GUIA PRÁTICO
Como ir
Cluj-Napoca tem ligações aéreas directas com duas dezenas de cidades europeias mas nenhuma delas inclui Portugal. Uma das alternativas passa por voar com a TAP para Bucareste e, desde a capital romena, com a Tarom até aquela urbe da Transilvânia. Pode também verificar nos websites da Lufthansa e da Austrian Airlines, companhias aéreas que por vezes oferecem tarifas mais em conta mas que obrigam a uma escala em Munique ou em Viena. Os preços (ida e volta) rondam os 400 euros mas, como sempre, uma compra com alguns meses de antecedência reduz substancialmente o montante a pagar. Outra opção, quase sempre mais barata, implica uma escala em Madrid ou Barcelona e, de uma ou de outra, um voo directo para Cluj-Napoca com a Wizzair (www.wizzair.com), companhia húngara de baixo custo que também liga Lisboa a Budapeste e, desde esta, com uma escala, à cidade romena.
Quando ir
Cluj-Napoca pode ser visitada em qualquer altura do ano mas os melhores meses (com uma média de temperatura mais agradável) são entre Maio e Setembro. Agosto é, por norma, o mês mais quente (os termómetros ultrapassam com frequência os 30 graus) e Janeiro o mais frio — e, a exemplo de Fevereiro e Março, um dos mais secos ao longo do ano. Junho é, em média, o mais chuvoso (mas o sol brilha durante o dia).
Onde comer
É em alguns hotéis que se encontram os melhores restaurantes em Cluj-Napoca, entre eles o Arcimbolo, no Hotel Paradis (www.paradis.ro), na Strada Ciorcaliei, 47, já uma referência culinária na cidade, ou o Agape (www.hotelagape.ro), no hotel homónimo (na verdade um complexo de luxo com 60 quartos e seis restaurantes), na Strada Iuliu Maniu, 6, com uma deliciosa gastronomia húngara. Mas se a sua estada se prolongar ou o dinheiro não abundar, tem outras boas opções, como a Pizzeria New Croco (www.newcroco.ro), na Strada V Babes, 12, com um forno de lenha e pizzas entre os 11 e os 34 lei, ou, para adeptos de sushi, o Tokyo, na Strada Marinescu, 5 (preços entre os 16 e os 25 lei), não muito distante do jardim botânico. Se preferir espaços ainda mais baratos, dirija-se ao gueto dos estudantes e deixe-se conduzir por eles — encontrará pizzas, hambúrgueres e kebabs na Strada Piezisa e, numa área mais central, na Piata Lucian Blaga ou ao longo da Strada Napoca.
Onde dormir
Situado numa tranquila viela no meio do que resta dos muros da cidadela e apenas a dois minutos, a pé, da principal praça da cidade, o Retro Hostel (www.retro.ro), na Str Potaissa, 13, é justamente considerado um dos melhores hostels da Roménia e opção mais em conta para quem viaja com orçamentos reduzidos. Com um total de 50 camas, pode optar por um dormitório (entre 55 e 70 lei) ou por um quarto privado (individual entre 100 e 120, duplo entre 150 e 170 e triplo entre 190 e 235 lei, dependendo se tem ou não casa de banho privativa e em qualquer um dos casos já com pequeno-almoço incluído).
Para uma opção mais próxima de um hotel-boutique e mais luxuosa, recomenda-se o Hotel Beyfin, (www.hotelbeyfin.com), na Piata Avram Iancu, 3, com tarifas entre os 66 e os 80 euros para um duplo ou 90 euros por suíte, incluindo esta última um serviço gratuito desde o aeroporto. O hotel, de quatro estrelas, que é propriedade de um grupo italiano, abriga também o restaurante Firenze e um outro de grelhados (funciona igualmente como bar) no telhado do edifício, oferecendo uma bela panorâmica sobre o perfil urbano da cidade.
A visitar
Construída entre 1923 e 1933, a Catedral Metropolitana Ortodoxa, também conhecida como Nossa Senhora da Assunção, é um dos monumentos imperdíveis em Cluj-Napoca. Projectada pelos arquitectos Constantin Pomponiu e George Cristinel, a catedral, em estilo bizantino, semelha-se, em parte, à Igreja de Santa Sofia, em Istambul, com uma elegante fachada flanqueada por duas torres e um largo frontão encimado por uma cruz de pedra, bem como um rico interior no qual sobressaem os mosaicos elaborados com cristal de Murano. Situada em frente da estátua de Avram Iancu — um advogado também conhecido como pequeno príncipe das montanhas, figura relevante durante a revolução de 1848 contra os movimentos independentistas húngaros e um dos grandes heróis romenos —, aqui desde 1993, altura em que a praça foi redesenhada, a catedral abriga também um museu com uma importante colecção de antigos artefactos religiosos, manuscritos, livros e documentos da história eclesiástica.
Há outros lugares de culto que, pela sua história e arquitectura, justificam uma visita, como a igreja católica grega da Ressurreição, construída em 1803 e antes um armazém, parcialmente destruído em 1801 na sequência de um incêndio que devastou o centro da cidade — na verdade ninguém desconfiava dos planos do bispo Ion Bob, que adquiriu o espaço, até ao dia em que a torre foi destapada e se tornou visível uma cruz.
Entre os museus, nada perde em lançar olhares demorados ao Museu Nacional de Arte, na Piata Unirii, 30, ao Museu Farmacêutico, na Strada Regele Ferdinand I, num espaço onde funcionou a primeira (quarta em todo o país) farmácia da cidade, aberta ao público em 1573 (deixe-se guiar pelo inigualável Radu Crisan, com os seus gestos e expressões a fazerem lembrar um apresentador de um concurso televisivo) ou Museu Etnográfico da Transilvânia, com uma secção ao ar livre que contempla uma bonita igreja de madeira típica da região e uma dezena e meia de casas tradicionais — está situada na floresta Hoia, acessível desde a estação ferroviária (autocarro n.º 27) ou desde o centro da cidade (nº. 30).
INFORMAÇÕES
Os cidadãos portugueses apenas necessitam de um documento de identificação (passaporte, bilhete de identidade ou cartão de cidadão) para visitar o país.
Portugal tem uma embaixada em Bucareste, na Strada Paris, 55, que pode ser consultada de segunda a sexta, entre as 9h e as 13h e entre as 14h e as 17h, através do telefone +4 021 230 41 36 ou do email s.consular.bucareste@mne.pt. O atendimento ao público é de segunda a quinta, das 9h30 às 12h30.
A moeda local é o leu (lei no plural) e um euro equivale a 4,40 leis — recorde-se que, em 2005, a Roménia substitui o antigo leu (conhecido pela abreviatura de ROL) pelo novo (RON).
A língua oficial é o romeno mas a maior parte da população entre os 18 e os 40 anos fala fluentemente inglês e algumas centenas, inscritas em cursos intensivos, dominam o alemão, o francês, o italiano, o castelhano e, embora em menor número, até o português.
Se visitar Cluj-Napoca em Outubro não perca a oportunidade de assistir aos conceituados festivais Cluj Musical Autumn, cuja primeira edição teve lugar há precisamente 50 anos e se prolonga por três semanas, ou ao Transilvânia Jazz Festival — o mais importante de todos é, no entanto, o festival internacional de cinema, em Maio, um evento que atrai mais de duas centenas de filmes e cerca de 50 mil visitantes.