As estradinhas de serra são um convite à evasão e cada cruzamento um apelo à descoberta das pequenas aldeias espalhadas pela serra, das cascatas de água límpida, dos vales onde os cavalos garranos e as vacas se passeiam calmamente, como num postal dos Alpes.
Nesta excursão pelo Gerês pode sempre fazer breves desvios até às belas vilas e cidades do Minho, com paragem obrigatória em Terras de Bouro, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, para ir ganhando fôlego para as incursões na Peneda-Gerês antes de cumprir a etapa final para beber um Alvarinho em Melgaço e subir à inóspita serra de Castro Laboreiro, no extremo Norte de Portugal. É aqui, território do cão Castro Laboreiro, de onde já se avista Espanha do outro lado do rio Minho, que se pode respirar a mais pura autenticidade do Norte de Portugal, com as suas aldeias de granito, perdidas no meio da serra que nos leva ao imenso planalto de Castro Laboreiro. Uma boa viagem para fazer em Setembro e saborear as brisas de fim de tarde e as noites que já pedem agasalho sob um céu fresco e límpido, onde as estrelas ganham um outro brilho. Uma jornada que pode cumprir em três dias se for pelo percurso marcado no GPS, mas que deve levar mais tempo para quem gosta de vadiar.
9. Da serra da Estrela até ao mar da Figueira
Duração: 3 dias | Distância: 220 km
Percurso recomendado: Guarda - Manteigas - Arganil - Lousã - Penacova - Coimbra - Figueira da Foz
A maior serra portuguesa é só por si um destino de eleição para uma road trip de fim de Verão, com dias frescos e noites amenas. Podemos andar ali a vadiar durante três ou quatro dias, sempre por estradas e caminhos desconhecidos, com paisagens de montanha dignas de western. Mas a serra da Estrela é também um bom ponto de partida para uma viagem que atravesse o grande “centrão” do país, oferecendo uma experiência absolutamente única de viagem por serras e lugares remotos que no mapa parecem “ali tão perto”, mas na verdade são bem longe
Partindo da Guarda até Manteigas, vamos por uma das mais cénicas estradas de Portugal, a do Vale Glaciar de Manteigas, até à Torre da serra da Estrela, o ponto mais alto de Portugal continental. Depois pode descer por Seia ou pela Covilhã, mas a sugestão é que aponte o GPS a Arganil e Góis, para sentir que Portugal é bem maior do que pensa. As estradas são assombrosas e as aldeias de xisto como Piódão ou as que polvilham a serra da Lousã, autênticas jóias da vida rural portuguesa.
Depois da serra da Lousã, pode e deve reencontrar o Mondego em Penacova (se gostar de lampreia, é aqui) para ir de braço dado com o rio até Coimbra e daí até à Figueira da Foz para ver o mar no extenso areal desta cidade portuária que emana a atmosfera de uma estância balnear em fim de época.
10. Tejo, por esse rio acima
Duração: 3 dias | Distância: 240 km
Percurso recomendado: Lisboa - Alcochete - Santarém - Alpiarça - Chamusca - Constância - Abrantes - Gavião - Fratel - Alvega - Belver - Vila Velha de Ródão - Malpica do Tejo - Rosmaninhal