Fugas - Viagens

  • DR/Las Garzas
  • DR/Turismo de Rocha
  • DR/Turismo de Rocha
  • DR/ Rafael Viñoly Arquitectos
  • DR/ Rafael Viñoly Arquitectos
  • DR/robertcaracol/Instagram - Turismo de Rocha
  • DR
  • DR/Ministério Transportes e Obras Públicas
  • DR/Ministério Transportes e Obras Públicas
  • DR/Ministério Transportes e Obras Públicas
  • DR/Ministério Transportes e Obras Públicas

E na lagoa surgiu uma ponte redonda

Por Mara Gonçalves

Entre polémicas e olhares de espanto, espreite como é conduzir pela nova ponte erigida na lagoa Garzón, no Uruguai.

Parece uma rotunda mas é, na verdade, uma simples ponte. A diferença? As faixas de rodagem separam-se num círculo perfeito para obrigar os condutores a abrandar e admirar o rendilhado azul e verde da Laguna Garzón, no Uruguai.

Uma estrada que vai e uma que vem, margem a margem, cada uma desenhando metade de uma circunferência que perfaz 103 metros de diâmetro. A perfeição matemática da arquitectura em contraste com o recorte ondulado da paisagem envolvente: uma lagoa azul que uma língua de areia e vegetação separa do Oceano Atlântico ao mesmo tempo que divide os municípios de Rocha e de Maldonado, no sul do Uruguai.

Terá sido precisamente para "obrigar" os motoristas a abrandar e a apreciar a vista panorâmica sobre a lagoa Garzón que o arquitecto Rafael Viñoly decidiu construir a ponte em formato circular.

"O conceito era transformar uma travessia de veículos tradicional num local onde se reduz a velocidade dos carros, para dar a oportunidade de desfrutarem de vistas panorâmicas sobre uma paisagem incrível, e ao mesmo tempo criar uma zona pedestre no centro", conta o arquitecto uruguaio radicado nos Estados Unidos à revista Dezeen.

Inaugurada no final do ano passado, a ponte tem duas vias para carros e passeios pedonais nos dois lados de cada faixa de rodagem. De acordo com a publicação internacional especializada em arquitectura e design, “a estrutura em forma de anel enquadra um círculo de água, criando uma «lagoa dentro de uma lagoa» onde as pessoas podem nadar, pescar ou passear”.

Na construção da ponte – que demorou pouco mais de um ano a ser erguida e esteve envolta em polémica devido a questões ambientais – foram utilizadas cerca de 450 toneladas de elementos metálicos e 3500 metros cúbicos de betão. Até então, a travessia era feita em balsas, que transportavam no máximo dois carros em cada viagem.

A obra custou cerca de dez milhões de euros, mais de 80% financiados pelo empresário argentino Eduardo Costantini, responsável por um empreendimento turístico em Las Garzas, no município de Rocha. Próximo da nova ponte ficam ainda os resorts turísticos de Punta del Este e de José Ignacio. 

--%>