota”, mas ainda estão a preparar-se para o contacto directo com os visitantes. Na visita ao monumento estão tão atentos quanto nós. E se se chama mosteiro, na verdade o que resta aqui é a igreja, a única sobrevivente da extinção das ordens religiosas em Portugal no século XIX, e esta mesmo de longe chama a atenção: se nos pareceu singular (e de uma harmonia pitoresca) é porque o é mesmo.

É a única igreja românica portuguesa com galilé, que é uma antecâmara na entrada; neste caso, já sem cobertura, vemos os muros, com um campanário de dois vãos e remate triangular, a encerrarem o que parece um pátio. No interior, tecto de madeira, encontramos uma cabeceira semicircular (influência galega) e abobada, em dois tramos, uma idiossincrasia do românico do Alto Minho; nas traseiras, dizem, nasce o rio Ferreira, aqui ainda um fio de água a sair de uma bica.

No castelo de Arnóia, o único da rota, é Elisabete Silva, que estuda turismo à noite, quem nos recebe no centro interpretativo que é também mais um centro de informação da RR. Está instalado na antiga escola e como ela própria andou aqui ficamos logo a saber onde era a porta e o quadro. Pelas ruas da antiga Vila de Basto, não nos cruzamos com ninguém quando nos dirigimos ao castelo, a presença tutelar, lá no cimo de monte íngreme, há quase dez séculos.

Por causa dele formou-se a vila que foi sede concelhia até ao século XVIII, quando foi transferida para Britelo, hoje Celorico de Basto; por isso, quando caminhamos pela Rua Direita, encontramos a antiga casa da justiça e a cadeira, o pelourinho e a botica (uma pedra esburacada indica onde estaria a sineta para atendimento nocturno, aponta Elisabete). Caminhamos entre o passado abandonado que estes edifícios representam, e o presente de casas novas que espreitam atrás, numa duplicidade desconcertante.

A ascensão até ao castelo é feita por um trilho entre rochedos e arbustos que por vezes perde o traço. Não é um percurso fácil mas lá em cima, subindo às muralhas e logo à torre, percebemos que a atalaia, dimensões modestas, não perdeu o seu alcance e é a vista que se perde por entre vales verdejantes e montes que se multiplicam como num jogo de espelhos.

Rota da animação

Se os monumentos são as estrelas aglutinadoras desta RR, na verdade esta “é um pretexto para colocar este território no mapa”, explica Susana Alves, do departamento de comunicação. E à boleia da história não faltam ideias. Pela região comenta-se a ideia de colocar uma linha de zip line no castelo de Arnóia, embora este seja provavelmente um projecto condenado ao fracasso porque implicaria interferir com a estrutura de um monumento nacional.

Todavia, numa região rendilhada de rios, serras e vales acolhedores a natureza é inescapável e com ela podem vir emoções fortes — o rio Paiva é palco reconhecido de rafting e canyoning, mas a canoagem e o hidrospeed são também opções; as serras podem ser caminhos de todo-o-terreno e aí o Marão é uma vertigem.

Mais tranquilos são os percursos pedestres que atravessam a zona, proporcionando um outro modo de descobrir o património pelos caminhos menos percorridos — de gravuras rupestres a sepulturas medievais, de menires à miríade de igrejas e ermidas, dos mosteiros a calçadas e casas romanas, de moinhos a aldeias tradicionais — e deixar a natureza tranquila tomar conta do mundo visto de incontáveis miradouros ou na margem dos rios (e se de repente nos depararmos com uma ilha dos Amores não é uma miragem, é a confluência dos rios Paiva e Douro).

Nós seguimos o rio Tâmega, pedalando por onde antes deslizavam os comboios da linha ferroviária que tinha o nome do rio e agora é uma ecopista de 40 quilómetros, ligando Amarante, Celorico de Basto e Cabeceiras de Basto. Entre Amarante e Gatão, junto ao rio, sob galerias de árvores, ao lado de campos cultivados são cinco quilómetros que condensam as paisagens destas terras e que terminam na antiga estação ferroviária, restaurada mas fechada.

Prosseguimos fazendo desvios do românico, ainda que não da história. Sim, porque Vilar do Torno e Alentém a poucos quilómetros de Lousada, guarda um pouco da história da animação e com ela do pré-cinema. Foi aqui, no solar cor-de-rosa do final de 1800 onde viveu até aos oito anos e ao qual voltou há quatro anos, que Abi Feijó, produtor e realizador de animação, decidiu expor o seu espólio na Casa-Museu de Vilar – A Imagem em Movimento: o seu e o do casal Marcia Page e Normand Roger, entre ambos, oito óscares no currículo.

E é assim que em improvável cenário rural, entramos pelo mundo da animação em duas salas da casa principal, preservadas na traça, reservadas: a primeira ao universo de Abi Feijó e Regina Pessoa, que inclui projecção de passagens de filmes, painéis (gravuras sobre placas de gesso) da exposição sobre “História Trágica com Final Feliz” e a única gravura sobrevivente de “Clandestino”, feito em areia; a segunda à animação mundial, constituída, sobretudo, por desenhos originais, alguns com dedicatórias, dos mais importantes autores da animação internacional.

A terceira sala, que é também a primeira para os visitantes, é como uma sala de magia, porque aqui tudo nos remete para a ilusão do movimento que fez a pré-história do cinema (e que vai tão longe quanto os 42 mil anos, assinala Abi Feijó, aludindo a representações de movimento encontradas numa gruta: “o cinema antes da escrita”, portanto): das lanternas mágicas que projectam imagens na parede aos simples flip books, passando por uma sucessão de aparelhos de nomes quase impronunciáveis para um leigo como fenaquitiscópios, panópticos, praxinoscópios, taumatrópios ou zootrópios, os aparelhos que fascinaram Coppola ao ponto de ele dar o nome de Zoetrope à sua produtora.

Não precisamos de avançar muito para regressarmos ao românico. Nesta mesma freguesia de Lousada ergue-se, imponente, a Torre de Vilar, uma residência senhorial fortificada (domus fortis), que terá sido construída no final do século XIII pelo mordomo-mor de D. Afonso III. É uma torre-casa, com mais inclinação para casa do que propriamente fortificação, mais símbolo de poder do que função militar — e se aqui vemos uma casa-torre românica original, em Lousada constroem-se duas que serão a casa-mãe da RR, que funciona na vila.

Um interlúdio à mesa

Não é um monumento, mas é, com certeza, património cultural destas terras, o pão-de-ló de Margaride que tem o seu berço em Felgueiras. O “original” (marca registada) é produzido na Casa do Pão-de-ló de Margaride, bem no centro da cidade. Não vamos dizer o segredo, até porque não o sabemos; o que sabemos é que até reis se deliciaram com este pão-de-ló que é negócio de família — foi a fornecedora da casa real e as suas arma continuam a fazer parte da assinatura da casa fundada em 1730, o que faz dela uma das instituições mais veneráveis da doçaria nacional. Veneráveis e opulentas são também as instalações, que nos transportam para a viragem do século XIX para o XX.

Da decoração de tapeçarias, faianças, quadros, armas, à fábrica que mantém os mesmos fornos embora agora aquecidos a gasóleo em vez da lenha original temos ideia de estarmos num museu — de onde podemos sair com pão-de-ló e cavacas, o outro produto da casa (ou então prová-los aqui).

E se falamos em doçaria, não podemos esquecer as fatias do Freixo (Marco de Canavezes), o pão-de-ló que a esta base adiciona doce de ovos e cobre tudo com açúcar glaceado. A prova é no restaurante-bar Tongobriga (já iremos à estação arqueológica) — durante um chá, Emília Araújo conta-nos como voltou do Rio de Janeiro, depois de enviuvar, para junto da família e, mesmo sem qualquer experiência na área, decidiu apostar neste espaço. “O meu filho viu na internet. Tem natureza, arqueologia, apostei. E a localização é uma vantagem”, reconhece.

Para Teresa Ruão a localização nunca foi um problema, embora ela não o soubesse. A sua Cozinha da Terra é a sua casa de família e aqui concretizou o seu sonho de ter um restaurante. Nunca lhe tinha ocorrido fazê-lo dentro de casa, uma casa rural do século XVII, com pergaminhos que remontam ao início da nacionalidade.

Foi por influência de amigos que, aos 45 anos, depois “de fazer muitas coisas”, decidiu avançar com a sua ideia de restaurante familiar (e menu tradicional), com “o conceito de criadas”, que replicasse o que era mesmo a sua casa. “Recebíamos sempre bem, muita gente.” Entretanto, abriu também alojamento, nas instalações dos caseiros, onde a pedra e a madeira são rosto e alma de uma rusticidade ancestral à flor da pele.

Uma experiência gastronómica distinta é a que temos no restaurante Largo do Paço (Hotel da Casa da Calçada), com um menu de degustação cortesia do chef Vítor Matos que vale uma estrela Michelin e a reputação nacional e internacional. Ainda em Amarante, sem reputação internacional mas internacional de nascença, A Eira é o projecto de um casal luso-galego, com menu a condizer. Por amor, José Manuel Diaz instalou-se aqui e aqui desenvolve a sua actividade na área do turismo.

O futuro no passado

Talvez seja o turismo que justifica a existência de um wine bar em Quintadona – aldeia de xisto em território de granito, recuperada e cenário de ruralidade quase idílica — mas não é ele que mantém Os ComoDEantes, uma associação teatral que em Novembro apresentou a peça Rei Lear, de Shakespeare, para os Palcos do Românico. Porque a RR está a ensaiar uma dinâmica cultural para cobrir os seus 12 municípios, por forma a valorizar também o património imaterial (música, danças, lendas, contos) e, sempre que possível, utilizando o património edificado como cenário.

Imaginar é fácil quando estamos em Tongobriga: como seria apresentar aqui uma das peças “romanas” de Shakespeare? Afinal, estamos em cidade romana — e aldeia portuguesa, Freixo (Marco de Canavezes). Não é um pormenor, já que andamos entre o cruzamento da história. Pela aldeia vislumbram-se os restos da cidade, para além do perímetro da Estação Arqueológica do Freixo (50 hectares), escavados e expostos para mostrar o antes e o depois. E que destino mais apropriado para a antiga Tongobriga do que albergar uma Escola Profissional de Arqueologia?

Muitos dos edifícios do centro da aldeia, na Rua da Igreja, Rua dos Judeus, casinhas de pedra, portas e janelas de madeira coloridas são salas de aula, bar, secretaria… Antes eram lojas, de judeus, certamente, os chamados “judeus de Bragança”, que deixaram a tradição da Feira da Quaresma. Quem nos vai contando tudo isto é Luís Correia, 35 anos e fascinado pelas ruínas desde os “seis ou sete”. “Vi isto num domingo à tarde”, recorda, num passeio de família. Veio para aqui estudar, “no único ano em que não abriu o curso de assistente de arqueólogo”. “Então fui para técnico [de Recuperação do Património Edificado].”

É ele que nos recebe na recepção e nos encaminha para um antigo bairro residencial, onde se destaca o sistema de esgotos e onde percorremos várias casas desenvolvidas em torno do pátio central, algumas com área comercial. Temos de sair do perímetro da estação, atravessar a aldeia para chegar ao fórum e termas, com vislumbre de outra área residencial, “apenas alicerces”, entre oliveiras e vista para paisagens amenas.

Luís conhece de cor as pedras que compõem o passado deste espaço, do complexo termal (piscinas, salas de massagens, ginásio, sauna), incluindo um anterior, castrejo, do templo (ao fundo, restam poucos vestígios), da galeria comercial em frente à “galeria” religiosa, com o mercado pelo meio — mercado antes e agora uma vez por ano, no Mercado Romano de Tongobriga.

Regressamos a Egas Moniz, ou à sua família, os Ribadouro, em Travanca. Um mosteiro a fechar o nosso périplo — um mosteiro onde até há poucos anos funcionou um hospital psiquiátrico. É nas traseiras que vemos a dimensão do Mosteiro do Salvador de Travanca, edifício maciço de pedra, sentinela nos campos; nós deambulamos pela igreja e sacristia (maneirista, com acervo museológico mas ausência de musealização), contornamos a torre que o ladeia (século XIV) — ameada, foi a torre sineira mais alta do Portugal medieval (a actual torre sineira é uma construção do século XX à moda românica).

O portal desta igreja do século XI é paradigmático da escultura românica na região do Vale do Sousa e Tâmega, “uma jóia”, diz José Augusto, pela iconografia e beleza que conjura — sereias, serpentes, aves com pescoços entrelaçados, peixes, figuras humanas. O interior da igreja, do século XVIII, mantém duas capelas românicas laterais.

Se neste território nem tudo é românico, não levamos a mal que seja um pretexto para o descobrir. E, de caminho, vislumbrar como a Idade Média se pode tornar uma porta para o seu amanhã.

Onde comer

Cozinha da Terra

Tradicional
Largo da Herdade 8
4580-582 Louredo
Tel.: 255 780 900
www.cozinhadaterra.com

Largo do Paço
Autor
Largo do Paço 6
4600-017 Amarante
Tel.: 255 410 830
www.largodopaco.com

A Eira
Ibérica
Rua da Vinha, Lote 19
4600-759 Telões, Amarante
Tel.: 255 095 490
www.restauranteaeira.com

Onde dormir

Casa da Calçada
Largo do Paço, 6
4600-017 Amarante
Tel.: 255 410 830
www.casadacalcada.com

Casa Valxisto
Rua Padres da Agostinha, 233
4560-195 – Lagares, Penafiel
Tel.: 255 752 251/ 936 473 986
www.valxisto.pt

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