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  • A Grand Place é a praça
principal da zona histórica de
Lille e tem um nome oficial
mais comprido: Place Charles
de Gaulle, em homenagem ao
general francês, que ali nasceu
    A Grand Place é a praça principal da zona histórica de Lille e tem um nome oficial mais comprido: Place Charles de Gaulle, em homenagem ao general francês, que ali nasceu Bruno Lisita
  • a sala de

exposições do 

Louvre-Lens;
    a sala de exposições do Louvre-Lens; Bruno Lisita
  • a sala de

exposições do 

Louvre-Lens;
    a sala de exposições do Louvre-Lens; Bruno Lisita
  • La

Piscine, em 

Roubaix;
    La Piscine, em Roubaix; Bruno Lisita
  • A praça

central de 

Arras
    A praça central de Arras Bruno Lisita

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França em quatro cidades reinventadas

O Louvre-Lens, um monumental open space de paredes de vidro e linhas marcadamente contemporâneas, começou a ser construído em 2003 e abriu portas em 2012, no dia de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, a 4 de Dezembro. A própria arquitectura do espaço procura homenagear o passado ligado à actividade, replicando na escadaria as montanhas negras em formato de cone que vemos lá fora, umas das maiores na Europa, onde se fazia a extracção do carvão.

Posto isto, esqueçamos tudo o que a nossa imaginação automaticamente associa ao Louvre. No museu de Paris a colecção está dividida em departamentos temáticos numa sucessão de salas imponentes e muitas obras de pintura e escultura. Aqui, as 200 peças vindas da capital francesa estão expostas num único espaço, com o propósito de criar um diálogo entre géneros, culturas e épocas. É um caminho cronológico, que começa com esculturas das civilizações do Mediterrâneo, da Mesopotâmia e do Egipto, lado a lado, para que o visitante possa encontrar as semelhanças e as diferenças entre as manifestações artísticas das civilizações predominantes a cada época e verificar até em alguns casos a sua evolução.

Além da exposição permanente (cerca de 10% da colecção é substituída todos os anos) e várias exposições temporárias, há uma sala visitável no piso inferior onde muitas obras estão armazenadas ou a serem restauradas. Um conceito muito diferente do Louvre a que nos habituámos, mas que já leva mais de 500 mil visitantes por ano a Lens.

Arras, o encanto flamengo

Estamos no topo do campanário da câmara municipal de Arras e daqui avistamos toda a cidade e o verde circundante, numa arrebatadora vista a 360 graus. À nossa frente temos a Place des Héros que, com a Grand’Place, um pouco mais à esquerda, forma a jóia arquitectónica da cidade, o perfeito postal ilustrado, com as suas fachadas estreitas de pedra, piso térreo em arcadas e frontão em triângulo ondulado, características do estilo flamengo barroco do século XVII.

Só já lá em baixo, e com o olhar guiado por Pascal Loosfelt, encontraremos ligeiras diferenças entre os edifícios, num conjunto amplamente harmonioso. “Se repararem, há fachadas totalmente cobertas em pedra e outras com tijolo, umas têm três janelas laterais e outras apenas uma, revelando o nível de riqueza de cada proprietário”, indica o guia. Ao centro, as praças que agora vemos despejadas de vida (e transformadas em parques de estacionamento) foram, desde a Idade Média, ocupadas por mercados e concentram ainda hoje grande parte do comércio e restauração da cidade sob as suas arcadas.

As duas praças, incluindo a câmara municipal e o campanário, e alguns dos principais monumentos da cidade foram totalmente reconstruídos depois de terminada a I Guerra Mundial, quando mais de 80% da cidade ficou destruída. “Foi tudo reerguido em 15 anos”, conta Pascal. Noutras ruas da cidade, que percorremos agora, os novos edifícios foram construídos ao estilo Art Deco, então em voga, alguns integrando, no entanto, elementos regionais, como o tijolo ou motivos decorativos alusivos às principais actividades comerciais da época.

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