Fugas - Viagens

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Hamburgo, entre pássaros e saxofones


Para lá de Hamburgo

Apanhar um comboio na Hauptbahnhof (estação central) em direcção a Altes Land, onde ainda se sentem as marcas da presença holandesa, é pôr os olhos num dos maiores pomares da Europa central. São maçãs ao alto e prados junto ao rio que se alongam até à região da Saxónia. Para apreciar melhor a paisagem, existe um percurso ciclável de 34 quilómetros que começa em Cranz (para lá chegar, a forma mais fácil é sair na estação de metropolitano de Blankenese e atravessar o Elba de ferry). O passeio dá direito a uma visita a Borstel, uma aldeia pitoresca com um moinho de 150 anos como atractivo.

Trienal para um futuro às escuras

Até dia 28 de Junho decorre a sexta edição da Trienal da Fotografia de Hamburgo, com exposições, conferências, conversas, ted talks, workshops e festas. Sob o mote The Day Will Come, o festival internacional reflecte acerca do futuro da fotografia — dos pontos de vista estético e técnico — nos principais pólos culturais da cidade. 

Na Casa da Fotografia, na Deichtorhallen, a exposição The Day Will Come When Man Falls congrega uma série de imagens do fotógrafo baseado em Nova Iorque, Phillip Toldedano, com 60 retratos da colecção da Fundação F.C. Gundlach (que sustenta o museu). Fazem ainda,parte do programa artistas como Hiroshi Sugimoto, Robert Longo, Susanne Kriemann, Max Beckmann, Gerhard Richter, Andreas Gursky, Cindy Sherman, Nan Goldin ou o português Edgar Martins (com The Poetic Impossibility to Manage the Infinite). 

Tomando a revolução digital como um dos centros da discussão, a organização avança um cálculo que dá que pensar: “Há quase três milhares de milhões de proprietários de câmaras fotográficas em todo o mundo, que produzirão cerca de 400 mil milhões de imagens (assumindo que cada utilizador produz apenas 150), mais do que o que se terá feito em toda a era analógica da fotografia.”

A escolha da temática partiu do polaco Krzysztof Candrowicz, director do Festival Internacional de Fotografia de Lodz e do Lodz Art Center, que pela primeira vez dirige o evento alemão. Na última edição, a trienal recebeu 200 000 visitantes.

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