Fugas - Viagens

  • Nelson Garrido
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Um banho de sal que revigora e cura

Por Maria José Santana

Nas marinhas de sal de Aveiro nasceu um spa salínico que promete curar maleitas da pele ou simplesmente ajudar a relaxar.

Já são do conhecimento de todos as qualidades do sal marinho enquanto tempero e conservante de alimentos — quem não se recorda das salgadeiras que existiam na casa das avós? — e, mais recentemente, também ao nível de tratamentos de saúde e beleza. Há quem garanta que um banho de água salgada consegue operar verdadeiros milagres na pele (tratando eczemas, psoríase, acne e pele seca, por exemplo) e no bem-estar geral (aliviando o stress). E para usufruir de todas estas vantagens não haverá nada melhor do que ir directamente à “fonte”, que é como quem diz, a uma marinha de sal. 

Em Aveiro, já pode fazê-lo com permissão para mergulhar, tomar um copo com os pés na água e até tocar no cristal branco que vai sendo recolhido das salinas. Tudo porque a empresa turística Cale do Oiro acaba de criar um spa salínico nas suas duas marinhas de sal, a Grã Caravela e a Peijota — localizadas mesmo à entrada da cidade de Aveiro —, que já vinham sendo dinamizadas com visitas turísticas.

A Fugas não conseguiu resistir ao apelo de “mergulhar” no salinário de que toda a gente fala em Aveiro e deixa-lhe a garantia: as mais-valias que irá trazer de uma visita a este novo spa a céu aberto vão muito além do relaxamento e da cura que irá obter depois de tomar banho na piscina (com uma dimensão de 18 por 12 metros), que goza de uma dose extra de sal — à água já salgada, a empresa faz questão de acrescentar uns bons punhados de sal. 

A aposta passa por fazer com que a água da piscina apresente uma elevada concentração de sais, permitindo que o corpo “flutue sozinho”, à semelhança do que acontece no mar Morto. Pronto para mergulhar e deixar-se boiar? Antes disso, há uma explicação prévia que se impõe: à primeira vista, a água não lhe parecerá translúcida e limpa, mas não é caso para se preocupar. Muito pelo contrário. Tal como acontece nas marinhas, o fundo desta piscina contém lama, o que até pode levar a que o banho seja ainda mais “curativo” — experimente massajar o corpo com a lama do fundo e veja o quão hidratada pode ficar a sua pele. 

Dada a explicação, a ordem seguinte é para entrar na água. A piscina tem uma profundidade máxima de 1,70 metros, dispondo também de uma zona com estrado de madeira, bem menos profunda — especialmente recomendada aos mais pequenos e àqueles que recusam acreditar que o corpo flutua mesmo sozinho.

Entre na água e, simplesmente, deixe-se ficar. Aprecie a paisagem à sua volta: umas quantas pirâmides de sal que vão crescendo à medida que os marnotos cumprem o seu trabalho, lado a lado com as aves que vão passeando pela marinha — os pernalongas e os flamingos são os “visitantes” mais assíduos. E quando sentir que o seu corpo já tem a dose suficiente de água salgada, pode aproveitar para ir apanhar “banhos de sol” no pequeno areal que ladeia a piscina, ou então ir para a esplanada do spa, refrescar-se com uma bebida e dar uma espreitadela na montra de produtos de cosmética (sabonetes e sais de banho) feitos a partir do sal destas duas marinhas aveirenses — neste espaço de venda ao público encontrará ainda sal gourmet e frascos com flor de sal com ervas aromáticas e pimentas. 

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